Zusammenfassung der Ressource
Globalização: As Consequências Humanas - BAUMAN
- Introdução
- Globalização
- Para alguns, é o que devemos fazer se quizermos ser felizes
- Para outros, é a causa da nossa infelicidade
- Para todos, é o destino irremediável do mundo.
- A globalização tanto divide como une.
- O que para alguns parece globalização, para outros significa
localização; o que para alguns é sinalização de liberdade, para
outros é um destino indesejado e cruel.
- A imobilidade não é uma opção realista
num mundo em permanente mudança.
- Alguns tornam-se globais
- Outros se fixam na sua "localidade"
- Ser local é sinal de privação e
degradação social.
- Espaços públicos removidos para
além do alcance da vida localizada
- Progressiva segregação espacial,
separação e exclusão
- Polarização entre ricos X pobres, "normais"
X anormais, nômades X sedentários
- 1. Tempo e Classe
- Considera a ligação entre a
natureza historicamente mutável
do tempo e do espaço e o padrão e
a escala de organização social
- "A companhia pertence às pessoas que nela investem, não
aos seus empregados, fornecedores ou à localidade em que
se situa" Albert J. Dunlap
- Último quarto do século XX: Independência em relação ao espaço (local)
- Mudança de local da Companhia: Empregados
terão dificuldade de acompanhá-la, da mesma
forma fornecedores e a comunidade. Por outro
lado, para os acionistas, está questão é indiferente.
- A companhia é livre para se mudar, mas as
consequências da mudança estão fadadas a
permanecerem. Quem for livre para fugir da
localidade é livre para escapar das consequências.
- A mobilidade tornou-se o fator de estratificação mais poderoso e mais cobiçado
- Topo da cadeia de mobilidade pode ser comparado ao "Proprietário ausente"
- Porém, o "Proprietário Ausente" de
terras não tinha tanta mobilidade
(preso às áreas de terra)
- II) Liberdade de movimento e autoconstituição das sociedades
- Fim da Geografia: as distâncias já não importam
- A distância é um produto social
- Próximo: é um espaço dentro do qual a pessoa
sente-se a vontade.
- O que não é problemático
- Longe: é um espaço onde se penetra apenas
ocasionalmente
- Estar longe significa
estar com problemas
- Longe-Perto = Certeza X Incerteza;
Autoconfiança X Hesitação
- Quem isola-se (está longe), necessita de
um grande esforço para comunicar-se.
Isto gera o conceito de comunidade local.
- Facilidade na comunicação interna (wetware) e
dificuldade na comunicação externa (intercâmbio
entre comunidades)
- A distância é mais impiedosa e tem efeitos
psicológicos mais profundos do que nunca.
- Informação viaja de forma
independente ao seu portador físico
- A Internet pôs fim à própria noção de viagem,
tornando a informação instantaneamente
disponível em todo o planeta
- III) Nova Velocidade, Nova
Polarização
- Em vez de homogeneizar a condição
humana, a anulação das distâncias
temporais/espaciais tende a polarizá-la
- Para algumas pessoas ela (facilidade de
mobilidade)possibilita uma liberdade sem
precedentes, para outras, a impossibilidade de
libertar-se de sua localidade.
- Informação flui independente da mobilidade de seus
portadores (trem, navio, avião)
- Ágoras cada vez mais raros em virtude da virtualização de espaços e do direcionamento ao invidual
- Ágora: praça principal das cidades gregas
- Áreas públicas tornam-se restritas a quem podem pagar por elas.
- A nova fragmentação do espaço da cidade,
o encolhimento e desaparecimento do
espaço público, a separação e segregação.
Acima de tudo, a extraterritorialidade da
nova elite e a territorialidade forçada do
resto.
