Zusammenfassung der Ressource
Anibal Quijano - Colonialidade do
poder, Eurocentrismo e America Latina.
- Sobre Anibal Quijano
- Nasceu em 17 de novembro de 1930, em Yanama, Peru.
- Faleceu em 31 de maio de 2018, em Lima, Peru
- Fundador do primeiro Programa de Sociologia do Peru, em 1962, na
Universidade Nacional Agraria de La Molina (UNALM).
- Desde suas origens, o Departamento de Sociologia e a FECS posicionaram-se de maneira crítica, com
respeito à ordem estabelecida no Peru, exercendo influência na formação da opinião pública nacional.
- Em 1964, Quijano foi expulso da FECS por conta de posicionamentos críticos que
criaram ressentimentos em setores hegemônicos da UNALM.
- Contribuição para as Relações
Internacionais.
- O que ele pesquisava/teorizava?
- Quijano possuia interesse em questões culturais e raciais que culminaram na violenta desigualdade
econômico-social. Em sua obras torna evidente que, no âmbito social interno americano e mundial,
tais questões apareceram como consequência da conquista e destruição da América Indígena pela
Europa, no período de origem do capitalismo moderno. Essa premissa é fundamental para a
construção de seu conceito de Colonialidade, como a outra face - desconhecida e obscura - da
Modernidade. Trata-se de conceito de longa duração, pois continua marcando a história das
sociedades atuais.
- Principais
obras.
- Colonialidad y modernidad (1992)
- La modernidad, el capital y América Latina nacen en el mismo dia (1995)
- Colonialidad del poder y clasificación social (2000)
- Modernidad, identidad y utopia (1988).
- Colonialidad del poder, eurocentrismo y América Latina (2000)
- ¿Bien vivir?.9Entre el “desarrollo” y la Des/ Colonialidad del poder (2010)
- Um dos membros fundadores do grupo
Modernidade/Colonialidade
- Em 1964, tornou-se professor dada Universidad Nacional Mayor de San Marcos.
- Pouco depois, foi nomeado para uma posição na Divisão de Assuntos Sociais da Comissão
Econômica para América Latina (Cepal), no Chile
- Fundou a revista acadêmica: Sociedad y Política. Revista de Análisis y Debate Político (1972-1983) que
impactou os meios políticos e de pesquisa econômico-social peruana.
- Sobre a obra.
- I. A América e o novo padrão de poder mundial.
- Raça, uma categoria mental da modernidade.
- A formação de relações sociais fundadas nessa idéia, produziu na América identidades sociais historicamente novas:
índios, negros e mestiços, e redefiniu outras.
- Tais identidades foram associadas às hierarquias, lugares e papéis sociais correspondentes, com constitutivas
delas, e, conseqüentemente, ao padrão de dominação que se impunha
- Termos como espanhol e português - mais tarde europeu - que até então indicavam apenas procedência geográfica ou
país de origem, adquiriram também, uma conotação racial - Branco.
- Na América, a idéia de raça foi uma maneira de dar legitimidade às relações de dominação impostas pela conquista. A expansão do
colonialismo europeu ao resto do mundo conduziram à elaboração da perspectiva eurocêntrica do conhecimento e com ela à
elaboração teórica da idéia de raça como naturalização dessas relações coloniais de dominação entre europeus e não-europeus.
- Colonialidade do poder e capitalismo mundial
- Raça e divisão do trabalho, foram estruturalmente associados e se reforçam
mutuamente muito embora não sejam conceitos dependentes entre si.
- Assim, cada forma de controle do trabalho esteve articulada com uma raça particular
- Brancos - Assalariados
- Negros - Escravização
- Indios - Servidão
- Novo padrão de poder mundial e nova inter-subjetividade mundial.
- Já em sua condição de centro do capitalismo mundial, a Europa não somente tinha o controle do mercado
mundial, mas pôde impor seu domínio colonial sobre todas as regiões e populações do planeta,
incorporando-as ao “sistema-mundo” e a seu padrão específico de poder.
- Re-identificação hitórica/ Novas identidades geoculturais.
- América
- Europa
- Ásia
- Africa
- Oceania
- A categoria Oriente foi elaborada como a única com dignidade suficiente
para ser o Outro, ainda que por definição inferior, de Ocidente
- A Europa concentrou sob sua hegemonia o controle de todas as formas de controle da
subjetividade, da cultura, e em especial da produção do conhecimento.
