Capítulo 29 - Síndromes neuróticas

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Síndromes neuróticas
Flávia Faria
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Flávia Faria
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Question Answer
Síndromes neuróticas (fobias, quadros obsessivo-compulsivos, histeria, somatizações) Segundo Van Den Ber, a neurose é uma perturbação do contato inter-humano: uma perturbação nas relações com outrem, sem que, para explicá-la, se possa apelar exclusivamente a defeitos corporais, doenças corporais, psicoses, falhas constitucionais ou anomalias de caráter.
No centro de TODAS AS NEUROSES ESTÁ A ANGÚSTIA.
Neuroses O homem neurótico vive os conflitos humanos fundamentais de forma particularmente dolorosa e recorrente. Para Henri Ey, as neuroses são transtornos caracterizados por conflitos intrapsíquicos que inibem e perturbam as condutas sociais. As neuroses produzem antes uma perturbação do equilíbrio interior do sujeito neurótico que uma mudança em seu sistema de realidade.
No neuróticos... Nos neuróticos, de modo geral, sobressaem-se as manifestações de uma ANGÚSTIA PERMANENTE e de MECANISMOS DE DEFESA que, em última análise, fracassam na resolução de conflitos. São dificuldades e conflitos intrapsíquicos e interpessoais que mantêm o sofrimento, a frustração, a angústia, o empobrecimento e a inadequação tanto do Eu como das relações interpessoais.
QUADROS FÓBICOS As síndromes fóbicas caracterizam-se por medos intensos e irracionais, por situações, objetos ou animais que objetivamente não oferecem ao indivíduo perigo real e proporcional à intensidade de tal medo.
AGORAFOBIA O medo e a angústia relacionam-se a espaços amplos ou com muitas pessoas, à possibilidade de estar em locais de onde possa ser difícil escapar ou onde o auxílio ou a presença de pessoas próximas não seja rapidamente acessível.
AGORAFOBIA (continuação) Os indivíduos com agorafobia têm, freqüentemente, crises de medo e angústia quando estão fora de casa, em um congestionamento, em uma ponte ou túnel, em meio à multidão, em um estádio de futebol, em um grande supermercado, no cinema ou no teatro. Têm, com freqüência, medo de viajar de ônibus, automóvel ou avião. Há tendência de evitar tais situações, o que geralmente leva a um estreitamento das possibilidades vivenciais do indivíduo, restringindo-o, às vezes, à sua casa e a ambientes muito familiares e seguros.
FOBIA SIMPLES OU ESPECÍFICA A FOBIA SIMPLES OU ESPECÍFICA caracteriza-se por medo intenso, persistente, desproporcional e irracional, como medo de animais (barata, sapo, cobra, passarinho, cachorro, cavalo, etc.), medo de ver objetos como seringas, sangue, faca, vidros quebrados, etc. A exposição ao objeto ou animal fobígeno geralmente deflagra uma crise de angústia ou mesmo de pânico. Os indivíduos acometidos reconhecem o caráter irracional e desproporcional de seus medos.
FOBIA SOCIAL caracteriza-se por um medo intenso e persistente de situações sociais que envolvam expor-se ao contato interpessoal, demonstrar certo desempenho ou situações competitivas e de cobrança. O indivíduo sente intensa angústia ao ter de falar em público, apresentar um seminário, fazer uma palestra, ler um trecho de um livro, etc. O medo à exposição é mais forte com pessoas estranhas ou tidas como superiores. O indivíduo tenta evitar tais situações e reconhece o caráter absurdo de seus temores.
SÍNDROMES OBSESSIVO-COMPULSIVAS Os quadros obsessivo-compulsivos caracterizam-se por idéias, fantasias e imagens obsessivas e por atos, rituais ou comportamentos compulsivos. Esses quadros são vividos como uma pressão sobre o indivíduo, como algo que o obriga e submete.
SÍNDROMES OBSESSIVO-COMPULSIVAS As síndromes obsessivo-compulsivas dividem-se em dois subtipos básicos: aquelas nas quais predominam as idéias obsessivas e aquelas nas quais predominam os atos e os comportamentos compulsivos. Muito frequentemente, entretanto, se observam formas mistas.
Síndromes obsessivas As síndromes obsessivas caracterizam-se por idéias, pensamentos, fantasias ou imagens persistentes, que surgem de forma recorrente na consciência; são vivenciadas com angústia e como algo que “invade” a consciência. O indivíduo reconhece o caráter irracional e absurdo desses pensamentos, tentando, às vezes, neutralizá-los com outros pensamentos ou com atos e rituais específicos.
Síndromes compulsivas Nas síndromes compulsivas, predominam os comportamentos e rituais repetitivos, como lavar as mãos inúmeras vezes, tomar muitos banhos, verificar se as portas estão trancadas por dezenas de vezes, etc., assim como por atos mentais como repetir palavras mentalmente em silêncio, fazer determinadas contas, rezar, etc., em geral em resposta a uma ideia obsessiva (“Devo estar com AIDS ou sífilis; então tenho que me lavar constantemente.”).
Outras razões para surgirem os comportamentos e atos compulsivos Os comportamentos e os atos compulsivos também podem surgir como forma de cumprir regras mágicas que precisam ser rigidamente seguidas. Outras razões para os atos e os rituais compulsivos são pensamentos mágicos que vinculam a realização do ato compulsivo com o afastamento de algum evento temível ou indesejado (“Se eu der 15 voltas no quarteirão antes de entrar em casa, ninguém da família morrerá proximamente”).