- Para as elites os espaços
ricos em cultura, para o
resto, os guetos
- Locais de encontros onde se construíam as normas. Hoje os
shoppings são os locais de encontro, mas não são projetados
para o diálogo e sim para o consumismo
- Uma sociedade despojada de espaços públicos
dá pouca chance para que as normas e valores
sejam debatidas
- 2. Guerras Especiais: Informe de Carreira
- Trata dos estágios sucessivos das
guerras modernas pelo direito de
definir e impor o significado do espaço
comum
- I. A batalha dos mapas
- Necessidade do Estado de estabelecer
métricas padronizadas de medida
- O mundo se vendo de
uma única forma. Visão
globalizada
- Panóptico: prisão circular, onde um
observador central poderia ver todos os
locais onde houvesse presos
- Michel Foucault
- II. Do mapeamento do espaço à especialização dos mapas
- Regras urbanísticas: cada tribo irá ocupar um distrito
separado e cada família um apartamento separado
- A cidade perfeita:
Morelly (1755)
- Admirável mundo
novo?
- Sévariade (Baczko). A mais bela cidade do mundo.
- Cidade literária utopista
- implica uma total rejeição da
história e uma demolição de
todos os seus vestígios palpáveis
- Ex.: Oscar Neimeyer e a construção de Brasília
- Síndrome de "brasilite"
- Ausência de
multidões
- Esquinas vazias
- Anonimato dos lugares e das pessoas
- Brasília era um espaço perfeitamente
estruturado para a instalação de
homúnculos nascidos e alimentados em
tubos de ensaio
- Do ponto de vista da administração
espacial, modernização significa
monopolização dos direitos
cartográficos
- O monopólio é muito mais fácil de alcançar se o
mapa antecede o território mapeado
- O mapa torna-se uma moldura nas
quais as realidades urbanas ainda a
surgir devem ser traçadas.
- III. Agorafobia e o
Renascimento da
Localidade
- Declínio do homem público
- Sempre que foi empreendida a tentativa de
homogeneização do espaço urbano, de torná-lo
lógico, funcional, redundaram na desintegração
das redes protetoras tecidas pelos laços
humanos, na experiência fisicamente
devastadora do abandono e da solidão.
- O segredo primordial de uma boa cidade é a
oportunidade que ela dá às pessoas de
assumir responsabilidade por seus atos, numa
sociedade imprevisível
- Os homens jamais podem se tornar bons simplesmente
seguindo as boas ordens ou os bons planos dos outros
- As pessoas moralmente maduras são aquelas que
cresceram a ponto de precisar do desconhecido, que
aprenderam a amar a alteridade (relações de contraste).
- Cidades americanas: comunidades locais uniformes,
segregadas dos pontos de vista racial, étnico e de classe.
- similaridade visual e de comportamento.
- Conformidade X Intolerãncia
- fobia por segurança.
Isolamento. Casas muradas e
isoladas das demais
- Não há preocupação com
a segurança da cidade,
mas com a segurança
pessoal.
- Os muros construídos outrora em volta das cidades, são construídos agora em volta das casas
- Ao invés da união, o evitamento e a separação
- IV. Existe vida depois do Panóptico???
- centro penitenciário ideal desenhado pelo filósofo Jeremy Bentham em 1785.
O conceito do desenho permite a um vigilante observar todos os prisioneiros
sem que estes possam saber se estão ou não sendo observados.
- Disciplinar mantendo-se uma ameaça constante, real e palpável de punição
- Fazer os súditos acreditarem do olhar onipresente de seus superiores, impedindo desvios de comportamentos.
- Panóptico não permite espaços privados opacos
- Cidade de Zamiatin: (NÓS) as casas eram de vidro
- Cidade de Orwell (1984): toda casa tem uma tv
que não pode ser desligada e que não se sabe
quando ela é usada como câmera pela emissora.
- As técnicas panópticas desempenharam
importante papel na passagem dos
mecanismos de integração de base local
(capacidades naturais dos olhos e
ouvidos), para a integração supralocal
(administradas pelo estado fora do
alcance das capacidades naturais)
- A virtualização da identidade é uma versão
ciberespacial do Panóptico. (SINÓPTICO)
- Somos constantemente vigiados
- Com uma diferença: os vigiados, fornecendo os dados a
armazenar, são fatores primordiais da vigilância
- Banco de Dados X Panóptico
- O banco de dados é um instrumento de
seleção, separação e exclusão. Ele segura na
peneira os globais e deixa passar os locais
- 3. Depois da Nação-Estado, o quê?
