Alta idade média

FEUDALISMO E CARACTERÍSTICAS O feudalismo foi um sistema político, econômico e social que vigorou durante a Alta Idade Média, período que se estendeu do século V, com o fim do Império Romano do Ocidente, até o século X.  O feudalismo foi marcado pela ruralização da população, sendo caracterizado pela descentralização do poder real e ausência do monopólio do uso da força, o que se deu a partir da firmação dos laços feudo-vassálicos, selados oficialmente na homenagem, entre o suserano, aquele que dispunha e cedia a terra, e o vassalo, aquele que recebia o feudo por meio de uma cerimônia denominada investitura.  

ATUAÇÃO DA IGREJA A igreja ocupou o papel sacramental vago após o fim do Império Romano, sendo também encarregada da adaptação da cultura greco-romana nos moldes católicos. retinha o monopólio do letramento, da escrita, educação e dos livros, sendo então a detentora do poder intelectual e religioso, imperando com influência universal devido a aplicabilidade dos ditames católicos em todo um reino num contexto em que o poder era descentralizado devido a firmação dos laços feudo-vassálicos, a "Paz de Deus" era um exemplo do intervencionismo e arbitrariedade da igreja em questões políticas. Por possuir terras em abundância, a Igreja possuía grande poder militar, o que, junto com a riqueza, constituía seu poder temporal, já sua função religiosa e espiritual integrava seu poder atemporal. Dividida em alto e baixo clero, o primeiro seria constituído por membros da nobreza, enquanto o segundo podia ter servos inseridos. O clero secular teria funções administrativas e políticas, enquanto o clero regular se situaria em monastérios, dedicado ao ascetismo. A justificativa da acinesia social e manutenção do sistema estamental também se pautava na religião, segundo Santo Agostinho, a terra seria o reflexo imperfeito do céu, as classes sociais e suas funções seriam então uma representação da trindadade divina, aqueles que oram, aqueles que guerreiam e aqueles que trabalham.

A NOBREZA A nobreza, classe que assumia a função militar, seria repartida em Alta e Baixa nobreza, a hierarquia nobliárquica se pautava na posição assumida pelo indivíduo na cadeia de suserania e vassalagem, de modo que, aqueles que firmavam laços feudo-vassálicos diretamente com o monarca, o rei, seriam membros da alta nobreza, enquanto aqueles que seriam vassalos de outros vassalos, seriam membros da baixa nobreza. A firmação de lanços secundários de suserania e vassalagem permitiam a posse de exércitos individuais pelos membros da nobreza, o que, por vezes, conferia poder militar que sobrepunha a influência do rei, que assumia função representativa e circunstancial em períodos de guerra.

SERVOS A servidão era o sistema de trabalho que vigorou durante o feudalismo, o qual diferia da escravidão pelo fato dos servos não serem comercializáveis. Os servos seriam encarregados da função produtiva, responsáveis pela autossuficiência do feudo ao se voltarem ao cultivo e manutenção das culturas no manso senhorial e servil. A residência dos servos nos feudos era garantida por meio da prestação do trabalho servil, eram ligados a terra devido a obrigatoriedade do pagamento das tributações, impostos como a corveia, a talha, as banalidades, a mão-morta e o dízimo, pagos exclusivamente por eles. O pagamento dos tributos era aplicado sobre a produção agrária dos servos, sendo assim, sua maior parte era entregue para o gestor do feudo, o senhor feudal, enquanto a porção restante era dedicada à subsistência, o que impedia o acúmulo de excedentes e, consequentemente, o comércio, tal como a mobilidade social.