Banco de Anestesio - Prova 1

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Banco de anestesio - Prova 1 - AD 2018 Turma D
Matheus Z
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Matheus Z
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Question Answer
Como que eu preparo o paciente desde a entrada no bloco até o início da cirurgia, basicamente a técnica anestésica? - Verificação do material - Diluição de drogas - Exame clínico do pcte - Monitorização - Sedação - Indução anestésica = oxigenação (hipnótico -> curare)
Como avaliar risco cardiovascular? Anamnese e exame físico detalhados, contendo hx de angina pectoris, IAM, IC, AVC, DM e disfunção renal. Uso de preditores clínicos (menores, intermediários e maiores, como ICC descompensada, IAM recente, valvopatia grave, arritmias) e determinantes da capacidade fisica. Tipo de cx: cx vasculares e de aorta, risco alto; cx de tórax e abdômen superior, risco intermediário
Fatores de risco para complicações pulmonares no pós-operatório. Prevenção Fatores relacionados ao pcte: - DPOC e tabagismo - Hipercapnia - Morbidade cardíaca - Hipoalbuminemia - Dependência funcional - ASA >= 3 - >70 yo Fatores relacionados à cx - Local da cx - Anestesia geral e relaxante muscular de longa duração - longa duração (>3h) - sangramento ou necessidade de transfusão Prevenção - Manobras de expansão pulmonar - Cessação do tabagismo - Limitar tempo cx - Controle agressivo da dor - Fisio peri-op - Anestesia espinal - prevenir TEP - relaxante muscular de curta duração
Avaliação do risco cardiológico para cirurgia não-cardíaca. Múltiplos fatores, doenças prévias, preditores clínicos, riscos da própria cx, grau de funcionalidade do pcte. Fatores de Lee: - Angina, IAM, IC, AVC, DM, disfunção renal
Fatores preditivos de risco de AVC Fatores relacionados ao pcte: - AVC prévio - Sexo feminino - >70 yo - Estenose sintomática de carótida - HAS e DM - Cr > 2 md/dl - DPOC e tabagismo - FE < 40% -cardiopatia isquêmica Fatores pós-op: - IC, IAM - Fibrilação atrial - Desidratação - Hiperglicemia
Cirurgia de estenose aórtica com risco de AVC; como diminuir esse risco? Controlar os fatores de risco relacionados ao procedimento/pós operatórios, uma vez que todos eles podem ser prevenidos pelo médico; evitando IC, FA, IAM, desidratação e hiperglicemia. Em pacientes com história de AVC prévio, a terapia com AAS e Warfarin deve ser mantida
O jejum pré-operatório: por que? E qual o tempo mínimo no adulto? Jejum obrigatório! NPO 8h – evita-se aspiração. NPO em gestantes e em pacientes em uso de opióides (TGI lentificado  10-12h
Cite 5 alterações fisiológicas que ocorrem na gravidez e que alteram a anestesia. -Alterações hematológicas (↑ volume sanguíneo e ↑ fibrinogênio) - Alterações cardiovasculares (↑ débito cardíaco) - Alterações ventilatórias (↑ consumo O2) - Alterações gastrintestinais (retardo do esvaziamento gástrico) - Alteração da resposta aos fármacos
9. Cite os quatro estados de avaliação sumaria do paciente politraumatizado. Estável, instável, prestes a morrer e morto.
Classificação do estado físico ASA I. Classe 1: Paciente normal e saudável II. Classe 2: Paciente com doença sistêmica leve III. Classe 3:Paciente com doença sistêmica moderada IV. Classe 4: Paciente com doença sistêmica incapacitante V. Classe 5: Paciente moribundo, sem expectativa de sobrevivência sem cirurgia VI. Classe 6: Paciente em morte cerebral diagnosticada. Cirurgia para remoção de órgãos para doação. VII. E: sigla adicional nos casos de cirurgia de emergência.
Explique o que é ASA I. O grupo ASA I corresponde aos pacientes saudáveis e com boa tolerância aos exercícios físicos; sem nenhuma condição que comprometa o estado geral; exclui os pacientes muito jovens ou muito idosos.
Cite duas diferenças entre cirurgia de emergência e eletiva 1) Cirurgia Eletiva: Deve ser feita com o paciente em melhores condições possíveis. Deve estar em jejum, ter feito exames solicitados, com reserva sanguínea. Dia e hora marcados. 2) Cirurgia de Urgência: É feita após algumas horas da avaliação, na tentativa de estabilizar o paciente. Paciente em jejum; pode-se coletar exames; reserva sanguínea. O risco de perda de função não é iminente, há tempo para esvaziamento gástrico, reequilíbrio hidroeleterolítico, verificação de tipagem sanguínea, exames laboratoriais e combate ou prevenção de infecções. Ex: Apendicectomia. 3) Cirurgia de Emergência: É feita após alguns minutos de avaliação. Há risco de morte (risco iminente de perda de vida ou de função). Não há jejum, exames, etc. Ex: cesariana por sofrimento fetal agudo, sangramento ativo e abundante, obstrução de VA, aumento da pressão intracraniana.
