Motivo para Santidade por John White

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Texto produzido por John White e traduzido e disponibilizado por Editora Fiel
Alexandre Almeida
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Alexandre Almeida
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Motivo para Santidade John White 10 de Julho de 2003 - Crescimento Artigo “A santidade é algo útil. Se você for santificado, o povo será atraído às suas reuniões, e conseguirá melhores resultados. Deus não pode usar um ‘vaso impuro’. Portanto, deixe que Ele examine e purifique sua vida. Você colherá como benefícios a paz de coração e maior sucesso no trabalho de Cristo. Talvez você possa até começar um avivamento...” Provavelmente ninguém lhe fez declarações como estas, assim tão abruptamente, porém muitos costumam fazê-las de maneira indireta. Em alguns aspectos, este argumento nos lembra a afirmação de Dale Carnegie: “Aprenda a ser bondoso. Isto é algo útil. Você ganhará amigos, influenciará as pessoas e obterá sucesso na vida!” No entanto, o erro deste argumento está em seu apelo a motivos egoístas, sendo exatamente neste aspecto que ele e as palavras de Dale Carnegie são muito semelhantes à atitude moderna para com a santidade de vida. Alguns nos dizem: “Seja santo e você será mais útil”. Mas Deus nos aconselha apenas: “Seja santo, porque Eu sou santo”. Pureza de coração não é a moeda com a qual negociamos com Ele, em troca de bênçãos. Infelizmente, muitos de nós pensamos ou agimos como se isto fosse verdade. Alguns de nós, conservando-nos corajosamente ao lado da brilhante multidão cristã, perdemos secretamente toda esperança de ser usados por Deus. Lutamos arduamente contra o pecado, a fim de viver uma vida cristã mais eficiente. Vivendo em uma era de pragmáticos e rodeados por livros que versam principalmente sobre o assunto de como viver a vida cristã, fomos ensinados a adorar os resultados mais do que o Doador dos resultados. Procuramos a pureza como um meio para alcançar um fim, e não como um fim em si mesmo. Isto, por sua vez, nos fez crescer no legalismo, como se estivéssemos sendo caçados por motivos condenadores. Temos barateado a santidade (vendo-a como algo que podemos usar e não como um atributo de Deus) e, assim, perdemos a alegria e a maravilha de recebê-la gratuita e livremente, em Cristo. Se a santidade se torna uma moeda para negociarmos com Deus, o respeito próprio exige que, em certo sentido, obtenhamos essa moeda. Você não pode negociar com Deus para obter aquilo que lhe foi dado gratuitamente. Mas, inconscientemente (quer seja por esforço pessoal, quer seja por um “se Deus quiser”), você procura estabelecer crédito com Deus. E, quanto mais você se esforça, mais a verdadeira santidade foge de você. Em sua luta inútil, tanto pela santidade como pelo “sucesso” cristão, tragicamente você não consegue nada, vendo-se sobrecarregado com sentimentos de culpa e derrota. A situação se torna mais complexa quando você pergunta a si mesmo o que significa ser “usado”. Significa que seus livros serão bem vendidos? Que seu movimento cristão ou que o rol de membros de sua igreja aumentará? Que as pessoas dirão o quanto foram edificadas e abençoadas por suas mensagens? Que sua agenda estará cheia de compromissos? Até pessoas incrédulas poderiam reivindicar tudo isso e muito mais. Aquilo ao que por vezes nos referimos como “o selo da benção divina” pode não ser nada mais do que um tributo às técnicas de marketing ou às nossas próprias capacidades.

