Zusammenfassung der Ressource
Brasil Império(1822-1889)
- Conclusões
- O PIB per capita brasileiro
em 1820 seria comparável
ao mexicano (cerca de 10%
a 20% inferior) e
corresponderia a pouco
mais da metade do nível do
PIB per capita dos EUA
- Em 1890 havia perdido muito terreno:
seria talvez ¾ do nível mexicano,
pouco mais de 1/3 do nível argentino e
pouco mais de 1/5 do nível dos EUA
- Uma taxa de crescimento de 0,3% ou até 0,4% ao ano
para o período imperial como um todo parece
razoável, decorrente essencialmente do crescimento a
1,5-2% da renda per capita da zona cafeeira após
1850, inicialmente no Rio de Janeiro e norte de São
Paulo, e depois dos 1880 em Minas e, especialmente,
no Centro-Oeste Paulista
- A economia cafeeira, e em
menor medida, outros
polos de exportação,
estimularam a criação de
importante infraestrutura,
em especial ferrovias
públicas e privadas
- Entre as ferrovias privadas parte foi
estabelecida por empresários estrangeiros,
parte por capitalistas nacionais
- No final do período imperial, respondendo às demandas da urbanização,
ganhou importância a provisão de serviços públicos urbanos, também
com importante papel do capital estrangeiro
- A industrialização foi incipiente no período imperial
- Finanças públicas
- Dívida pública
- Entre 1824 e 1889, a
dívida externa brasileira
aumentou de £ 5,1
milhões para £ 33,6
milhões
- Cerca de 98% do total no final do Império
correspondia a empréstimos denominados em libras
lançados em Londres e 90% a empréstimos do
governo central
- Despesa
- O nível de despesas do
governo central dependia
em grande medida dos
gastos militares
relacionados a operações
internas e externas
- As despesas dos ministérios
militares corresponderam a 50%
dos gastos totais no fim dos anos
1820 com a guerra da Cisplatina e,
mais ainda, nos anos 1830, com
operações contra os separatistas no
sul do Brasil
- Nos anos mais pacíficos, entre a maioridade e a guerra do
Paraguai, as despesas militares nunca caíram abaixo de 35%, e na
guerra do Paraguai alcançaram 65% dos gastos totais
- Receita
- Houve bastante continuidade das
instituições relacionadas às finanças
públicas entre a colônia e o Brasil
independente
- Ainda em 1831, a legislação relativa a Tesourarias
provinciais fazia referência à contratação de
arrecadação de tributos por meio de leilões, embora
o sistema estivesse fadado a desaparecer, em vista da
eliminação do dízimo e do aumento da importância
da taxação do comércio exterior
- Durante todo o Império a receita do governo central
dependeu crucialmente dos impostos relacionados ao
comércio externo, principalmente sobre importações e
exportações
- Os custos de arrecadar impostos internos eram
muito superiores aos relativos a impostos sobre
comércio exterior, especialmente se o comércio
é por via marítima
- Regimes monetários, câmbio e sistema financeiro
- Câmbio e preços
- O câmbio flutuou de forma significativa
durante o Império, embora em
determinados períodos tenha sido mantido
relativamente constante, notavelmente
nos 1850 e em meados dos 1870 em torno
do par
- Regimes monetários
- Depois da independência, o Banco do
Brasil continuou a emitir cédulas que
constituíam boa parte do meio
circulante
- Em 1829 não existia
praticamente nenhuma
circulação metálica, a não ser
de cobre
- Em vista da grande quantidade de moedas
falsas de cobre, o governo permitiu a sua
substituição, a partir de 1827, por cédulas
- A circulação metálica voltou a ser
importante apenas no fim da
década de 1840, com o reinício da
cunhagem de ouro e de prata em
maiores valores, mas somente até
meados da década de 1860, com
breve recuperação nos dois últimos
anos do império
- O segundo sistema monetário do Império,
envolvendo a quebra do padrão ou aviltamento
(redução do conteúdo do metal precioso das
moedas) da moeda metálica, durou em princípio de
1833 e 1846.