Avaliação de via aérea em paciente pré-operatório. - Avaliar Mallampati e correlação com Commarck e Lehane - Abertura da boca ( > 3cm ou 3 dedos) - Distância tireo-mentoniana (índice de Wilson > 6 cm) - Distância esterno-mentoniana (> 12,5cm) - Mobilização pescoço (art. atlanto-occipital) - Circunferência do pescoço (> 40cm → 5% difícil; > 60cm →35% difícil) - Micrognatia, macrognatia ou normal - História (cirurgia, radiotx, trauma de via aérea)
Passos de como intubar. - Avaliação pré-anestésica - Consentimento informado - Oxigenação prévia de no mínimo 3min com O2 a 100% - Sedação - Posicionamento adequado do paciente (elevação do mento na altura do tórax, hiperextensão cervical, protrusão mandibular) - Observar previamente tamanho adequado do tubo, pressão do balonete necessária. - Posicionamento adequado do laringoscópio com desvio da língua a D, visualização adequada da glote, passagem do tubo entre as cordas vocais (no vestíbulo), insuflar balonete, verificar intubação adequada através da movimentação da caixa torácica, de ausculta pulmonar bilateral e através do ar expirado demonstrado pelo monitor.
Indicativos de intubação difícil. - Mallamparti > 2 - Abertura bucal < 3cm - Distância tireo-mentoniana < 6cm - Mobilidade atlanto-occiptal reduzida - Incisivos centrais longos - Pescoço curto e grosso - Palato ogival - Limitação de protusão da mandíbula - Retrognatismo passivo - Complacência reduzida do espaço submandibular
Cite dois exemplos de via aérea difícil. - Queimado com edema de laringe - Obeso (IMC ≥ 30) - Mallampaty > 3 - Grávidas - DM - Doenças congênitas (Pierre-Robin, Down) - Espondilite anquilosante
Paciente anestesiado, médico não visualiza epiglote e não consegue intubar. Qual a melhor conduta? Manter paciente com a ventilação, e tentar fazer uso de dispositivos como a Mascara Laríngea
Por que intubação é mais difícil em gestantes? Quais as complicações da anestesia geral? As alterações anatômicas e fisiológicas da gravidez justificam classificar as pacientes obstétricas como potencialmente portadoras de via aérea difícil. Estas incluem: ganho de peso e aumento das mamas (menor expensão torácica), ingurgitamento de mucosas (hipertensão e pré-eclâmpsia) e maior risco para aspiração do conteúdo gástrico.
Todo paciente com desconforto respiratório ou com alguma alteração cardiovascular, que possa diminuir o conteúdo de oxigênio sanguíneo ou comprometer o seu transporte deve receber suplementação de oxigênio. Se o quadro acima piorar, qual o método ideal para controle avançado de via aérea? Estabelecimento de uma via aérea definitiva, como intubação orotraqueal, nasotraqueal ou via aérea não-definitiva, mas que resolva o problema, como máscara-laríngea.
Qual(is) a(s) vantagem(s) da anestesia espinal? - Menor taxa de sangramento transoperatório - Menor incidência de tromboembolismo - Menor morbidade e mortalidade - Analgesia pós-operatória
Contra indicações para bloqueio espinhal. ABSOLUTAS - Recusa do paciente - Estenose aórtica ou mitral grave - HIC - Hipovolemia grave - Coagulopatias - Infecção no local RELATIVAS - Paciente não cooperativo - Problemas neurológicos - Sepse - Deformidade espinhal grave - Lesões desmielinizantes
O que é BPD e BSA? BPD - bloqueio peridural, anestésico injetado no espaço peridural. BSA - bloqueio subaracnoide, anestésico injetado no espaço subaracnoide.
Diferenças entre a raquianestesia e a peridural.