QUADROS HISTÉRICOS: CONVERSÕES E DISSOCIAÇÃO (QUADROS DISSOCIATIVOS) As síndromes histéricas caracterizam-se por apresentar manifestações clínicas tanto referentes ao corpo como à mente e ao comportamento. No corpo, predominam as alterações das funções sensoriais e motoras e, na mente, aquelas relacionadas à consciência vígil, à memória e às percepções. O comportamento do indivíduo com histeria é caracteristicamente dramático, teatral (o paciente quer constantemente ser o centro das atenções), infantil, sedutor e, eventualmente, manipulativo.
Histeria de conversão Histeria dissociativa Subdividem-se as síndromes histéricas em dois grandes grupos: histeria de conversão ou conversiva e histeria dissociativa (usa-se atualmente o termo “transtorno dissociativo”).
HISTERIA DE CONVERSÃO HISTERIA DE CONVERSÃO: os sintomas e as perturbações corporais são muito variados: paralisias histéricas, anestesias e analgesias histéricas, cegueira histérica, perturbações histéricas no andar e no ficar de pé (astasia-abasia) e perda da fala ou rouquidão histérica (afonia histérica). Chama a atenção, nesses pacientes, o fato de, ao notarem seus distúrbios corporais aparentemente muito graves (paralisias, cegueira, anestesias, etc.), reagirem vivencialmente com indiferença exemplar. A isso, os clínicos antigos denominaram la belle indifférence des hystériques (a bela indiferença dos histéricos).
HISTERIA DISSOCIATIVA HISTERIA DISSOCIATIVA: podem ocorrer alterações da consciência, com pseudocrises que se assemelham a crises epilépticas. Ocorrem frequentemente com rebaixamento e afunilamento da consciência (estado crepuscular histérico). Também são consideradas formas de histeria de dissociação as amnésias histéricas, nas quais o indivíduo esquece elementos seletivos e significativos do ponto de vista psicológico. Além disso, podem ocorrer fugas histéricas e fenômenos sensoperceptivos (ilusões, pseudo-alucinações) de natureza histérica.
SÍNDROMES HIPOCONDRÍACAS E SOMATIZAÇÃO Nos quadros hipocondríacos, predominam os temores e as preocupações intensas com a ideia de ter uma doença grave. Essas ideias surgem geralmente a partir de sensações corporais ou sinais físicos insignificantes. O indivíduo procura constantemente os médicos e os serviços de saúde para ter garantias de que não tem doença grave.
Quadros hipocondríacos Entretanto, embora haja uma preocupação enorme com a possibilidade de sofrer de tais doenças, essas preocupações não possuem caráter delirante, podendo o indivíduo fazer uma crítica, em algum momento, quanto ao caráter absurdo de suas preocupações.
Somatização Somatização é um termo de significação muito ampla, referente ao processo pelo qual um indivíduo usa (consciente ou inconscientemente) seu corpo ou sintomas corporais para fins psicológicos ou para obter ganhos pessoais ao processo pelo qual um indivíduo usa (consciente ou inconscientemente) seu corpo ou sintomas corporais para fins psicológicos ou para obter ganhos pessoais. Os sintomas comuns são dores difusas (cefaléias, lombalgias, artralgias, dores abdominais, “corpalgias”, etc.), sintomas gastrintestinais (náuseas, diarreias, dispepsias, etc.) e síndromes pseudoneurológicas.
Somatização (continuação) somatização pode ocorrer na presença de doença física demonstrável (intensificando demasiadamente a sua apresentação sintomática), assim como na ausência de qualquer patologia física. Em geral, há o desejo de adquirir o papel de doente físico para obter ganhos primários (psicológicos, intrapsíquicos) ou secundários (sociais ou interpessoais).
Somatização (continuação) A somatização pode servir como um meio de comunicação quando a expressão verbal mais direta está bloqueada. Pode também representar sentar uma forma de expressão de sofrimento e desconforto em pessoas que não conseguem reconhecer e verbalizar seus sentimentos.
Alexitimia Denomina-se alexitimia a dificuldade de identificar sentimentos e diferenciá-los de sensações corporais, assim como a dificuldade de falar sobre as próprias emoções e a tendência a ter um estilo de pensamento orientado para o externo.
Quadros hipocondríacos e de somatização Os quadros de somatização podem ser situacionais e transitórios (durante uma fase difícil da vida), ou estáveis e duradouros, passando a ser um estilo ou modo de conduzir a vida. Os indivíduos hipocondríacos e somatizadores tendem a rejeitar a ideia de que seu sofrimento seja de origem psicológica ou psicossocial.
SÍNDROMES NEURASTÊNICAS Atualmente, tende a ser substituída pelo conceito de síndrome da fadiga crônica. A neurastenia caracteriza-se por fadiga fácil depois de esforço físico ou mental, dores musculares, dificuldade em relaxar, sensação de fraqueza e exaustão corporal, irritabilidade, dificuldade em concentrar-se, tonturas, cefaleias e insegurança. Pode haver dificuldades com o sono. Sintomas depressivos sobrepõem-se amplamente aos da neurastenia.
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