- Comércio exterior
- A importância do Brasil como
economia primário-exportadora pode
ser avaliada com base na sua
participação nas exportações mundiais
totais.
- A estrutura das exportações modificouse
consideravelmente no curso do Império, com
significativa expansão da importância do café,
especialmente antes de 1850, pari passu com a
expansão da participação do Brasil no mercado
mundial do café, que já correspondia à metade
da oferta mundial em meados do século
- Nos anos 1880, com a participação brasileira já em torno de 60% ficaria claro que os competidores asiáticos no mercado
cafeeiro seriam duramente afetados pela ferrugem, abrindo espaço para a expansão espetacular da produção brasileira no
período republicano
- As exportações de borracha
mostraram franca expansão após
1870, representando, já naquela
década, cerca de 5% das exportações
totais
- Na última década do Império a borracha foi o
terceiro principal produto de exportação do
país, respondendo por 8% do total
- O Brasil era então o maior produtor mundial respondendo por mais de 60% da oferta
- Fatores de produção:
capital
- A crescente produção cafeeira gerou
demanda por infraestrutura de exportação,
incluindo ferrovias, portos, cabos
telegráficos submarinos e empresas de
navegação a vapor.
- Em um segundo momento, em meio ao
processo de urbanização,
investimentos expressivos foram
realizados em empresas de serviços
públicos: água, esgotos, gás e, mais
adiante, transporte público, energia
elétrica, telefones.
- Estes investimentos
dependeram em parte da atração
de investimento direto
estrangeiro, essencialmente
britânico até o final do Império
- Além de investimento estrangeiro,
houve investimento considerável do
governo central, de governos
provinciais e de capitalistas
brasileiros, especialmente em
ferrovias.
- Fatores de produção:
terra
- No Brasil, durante o período colonial,
desde a fase das capitanias hereditárias no
século XVI, a propriedade de terras foi
concedida através de sesmarias a um
número limitado de beneficiários
teoricamente com condições de explorá-las
adequadamente, prática que perdurou até o
início do século XIX.
- Até então, uma relação terra-trabalho
elevada nas áreas em que extensas doações
de terra tinham sido feitas pelas autoridades
coloniais fora acompanhada de ampla
utilização de escravos no trabalho agrícola,
caso tipicamente do Nordeste.
- A expansão do cultivo de café
afetou fundamentalmente a
ocupação da terra.
- Em poucas décadas, os fazendeiros de café
receberam, sob a forma de sesmarias até 1822,
compraram ou ocuparam de fato, grande parte do
vasto vale do Paraíba e das áreas vizinhas (nas
províncias do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas
Gerais) em que se observavam condições favoráveis
ao cultivo do café.
- Muitas terras foram ocupadas sem título
legal ao longo do processo de colonização
do Brasil.
- Na realidade, na ausência de legislação clara e
abrangente, a ocupação de novas terras deu-se
através de simples posse, muitas vezes prevalecendo
os mais fortes sobre os mais fracos.
- A coroa imperial perdera o poder
de conceder sesmarias a partir de
1823.
- Durante quase três décadas, a assembléia do
império não aprovou qualquer legislação para
substituir o sistema colonial de concessão de
terras.
- “Lei de Terras”
- Essencial para consolidar a colonização do Sul do
Brasil com base em pequenas propriedades de
imigrantes em terras públicas não previamente
alienadas.
- Fatores de produção:
trabalho
- Imigração: trabalho
assalariado
- Destaca-se o Rio Grande do Sul,
na década de 1820, com 4.856
imigrantes.
- Mais tarde, o governo imperial promoveu a
fundação de Petrópolis no Rio de Janeiro, em
1845, e Santa Isabel no Espírito Santo, em 1847,
com imigrantes alemães.
