Prezado estudante, neste curso falaremos sobre a educação sexual.
A educação sexual é um termo utilizado para se referir ao processo que busca proporcionar conhecimento e esclarecer dúvidas sobre temas relacionados à sexualidade. Por sexualidade entende-se o conjunto de comportamentos relacionados ao desejo sexual. A Organização das Nações Unidas (ONU) considera que a educação sexual está relacionada à promoção de direitos humanos, e que devemos inseri-la no currículo escolar. Para abordar esse assunto, a BNCC aponta que, para o ensino fundamental os temas que devem ser abordados mediante assuntos relacionados a conceitos de gêneros e orientação sexual no qual foram suprimidos do documento, deixando de evidenciar uma dimensão importante do assunto. Entre as habilidades a serem desenvolvidas pelos adolescentes estão analisar as transformações da puberdade, discutir a eficácia dos métodos contraceptivos e a responsabilidade frente à gravidez precoce e as DSTs, assuntos no qual iremos abordar no decorrer deste curso e também será discutido as múltiplas dimensões da sexualidade humana, sendo elas biológica, sociocultural, afetiva e ética. Falar de sexualidade, ou sobre sexo, ainda é um grande tabu para muitas pessoas como os pais, professores, profissionais da saúde e de outras áreas. E por conta de determinadas questões serem consideradas polemicas, ou serem de difícil resposta, como, por exemplo, ‘de onde vem os bebes?’. É um assunto que traz divisões de opiniões se deve ou não ser abordado nas escolas. A psicóloga e doutora em educação Mary Neide Figueiró diz que atualmente menos de 20% das escolas publicas aborde a educação sexual ampla, completa e desde as series iniciais. Crer que há um período ou uma época propícia para desenvolver trabalhos relacionados à sexualidade, demonstra uma concepção alicerçada em preconceitos, tabus e equívocos teóricos. Falar sobre sexualidade na infância e na escola ainda é um tabu e vergonha. E pelo desespero ou medo de quebrar esse tabu que muitas escolas não abordam esse tema de forma mais abrangente. As consequências sobre esse assunto e falta de diálogo aberto entre alunos-pais e alunos-professores, vão desde uma maior exposição a situações de risco, à falta de empoderamento que os alunos podem construir desde os anos iniciais sobre a própria sexualidade. A forma de conversar ou a linguagem apropriada com que falamos sobre sexo com a criança muda consideravelmente ao longo do seu desenvolvimento de forma que ela entenda a mensagem. Já foi comprovado por psicólogas e por outras ciências, como a neurologia, que as crianças já conseguem processar informações desde a fase gestacional.
Porém, cada criança possui sua fase, sua personalidade e suas peculiaridades, compreendendo em seu ritmo. Sendo que a criança possui suas curiosidades em torno das vivências, "A prática de reprimir, inibir, de escamotear e esconder a expressão e a curiosidade da criança é responsável pela maioria das crises e contradições dos conflitos emocionais e sexuais de nossos adolescentes. [...]. Não há plausibilidade educacional em esperar um suposto tempo de maturação para abordar a sexualidade das crianças, acreditando que ‘quando chegar o tempo’, serão criadas as condições de diálogo e informação sobre o universo sexual e afetivo. É o mundo adulto a esfera institucional que deve oferecer esta alternativa e abrir esta perspectiva pedagógica. Não será possível falar com ressonância e respeito sobre sexualidade, amor, gratuidade e prazer, aos adolescentes se não foram construídas as pontes e suportes na infância. Não é possível acreditar que o acesso aos adolescentes será fácil e natural se durante todos os conflitos emocionais e afetivos de criança o pai ou educador mantivesse ausente, reticente relutante e indiferente" (NUNES; SILVA 2000 p. 118-119)
Segundo Silvares (2002), determinados comportamentos começam a ser vistos em crianças com a faixa etária entre 3 a 5 anos, como: tirar roupa em público, brincadeiras sexuais com amigos de sala, masturbar-se por prazer, uso de termos vulgares mesmo sabendo os nomes corretos das partes do corpo e introduzir objetos nas aberturas do corpo. No entanto, para que a Orientação Sexual aconteça no ambiente escolar, é indispensável que os valores, dúvidas e questionamentos possam ser expressos por meio do diálogo, da reflexão e da possibilidade de reconstruir informações. Dessa forma, a criança conseguirá modificar e reafirmar pontos de vistas e princípios estabelecendo de modo significativo seu próprio código de valores (BRASIL, 2000).
No entanto, algumas informações que são adequadas para criança de seis anos, podem não ser adequadas para criança de três anos ou mais.