- Trata das perspectivas da
soberania política
- Antes a nação e as cidades controlavam suas riquezas,
agora abre-se uma divisão entre Estado e economia.
- A economia move-se mais rápido que o Estado
- Com a velocidade, emancipa-se em relação ao espaço (localização)
- Empresas Supranacionais - Multinacionais
- As forças transnacionais são anônimas. Não forma um sistema ou ordem unificados.
São um aglomerado de sistemas manipulados por atores muitas vezes invisíveis
- Definhamento das nações-estado. A nova "desordem mundial"
- Especialmente após o fim dos grandes
blocos políticos (socialismo X capitalismo)
- O mundo era dividido em dois. Sua
totalidade era composta pelas duas partes
- Com o fim dos blocos políticos o mundo não parece mais
uma totalidade, e sim, um campo de forças dispersas.
- Ninguém parece estar no controle
- O Estado estabelecia as normas e regras que ditavam os rumos dos negócios e da nação
- I) Universalizando ou sendo globalizado?
- A globalização não diz respeito ao que todos nós esperamos fazer ou desejamos; diz respeito ao que está acontecendo com todos nós.
- Antes o Estado era soberano e normatizador. As políticas globais
preocupavam-se com as poucas questões supraestatais
- Base no TRIPÉ
- Soberania Militar
- Soberania Econômica
- Soberania Cultural
- Agora o Estado perde cada vez mais sua soberania em prol de formações supraestatais.
- II) A Nova Expropriação: Desta vez do Estado
- Foi retirada do Estado a função de manter um equilíbrio dinâmico entre consumo e produtividade
- Limites de importação e exportação
- Difícil manter a distinção até de "interior e exterior" do Estado (fora do sentido geográfico).
- O tripé da soberania foi abalado nos 3 pés
- A perna econômica foi a mais afetada
- Estados fracos podem ser facilmente reduzidos ao papel de distritos policiais locais que garantem
um nível médio de ordem necessária para a realização de negócios pelas empresas globais
- O padrão dominante pode ser descrito como "afrouxamento" dos freios.
- É cada vez mais difícil reunir questões sociais numa efetiva ação coletiva
- III)A Hierarquia Global da Modernidade
- Estratégia de dominação: Deixar a máxima liberdade de manobra ao dominante e
impor as restrições mais estritas possíveis de decisão ao dominado
- Presenciamos hoje um processo de reestratificação mundial, com uma
nova hierarquia sociocultural em escala planetária
- A globalização é muito benéfica para poucos e marginaliza 2/3 da população mundial
- A globalização deu mais oportunidades
aos ricos de ganhar dinheiro mais rápído.
- Em virtude da capacidade de mobilidade.
- Isto é camuflado de 3 maneiras:
- A pobreza é culta da falta de iniciativa do pobre. Maiores locais de
fome são também os de maiores oportunidades (Tigres asiáticos)
- Reduzir a probreza apenas a FOME.
- Ignorar condições de
moradia, analfabetismo, etc.
- Associar a habitantes locais distantes as cenas de barbárie, guerras e fome.
- Negação da possibilidade de migração dos famintos para
onde há comida. Fatos acontecidos atualmente na EUROPA.
- 4. Turistas e Vagabundos
- Avalia as consequências
culturais das
transformações
anteriormente citadas
- Cultura do consumismo.
- Objetos de desejo que logo são substituídos por outros
- I) Ser Consumidor numa Sociedade do Consumo
- Sociedade Moderna (Produtores) X Sociedade Pós-Moderna (Consumidores)
- O cidadão tem o dever de assumir o papel de consumidor, na atual sociedade
- Questionamento da Sociedade Moderna: Se trabalha para viver ou se vive para trabalhar???
Questionamento da sociedade pós-moderna: Se consome para viver ou se vive para consumir?
- Nada deve exigir um compromisso por um consumidor: "até que a morte nos separe"
- Presentismo: Satisfação imediata sem a necessidade de aprendizado
- Consumidores devem ser impacientes, impetuosos, indóceis e facilmente instigáveis
- A cultura da sociedade do consumo envolve o ESQUECIMENTO, não o aprendizado
- Consumidores são, acima de tudo, acumuladores de sensações.