- A estatística oficial de imigração para o Brasil, que aponta 219.229 entradas brutas entre 1851 e 1870,
envolve subestimação, conforme sugerido pelos dados de emigração dos países de origem.
- A lei provincial de 3.3.1871 permitiu o auxílio a fazendeiros para “importar” trabalhadores europeus, dando
preferência a imigrantes da Europa do Norte, sem grandes conseqüências imediatas.
- Em 1888 e 1889 o governo imperial assinou sete contratos para a entrada de cerca de 775 mil imigrantes nos cinco anos seguintes,
intervenção direta no mercado de trabalho, que criou uma oferta elástica de mão-de-obra estrangeira e que pode ter prejudicado a
absorção de libertos e brasileiros natos pelo setor exportador.
- Atividade
- Serviços
- Setor ferroviário
- partindo-se de pouco mais de 700 km em operação em
1870, mais de 8.000 km foram construídos até 1889
- Mineração
- As atividades de mineração no Brasil
durante o Império – especialmente
de ouro (Minas Gerais) e diamantes
(Minas Gerais e Bahia) – alcançaram
um pico na década de 1850 e depois
declinaram lentamente.
- Indústria
- Havia uma indústria incipiente na década
de 1880, muitas vezes em unidades
pequenas ou até artesanais, incluindo
principalmente processamento de
alimentos, têxtil e vestuário, e bebidas,
respondendo, talvez, por 10% do PIB.
- Agricultura e regiões
- Após a independência, o setor primário respondia por grande
parte do produto interno e das exportações, com predominância
da agropecuária
- Os três principais produtos agrícolas que continuaram ter grande relevância nas
exportações, eram o açúcar, o algodão e o fumo
- Mas em 1830, o café ultrapassa o
açúcar, na questão de principal
produto exportado
- Entre o início e o fim do
Império, a participação das
exportações de café nas
exportações totais aumentou
de menos de 20% para mais de
60%
- O café era produzido inicialmente apenas na
província do Rio de Janeiro e, em menor
medida, no norte de São Paulo.
- O Rio de Janeiro respondia por quase
80% da exportação total
- Na primeira metade dos 1880, as exportações de açúcar alcançaram o
seu pico no período imperial
- A importância do algodão nas exportações totais
brasileiras caiu durante o Império de cerca de 21%
para em torno de 4% das exportações totais.
- A borracha não foi
inicialmente um produto
importante na pauta de
exportações do império.
- Estimativas de produto
- Os dados sobre produto e renda no século XIX são
extremamentes precários, o que leva a estimativas
aproximadas de forma bastante grosseira
- A taxa de crescimento anual do PIB per capita do Brasil é sugerido como
sendo de 0,36% ao ano entre 1800 e 1860, e de 0,40% para o período 1860
a 1910
- Após uma consideração de que o produto per capita ficou praticamente estagnado na primeira
metade do século XIX, e baseando-se em estatísticas do comércio exterior, estimou um
crescimento da renda per capita da região cafeeira de 2,3% entre 1850 e 1900, e uma taxa de
1,5% ao ano para o país como um todo
- População
- A população, no período da Independência, em 1822, era
aproximadamente entre 4,5 e 4,8 milhões, sendo que cerca de
um terço era escrava
- Por volta de 1850, a população
brasileira era aproximadamente 7,5
milhões, sendo que 30% do total
ainda correspondiam à escravos
- Às vésperas da abolição da escravidão, em
1886/87, ainda estavam presentes cerca de 700
mil escravos no população brasileira
- Enquanto por volta da independência o número correspondente a
quantidade de escravos era aproximadamente igual ao número no
Nordeste e no Sudeste, o total de escravos na região cafeeira
(Sudeste) já era 75% mais elevado do que no Nordeste em 1872, e
cerca de 133% mais elevado em 1886-87
- Um levantamento estatístico detalhado, em 1821, revelou
população total de 112.695 habitantes na ''Corte'', ou seja,
na cidade do Rio de Janeiro
- O Rio era o maior centro urbano com 275 habitantes