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Não é totalmente correto dizer que você será “abençoado” ou “usado” de conformidade com o grau de sua santidade. Considere Jacó, por exemplo. Deus havia decretado que Jacó seria abençoado. Ele ganharia ascendência sobre Esaú e lavaria adiante a linhagem escolhida. O fato de Jacó haver mentido e enganado, para “ganhar” as promessas, não o fez perdê-las, visto que Deus, já havia determinado que ele as possuiria. Jacó não herdou as promessas por ser mais merecedor. Seu pecado não interrompeu o plano divino, assim como a sua obediência não serviu de um auxílio para este plano. O que Jacó perdeu foi a comunhão pessoal com Deus, além de sofrer, desnecessariamente, ansiedade e tensão por muitos anos de sua vida. Outro dia, alguém me disse: “Você não pode estar certo a respeito de Fulano! Se Deus o está usando para ganhar almas, ele não pode estar vivendo em pecado”. Entretanto, aquela pessoa estava enganada. Não quero apresentar ilustrações extraídas da vida moderna, pois corremos o risco de fazer com que sujeiras se espalhem. Todavia, a verdade é que pecadores podem ser ganhos para Cristo — às vezes, em grande número — por um homem que mais tarde é descoberto como alguém que estava “vivendo em pecado” ou sonegando impostos. (A maior parte dos obreiros cristãos pode testemunhar isso.) Estas afirmações nos perturbam. Nossa tendência é pensar que tal homem nunca foi usado de maneira alguma e que todo o seu trabalho foi uma ilusão. No entanto, não podemos resolver este assunto assim tão facilmente. Parece que um trabalho espiritual genuíno foi realizado. Podemos apenas dizer (sentindo-nos insatisfeitos com isso): “Bem, Deus é soberano!” Parte de nossa dificuldade surge de uma atitude errônea quanto ao assunto de ser “usado” por Deus. Raramente não sentimos em nosso íntimo certa lisonja, quando Deus nos usa. Ser “abençoado” e “usado” é uma espécie de recompensa. Traz consigo apreciação e distinção, embora, naturalmente, tenhamos de permanecer “humildes”. Visto que nosso mundo está repleto de pessoas famosas e celebridades, cria- mos também um mundo cristão repleto de celebridades evangélicas, que ganharam esse lugar entre nós por causa de uma dedicação mais profunda ou porque “andaram mais perto de Deus”. Portanto, em nossa lógica achamos que, se um homem não “merece” ser usado, é injusto que ele seja distinguido por Deus. Vemos tudo do ponto de vista de nossa cultura cristã de celebridades, e não do ponto de vista da glória e do plano de Deus. No entanto, existe uma objeção ainda mais profunda. Será que Deus não está comprometendo sua própria santidade, quando “usa” e “abençoa” uma pessoa pecaminosa? De modo nenhum! A atitude divina para com o pecado permanece implacavelmente hostil. Deus odiava o pecado de Jacó, mas continuou a lidar com ele, até fazendo-o prosperar. Ele odeia o pecado, embora, em sua graça, possa abençoar o pecador e, para sua glória, continuar usando-o. É neste ponto que se encontra o verdadeiro perigo desta crença errônea. Você pode imaginar que Deus o está usando e permanecer tranqüilo, pensando que em sua vida não existe nada “elevado” que Deus rejeita. Esta é uma hipótese ilógica. Em certa ocasião, um jovem missionário testemunhou da grande bênção espiritual que outro missionário havia sido para ele. Dois meses mais tarde, o missionário que era uma “grande bênção” foi descoberto como alguém que tinha roubado sistematicamente os re- cursos financeiros da missão, durante vários meses. Talvez você não esteja roubando ou cometendo adultério. Mas, quão éticas são as suas relações com os outros? Você pode imaginar que a comparação é irrealista. Se você roubou, sua própria consciência lhe fará passar por um tempo difícil. Provavelmente isso já está acontecendo. O fato admirável sobre o missionário que era uma “grande bênção” é que ele se mostrou incapaz de ver seu próprio erro. Não sei o que se passava no íntimo dele. No entanto, ele conseguiu justificar-se a seus próprios olhos. Talvez você não seria tão bem-sucedido como ele em justificar-se, se tivesse de roubar. Mas é provável que você esteja fazendo um “bom serviço”, mesmo encobrindo outro erro moral. Deus o está usando, portanto... Por outro lado, você pode estar se sentindo infeliz, porque Deus não o está usando mais, e se atormentando, até descobrir uma mancha escondida. E, depois da descoberta, ficará desconcertado, quando não for grandemente “usado”. Sua utilidade é um termômetro falível de sua condição espiritual.

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Não me compreenda mal. Ao invés de afirmar que o pecado não tem importância, estou dizendo que ele é mais importante do que procuramos admitir. O pecado não é simplesmente algo que impede o homem de progredir em sua “carreira cristã”; é uma ofensa contra Deus, um insulto ao seu nome. O pecado faz com que os anjos chorem e os demônios exultem. Tampouco é verdade dizer que o pecado não tem qualquer efeito em sua vida cristã. Você ainda pode ser usado, embora também exista a tendência de que não o seja. Você não terá comunhão com Deus, nem será “vitorioso”. Você não pode brincar com o pecado e, ao mesmo tempo, vencê-lo, ainda que às vezes seja esperto e camufle a derrota. “Quem subirá ao monte do SENHOR? Quem há de permanecer no seu santo lugar?” A tragédia é que desenvolvemos um senso distorcido de valores, de modo que, em nosso coração, estamos mais preocupados em ser “usado” ou “ter um testemunho eficiente” do que em ser santificado e ter comunhão com Deus. Muitos de nós se importam mais em ter uma vida cristã bem-sucedida do que em subir ao monte do Senhor. Embora odiemos admitir tal coisa, pensamos realmente que a comunhão com Deus é valiosa para nos tornar “mais eficazes” em nosso trabalho cristão. Não procuramos a comunhão com Ele porque O amamos, e sim porque desejamos ser vasos mais eficazes. No entanto, em nosso íntimo continuamos insatisfeitos. Nosso coração se recusa a ser enganado. Algo não está de acordo com o serviço cristão, para o qual fizemos tão grande depósito. Constatamos que somos usados para mostrar o Salvador a alguma pessoa, mas esta experiência parece superficial. Já não desfrutamos daquela felicidade intensa que nos fazia dizer: “Não há alegria maior do que levar alguém ao Senhor”. Embora naquela época não o compreendêssemos, tal felicidade surgiu, em parte, como resultado da intimidade com o Senhor, que era tudo para nós, e, em parte, como resultado de nossa empenho em levar alguém diante do Senhor. O que nos falta é esta intimidade com Ele, ou seja, a verdadeira santidade. Perdemos a Deus no meio do serviço cristão. Ele ainda está perto de nós, se O quisermos. Não desfrutamos dEle, porque não O procuramos e porque O procuramos apenas como um suplemento para nosso serviço cristão. Nós encontraremos a Ele e a verdadeira santidade, quando O buscarmos de todo o nosso coração. Enquanto isso, tenhamos cuidado para que, em nossa preocupação com “eficiência”, não vendamos nosso direito de primogenitura por um “prato de lentilhas” (Gn 25.31-34). O leitor tem permissão para divulgar e distribuir esse texto, desde que não altere seu formato, conteúdo e / ou tradução e que informe os créditos tanto de autoria, como de tradução e copyright. Em caso de dúvidas, faça contato com a Editora Fiel.

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