- O desejo não deseja a
satisfação. O desejo
deseja o desejo.
- Consumidor está sempre em movimento. Viajar é melhor do que chegar.
- II) Movemo-nos Divididos
- Todo mundo pode desejar ser um consumidor, mas nem todos têm o recurso para sê-lo.
- O que determina a estratificação na sociedade do consumo é o grau de mobilidade do consumidor
- Ex.: Recursos para sair do subúrbio e mudar-se para o centro.
- Primeira Classe: a mobilidade oferece o global (real ou virtual).
Segunda Classe: restrita a um cenário cada vez mais local
- III) Movendo-se no mundo
'X', o Mundo que se Move
- Primeira Classe - TURISTAS: movem-se em busca de
oportunidades, seja a trabalho ou por lazer (mobilidade)
- Segunda Classe - VAGABUNDOS: movem-se por serem empurrados,
rejeitados. Movem-se por não ter outra opção suportável
- Sinal verde para os turistas, sinal vermelho para os vagabundos
- IV) Unidos para o Melhor ou para o Pior
- Tanto turistas quanto vagabundo são consumidores
- Mas o vagabundo é um consumidor frustrado.
- Indesejado pela atual
sociedade
- Para a sociedade atual, nada pior do que a sensação de se estar satisfeito com o que tem
- A instabilidade do cenário pode fazer o turista virar vagabundo e vice-versa de uma hora para outra.
- O turista deseja um mundo sem vagabundo. Mas o prazer do turista
está na negação do vagabundo e, portanto, na sua existência
- O mundo dos viajantes precisa de Turistas e Vagabundo para existir.
- 5. Lei Global, Ordens Locais
- Explora as expressões
extremas da polarização
Global X Local.
- I) Fábricas de Imobilidade
- As Casas Panópticas (prisões) eram fábricas de trabalho disciplinado.
- Buscavam produzir homens saudáveis, moderados no comer, acostumados ao trabalho, com
vontade de ter um bom emprego, capazes do próprio sustento e tementes a Deus
- Desde do início foi e continua sendo altamente discutível se as casas de
correção conseguiram reabilitar os internos ao convívio social
- Busca da classe neoliberal pela extinção de direitos trabalhistas
- A marca do excluído na era da compreensão espaço-temporal é a imobilidade
- A prisão de Pelican Bay (Califórnia) é um laboratório da sociedade
globalizada no qual são testadas as técnicas de confinamento espacial
do refugo da globalização e explorados seus limites
- II) Prisões na idade da
pós-correção
- As prisões são logicamente falhas e empiricamente sem sustentabilidade
- Há amplos setores da população visados como uma ameaça à ordem social e sua expulsão
forçada através da prisão é tida como um meio eficiente de neutralizar a ameaça.
- Nos EUA 2% da população está na prisão
- Crescimento em praticamente todos os países
- Crescimento universal, causas universais
- causa: preocupação com a lei e a ordem
- Não estaria o autor
influenciado por sua
realidade local?
- III) Segurança: Meio Papável, fim ilusório
- Combater o crime traz mais mídia que combater sua causa.
- A atenção localizada sobre um "ambiente seguro" é exatamente
o que as "forças do mercado" querem dos governos
- Governos assumem o papel de pouco mais do que
distritos policiais superdimensionados
- Segurança representa confiança para
os investidores
- A mobilidade é fator primordial para a
sociedade do consumo
- As pessoas que cresceram numa cultura de alarmes contra
ladrões tendem a ser entusiastas das sentenças de prisão
- IV) O Fora de Ordem
- O sistema penal ataca a base e não o topo da sociedade
- Os crimes de colarinho branco são difíceis de detectar
- As ordens são locais e a nova elite é
global, portanto,fora da ordem
- A mobilidade
permite a fuga.
- Nâo quer dizer que não existam verdadeiros criminosos; significa que
a rejeição/exclusão praticadas através do sistema penal é parte
integrante da produção social do crime e que sua influência não pode
ser claramente separada das estatísticas gerais de incidência criminal