- Expropriaram das populações colonizadas – entre seus descobrimentos culturais –
aqueles que resultavam mais aptos para o desenvolvimento do capitalismo em
benefício do centro europeu.
- Reprimiram - em variáveis medidas de acordo com os casos - as formas de
produção de conhecimento dos colonizados, seus padrões de produção de sentidos, seu universo
simbólico, seus padrões de expressão e de objetivação da subjetividade.
- A questão da modernidade.
- O notável disso não é que os europeus se imaginaram e pensaram a si mesmos e ao restante da
espécie desse modo mas o fato de que foram capazes de difundir e de estabelecer essa perspectiva
histórica como hegemônica dentro do novo universo intersubjetivo do padrão mundial do poder.
- Um novo conceito de modernidade que leva em consideração a intersubjetidade.
- 1 - O atual padrão de poder mundial é o primeiro efetivamente
global da história conhecida.
- É o primeiro em que cada um dos âmbitos da existência social estão articuladas todas as formas
historicamente conhecidas de controle das relações sociais
- 2 - É o primeiro em que cada uma dessas estruturas de cada âmbito de
existência social, está sob a hegemonia de uma instituição produzida dentro
do processo de formação e desenvolvimento deste mesmo padrão de poder
- No controle do trabalho, está a empresa capitalista.
- No controle da autoridade, o Estado-Nação
- No controle do sexo, a familía burguesa.
- No controle da intersubjetividade, o eurocentrismo
- II. Colonialidade do poder e eurocentrismo
- Perpectiva de conhecimento.
- Colonial/Moderno
- Capitalista
- Eurocentrismo, consolidou-se por volta do séc.
XVII
- Eurocentrado
- História unilinear e
unidirecional.
- Evolucionismo/Dualismo
- Europeu e não Europeu
- Redução dos povos por uma Identidade racial colonial negativa.
- Indigenas
- Incas
- Maias
- Astecas
- Chimús
- Aimarás
- Negros
- Zulus
- Iorubás
- Achantes
- Congos
- Bacongos
- A história do poder colonial teve duas implicações.
- Esses povos foram despojados de suas próprias identidades históricas
- A nova identidade racial, colonial e negativa, implicava o despojo de seu lugar na história da produção
cultural da humanidade. Daí em diante não seriam nada mais que raças inferiores, capazes somente de
produzir culturas inferiores.
- Raça como critério básico de classificação social
universal da população do mundo.
- Mito da moderdidade
- Idéia do estado de natureza como ponto de partida do curso civilizatório cuja culminação é a civilização
européia ou ocidental e ao mesmo tempo atribuíam ao restante da espécie o pertencimento a uma
categoria, por natureza, inferior e por isso anterior.
- Corpo/ Não Corpo
- Objetificação do "corpo" como "natureza".
- Na perspectiva eurocêntrica, certas raças são condenadas como “inferiores” por não serem sujeitos
“racionais”. São objetos de estudo, “corpo” em conseqüência, mais próximos da “natureza”. De acordo
com o mito do estado de natureza, algumas raças como os negros (ou africanos), índios, oliváceos,
amarelos (ou asiáticos), estão mais próximas da “natureza” que os brancos.
- Afetou também as relações sexuais de dominação, a partir dessa
ideia, o lugar das mulheres das ditas "raças inferiores" ficou
estereotipada junto aos outros corpos.
- Etnocentrismo.
- Capital/Capitalismo
- Todas as formas de trabalho conhecidas serviram ao capitalismo.
- Do ponto de vista eurocêntrico, reciprocidade, escravidão, servidão e produção mercantil independente são todas
percebidas como uma seqüência histórica prévia à mercantilização da força de trabalho. São portanto,
incompátiveis com o capital.
- Contudo, na América essas formas de trabalho não emergiram numa seqüência histórica unilinear; nenhuma delas foi
uma mera extensão de antigas formas pré-capitalistas, nem foram tampouco incompatíveis com o capital.
- O capital existiu muito tempo antes da América. Porém, o capitalismo apenas tornou-se esse sistema de
relações de produção, isto é, a heterogênea engrenagem de todas as formas de controle do trabalho e de
seus produtos sob o domínio do capital, após a emergência da América.