Técnica e preparo para raquianestesia. É importante ter o consentimento informado do paciente. Necessário monitorização do paciente, material para VA, diluição das drogas e material descartável. O paciente deve ser posicionado corretamente. O anestesista deve estar paramentado, com as mãos escovadas, antissepsia e campos estéreis. A abordagem deve ser mediana ou paramediana, com sedação prévia
Em qual/quais regiões da coluna pode se fazer uma raquianestesia? Entre L2-L3, L3-L4 ou L4-L5
Fatores que influenciam a altura do BSA. -Baricidade da solução (densidade do anestésico e do líquor) - Posição do paciente - Altura da punção - Volume e concentração do anestésico
Ao realizar um bloqueio subaracnoideo, são bloqueadas fibras simpáticas também; que consequência o paciente pode apresentar? Predomínio da ação parassimpática: ↑ peristaltismo, relaxamento muscular, relaxamento de esfíncteres, esvaziamento gástrico, náuseas, vômitos, etc
Complicações da anestesia raqui-peridural. Podem ser tanto devido ao anestésico (efeitos tóxicos locais e sistêmicos), quanto devido à técnica (bloqueio simpático e hipotensão arterial, depressão respiratória, infecções, sangramento e hematomas peridurais).
Efeitos da raquianestesia - Retenção urinária (bloqueio S2-S4 provoca bexiga atônica, e bloqueio simpático eferente T5-L1 aumenta tônus do esfíncter) - Aumento de peristaltismo (predomínio do parassimpático quando se bloqueia o simpático a nível de T5-T12). - Bloqueio de segmentos altos (C7-T1): dificuldade respiratória; - Bloqueio ao nível ou acima de T4: bradicardia que contribui para a queda da PA.
Paciente sentado, após fazer uma raquianestesia, começa a sentir náuseas e vômitos. O anestesista deita o paciente e a PA cai. O que pode estar acontecendo? A raquianestesia promove bloqueio simpático, produzindo predomínio do parassimpático que aumenta o peristaltismo causando náusea e vômitos, além de também causar relaxamento muscular e de esfíncteres e esvaziamento gástrico. Ao deitar o paciente, altera-se o nível de bloqueio, justamente pela posição do paciente. Bloqueio ao nível ou acima de T4 acarreta bradicardia, contribuindo para a queda da PA.
A coluna vertebral é constituída de 33 vértebras em regiões cervicais, torácica, lombares e sacrococcígea. Em quais regiões posso fazer um bloqueio peridural? Pode ser realizado em qualquer nível medular. No entanto, deve ser observada a extensão e local da anestesia/analgesia que se pretende obter.
Ao se fazer um bloqueio intradural, qual trajeto anatômico a agulha de punção deve percorrer? Pele, subcutâneo, ligamento supraespinoso, apófise espinosa, ligamento interespinoso, ligamento amarelo, espaço peridural, dura-máter, membrana aracnoide, espaço subaracnoide
Fatores que influenciam a altura do BPD. - Local da punção - Dose, volume e concentração do AL - Características do paciente - Início de ação
Cite quatro diferenças entre bloqueio peridural e bloqueio subaracnoideo. BPD não atravessa a dura-máter, tem analgesia pós-operatória, a massa de anestésico é maior para chegar até as raízes e tem absorção sistêmica.
Quando eu indico raquianestesia e bloqueio peridural e por quê? Indicações: procedimentos obstétricos, ginecológicos, urológicos, ortopédicos, vasculares de grande porte e pediátricos (analgesia pós-operatória). Vantagens: associa vantagens da BPD e BSA; prolongar a anestesia e analgesia pós-operatória.
O que pode ter acontecido quando eu faço um bloqueio espinal e o paciente tem reações adversas? Quais as possíveis complicações da anestesia espinal? Podem ocorrer efeitos adversos devido à técnica ou ao anestésico utilizados. Devidos ao anestésico: efeitos tóxicos locais e sistêmicos. Devidos à técnica: punção inadvertida da dura-máter (raquitotal, cefaleia pós punção), bloqueio simpático e hipotensão arterial, depressão respiratória, infecção (tecido subcutâneo, infecção e abscesso peridural), sangramento e hematoma peridural.
Cite 3 fatores relacionados à anestesia que podem interferir na taxa de infecção pós operatória. Diminuem infecção: - Antibioticoterapia - Suporte nutricional de 7 a 14 dias para desnutridos - Adequada hidratação - Analgesia peridural Aumentam infecção: - Hipotermia - Hiperglicemia - Deficiência de glutamina - Transfusão sanguínea
Qual a influência que o anestésico tem sobre o sistema imune? Analgesia peridural melhora as respostas inflamatória e imunológica, diminuindo a imunossupressão
Resposta imune e a relação com o transoperatório e o pós-operatório. Influenciam resultados: medo, estresse, trauma, hipotermia, sangramento e transfusão, ↑cortisol e catecolaminas, hiperglicemia, oxigenação-perfusão, delírio, nutrição, anestesia neuroaxial, antibioticoprofilaxia, hidratação, barreiras de proteção.
