Spitz

Spitz

A teoria de René Spitz apoia-se numa concepção de etapas da gÊnese da relação objetal e da comunicação humana.
Psicanalista vienense. Formado em medicina. Seguidor e amigo de Freud, sua teoria foi baseada na releitura dos textos freudianos. Tinha interesse em aprofundar os estudos a respeito do surgimento do psiquismo dos bebês.
Vínculo afetivo – O vínculo afetivo se estabelece dentro da díade mãe-bebê, sendo um vínculo verdadeiro. A presença da mãe age como um estímulo para a formação do psiquismo do bebê, é no espaço diádico que ele se constitui.
Organizadores psíquicos que se manifestação no decorrer do processo de desenvolvimento da criança.
1. 1. Gestalt do rosto humano: se forma no segundo mês de vida do bebê. Quando a criança começa a criar um traço mnêmico da Gestalt do rosto humano, seria uma inscrição no que se pode dizer "psiquismo da criança". Esse primeiro traço inscrito seria da pessoa que exerce a função materna.
  1. 2. Angústia propriamente dita: essa angustia representa a existência de um psiquismo, pois para ele não existe uma angustia sem existia psiquismo. Essa angustia é sentida pela falta de objeto de amor (mãe ou quem exerce função materna), o bebê chora a ausência do Outro materno, ele olha para outra pessoa e percebe a ausência do rosto do Outro, então sente a angustia e chora. Geralmente surge no oitavo mês de vida.
    1. 3. Não semântico: o não deixa de ser um gesto e passa a ser uma palavra, ela substitui a ação pela comunicação. A criança tem seus desejos, porém muitas vezes as mães falam não para elas, e elas cedem por medo de perder o amor da mãe. Surge geralmente no 15º mÊs de vida.
Fase não objetal/ Pré objetal - primeiro estágio da não diferenciação que vai até os 3 meses, onde o bebê não tem um objeto definido. Ainda não se separou o consciente e inconsciente.
Precursor do objeto – A criança vai do estágio passivo para o ativo, começa a adquirir capacidade de realizar ações dirigidas. Tem o sorriso como resposta. Seria a manifestação de um comportamento, está relacionado diretamente com a gestalt. Há indícios de uma interação, não diz respeito à libido, é somente um reconhecimento de um rosto, de formas. É a partir da mãe que o bebê se relaciona com o mundo e é através dela que ele se desenvolve. A mãe serve, para o bebê, como um ego auxiliar.
Estágio do objeto libidinal – Ele começa a distinguir quem é a mãe, quem é o próximo. Ele se vê diferente da mãe. Ele chora pela perda do objeto, pois a mãe (objeto libidinal) está interiorizada nele. Precisa haver uma diferenciação para que esse objeto exista. Nessa fase surge a angústia do oitavo mês.
Spitz começou a perceber, através de suas pesquisas, que as crianças que estabeleceram relação de afeto com a mãe até os seis meses, e posteriormente perderam o contato, podem desenvolver a depressão anaclítica e caso não haja retorno dessa mãe o quadro pode se agravar para o hospitalismo. Na depressão anaclítica, o caso é reversível no intervalo de cinco meses da privação afetiva do contato com a mãe.
Spitz observou que nos orfanatos não havia vínculo afetivo, apesar das instituições apresentarem boas condições, suprindo, também as necessidades físicas dos bebês. Já nas prisões, apesar de sua situação precária, era uma situação oposta, e, havendo um vínculo afetivo, o desenvolvimento psíquico dos bebês eram mais estruturados. No caso de crianças que sofreram maus tratos do adulto elas não apresentam depressão anaclítica e hospitalismo, pois elas não tiveram esse objeto de amor para perder. O hospitalismo é um caso mais sério e que pode fazer com que o bebê possa até mesmo falecer. Ele não responde a sinais, não consegue se comunicar e se torna apático.

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	Erstellt von Ana Filgueira vor mehr als 6 Jahre