- III. Eurocentrismo e experiência histórica na América Latina
- Perpectiva Eurocêntrica = Espelho que distorce tudo que reflete de forma parcial e distorcida.
- A tragédia aqui é que todos fomos conduzidos, sabendo ou não, querendo ou não, a ver e aceitar aquela
imagem como nossa e como pertencente unicamente a nós. Dessa maneira seguimos sendo o que
não somos. E como resultado não podemos nunca identificar nossos verdadeiros problemas, muito
menos resolvê-los, a não ser de uma maneira parcial e distorcida.
- Eurocentrismo e a questão nacional.
- Estado-Nação como processo de colonização.
- Duplo movimento histórico.
- Começou como uma colonização interna de povos com identidades diferentes, mas que habitavam os mesmos territórios
transformados em espaços de dominação interna, ou seja, nos próprios territórios dos futuros Estados-nação.
- Paralelamente à colonização imperial ou externa de povos tinham identidades diferentes das dos colonizadores, mas
que habitavam territórios diferentes dos futuros Estados-nação dos colonizadores.
- Um Estado-Nação forte não é suficiente para homogeneizar a identidade nacional.
- Caso bem sucedido:
França
- Através da democratização radical das relações sociais e políticas com a Revolução Francesa, o prévio colonialismo interno
evoluiu para uma “afrancesamento” efetivo, ainda que não total, dos povos que habitavam o território da França,
originalmente tão diversos e histórico-estruturalmente heterogêneos quanto a Espanha.
- Caso mal sucedido: Espanha.
- Após expulsão de Mulçumanos e Judeus deixou de ser produtiva e próspera para transformar-se em correia
de transmissão dos recursos da América aos centros emergentes do capital financeiro mercantil.
- Admitir ou negociar alguma democratização da sociedade e do Estado foram derrotadas,
em especial a revolução liberal de 1810-12. Deste modo, o colonialismo interno e os padrões
senhoriais de poder político e social, combinados, demonstraram ser fatais para a
nacionalização da sociedade e do Estado espanhóis,
- Certificado de limpeza de
sangue
- A Monarquia hispanica dedicou-se a uma política bélica em busca da expansão de seu poder
senhorial na Europa, ao invés de uma hegemonia sobre o mercado mundial e o capital comercial e financeiro
como fizeram mais tarde a Inglaterra ou a França.
- Toda sociedade é uma estrutura de poder. É o poder aquilo que articula formas de
existência social dispersas e diversas numa totalidade única, uma sociedade.
- Deveria possuir instituições modernas de cidadania e
democracia política mas não é caso da América.
- O Estado-Nação na América: Estados Unidos.
- Melting pot
- Imigrantes Europeus.
- Imigrantes da America Látina ou Ásia.
- Democratização/ Participação política.
- Exclusão de indios e negros desse processo.
- Estado Independente e sociedade colônial.
- Homogeneização baseada no extermínio.
- A minoria branca no controle dos Estados independentes e das sociedades
coloniais não poderiam ter tido nenhum interesse social
comum com os índios, negros e mestiços. Nesse caso, nenhum interesse
nacional comum.
- Interesses antagônicos: dado que seus privilégios compunham-se
precisamente do domínio/exploração dessas gentes
- + alinhados com interesses europeus.
- Dependência histórico-estrutural
- O processo de independência dos Estados na América Latina sem a descolonização da sociedade,
não foi um processo em direção ao desenvolvimento dos Estados-nação modernos, mas uma
rearticulação da colonialidade do poder sobre novas bases institucionais
- 4 trajetórias históricas e linhas ideológicas acerca do
problema do Estado-nação na América.
- 1. Um limitado mas real processo de descolonização/democratização
através de revoluções radicais no México e na Bolívia que começou a ser
derrotado na década de 60 e entrou em crise em 70.
- 2. Um limitado mas real processo de homogeneização colonial (racial),
como no Cone Sul (Chile, Uruguai, Argentina), por meio de genocídio
massivo da população aborígene.
- 4. A imposição de uma ideologia de “democracia racial” que mascara a
verdadeira discriminação e a dominação colonial dos negros, como no
Brasil, na Colômbia e na Venezuela.
- 3. Uma sempre frustrada tentativa de homogeneização cultural através do
genocídio cultural dos índios, negros e mestiços, como no México, Peru,
Equador, Guatemala-América Central e Bolívia.