Efeitos sistêmico dos AL. - Bradicardia, vasodilatação, hipotensão - Sonolência, torpor - Gosto metálico, dormência da língua, nistagmo - Formigamento da língua, lábios, abalos dos músculos da face - ↓FR, hipóxia, anóxia
Como evitar os efeitos sistêmicos dos AL? - Não exagerar nas doses - Aspirar antes de injetar - Ambulatorialmente apenas até 30 a 40% da dose máxima - Acesso a materiais e drogas para tratar complicações - Acesso venoso prévio
Como evitar os efeitos sistêmicos dos AL? - Não exagerar nas doses - Aspirar antes de injetar - Ambulatorialmente apenas até 30 a 40% da dose máxima - Acesso a materiais e drogas para tratar complicações - Acesso venoso prévio
AL – sensação pós-bloqueio: 1ª calor – bloqueio simpático (fibras tipo B) 2ª formigamento – bloqueio termo-algésico (fibra tipo C) 3ª dificuldade do tônus – bloqueio motor (fibras tipo A).
Diferenças entre anestésicos locais quanto à POTÊNCIA e TOXICIDADE Em geral, os anestésicos locais têm sua potência, toxicidade e latência relacionados ao tamanho de suas moléculas. Como regra geral, AL com molécula maior apresenta maior potência, mas também, maior toxicidade. Se analisada a classificação química, os ésteres (degradação por pseudocolinesterase) se apresentam menos tóxicos que as amidas (degradação sistêmica pelo microssoma hepático). O principal determinante da potência do AL é a sua lipossolubilidade.
Fatores que determinam a absorção dos AL. - Local de injeção - Dose - Presença de vasoconstritor - Características farmacológicas do AL
Qual o mecanismo de ação dos anestésicos locais e qual sua classificação de acordo com sua natureza química? O principal mecanismo de ação dos AL é o bloqueio dos canais de Na das células, impedindo a passagem de impulsos nervosos pelas fibras. São classificados em ésteres ou amidas de acordo com sua natureza química. Os AL também podem agir em outros receptores (ionotrópicos ou metabotrópicos), através de embotamento mitocondrial ou por redução da fosforilação oxidativa.
Qual o local básico de ação dos anestésicos locais? O canal de sódio.
Cite o mecanismo de ação dos anestésicos locais, suas classes e de exemplos. Agem por meio do bloqueio dos canais de sódio, impedindo a propagação do impulso pela fibra nervosa. São classificados de acordo com a sua cadeia intermediária em: - Aminoesteres: cocaína, procaína, tetracaína; - Aminoamidas: lidocaína, bupivacaína, ropivacaína
Sinais e sintomas da intoxicação por anestésicos locais Zumbido - Gosto metálico - Formigamento de língua e lábios - Distúrbios visuais - Abalos musculares - Convulsões - Inconsciência - Coma - Parada respiratória - Depressão cardiovascular
Tratamento da intoxicação por AL. 1º - cessar a injeção do AL. Outras medidas: evitar hipóxia, hipercarbia e acidose - oferta de oxigênio e succinilcolina (para convulsões). *O tratamento rápido ideal é infusão de emulsão de lipídios.
Os principais alvos da toxicidade sistêmica dos anestésicos locais são o sistema nervoso central e menos frequentemente o sistema cardiovascular, este mais difícil de tratar. Entre os anestésicos locais, amino-amidas, bupivacaína e lidocaína, qual o que apresenta maior toxicidade? Bupivacaína apresenta maior toxicidade, por apresentar molécula maior; desta forma, apresenta também maior duração de efeito e latência, assim como sua dose máxima também é menor quando comparada a lindocaína.
Durante infusão de anestésico local para bloqueio intercostal paciente começa a convulsionar. Diagnóstico e conduta. Toxicidade do sistema nervoso central, provável infusão em vaso sanguíneo. A conduta é cessar a infusão imediatamente, fornecer suporte de oxigênio e infundir succinilcolina. Se disponível, infusão rápida de emulsão de lipídeos. Evitar hipóxia, hipercarbia e acidose.
Qual a diferença entre a via aérea do paciente obeso em comparação com o paciente não obeso. Quais estratégias podem ser tomadas para intubar um paciente obeso - Diferenças obeso: possui via aérea difícil até que se prove o contrário. Algumas diferenças: possuem maior circunferência do pescoço, menor amplitude mobilidade cervical, maior dificuldade para alinhamento da via área para intubação, menor expansibilidade torácica, etc. - Medidas: utilizar o travesseiro (lençol) piramidal para auxiliar na manutenção da posição olfativa, preparação prévia do anestesista e materiais para uma via áerea difícil. Utilização de técnica de intubação acordado é preferível, já que podemos manter o paciente em ventilação expontânea, utilizando apenas sedaçãoo leve, bloqueio e anestésicos locais, passando o tubo com o fibrobroncoscópio
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