Define-se, portanto, como aquele em que uma voz
particular - o eu lírico - manifesta a expressão do
mundo interior, ou seja, fala de sentimentos, emoções
e estado de espírito.
As primeiras manifestações líricas
No início, os poemas líricos eram cantados, geralmente
acompanhados pela lira, um instrumento musical de
cordas. Foi do nome desse instrumento que derivou a
denominação do gênero literário como lírico.
Formas da lírica
A elegia: poema surgido na Grécia Antiga que trata de
acontecimentos tristes muitas vezes enfocando a morte de um ente
querido ou de alguma personalidade pública.
A écloga: poema pastoril que retrata a vida
bucólica dos pastores, em um ambiente
campestre. Muito desenvolvido entre os séculos
XVI e XVIII.
A ode: poema
também
originado na
Grécia Antiga
que exalta valores
nobres,
caracterizando-se
pelo tom de
louvação.
O soneto: poema de 14 versos,
organizados em duas estrofes de
quatro versos (quartetos) e duas
estrofes de três versos ( tercetos).
As duas
primeiras
estrofes do
soneto
apresentam o
desenvolvimento
do tema e as
duas últimas,
sua conclusão.
Recursos poéticos
Quando lemos um texto, a nossa atenção costuma se voltar
para o sentido das palavras. Ao fazer isso, analisamos seu
aspecto semântico.
As palavras, porém, também têm uma sonoridade muito explorada pela
literatura. Essa sonoridade é a base para a construção de recursos poéticos,
como o ritmo, o metro e a rima.
Ritmo pode ser definido
como um movimento
regular, repetitivo. Na
música,é a sucessão de
tempos fortes e fracos que
estabelece o ritmo. Na
poesia, ele é marcado
principalmente pela
alternância entre acentos
(sílabas átonas/tônicas) e
pausas.
Metro é o número de sílabas
métricas de um verso. A
contagem dessas sílabas
chama-se metrificação.
Quando contamos as
sílabas de um verso, não
devemos considerar as que
ocorrem após a última sílaba
tônica do verso.
Rima é a coincidência ou a semelhança de sons a
partir da última vogal tônica no fim dos versos.
Aspectos estruturais da poesia
As estrofes costumam ser nomeadas a
partir do número de versos que
apresentam.
A estrofe é um dístico quando tem dois versos; é terceto quando
tem três versos; é quarteto ou quadra quando tem quatro versos;
é quinteto ou quintilha quando tem cinco versos; é sexteto ou
sextilha quando tem seis versos; é sétima ou septilha quando tem
sete versos; oitava quando tem oito versos; novena ou nona
quando tem nove versos; décima quando tem dez versos.
Alguns metros, por serem muito
comuns, recebem nomes especiais.
O metro é conhecido como redondilha menor por ter cinco sílabas métricas; redondilha maior
quando tem sete sílabas métricas; decassílabo quando tem dez sílabas métricas; alexandrino ou
dodecassílabo quando tem doze sílabas métricas.
Rimas podem ser classificadas quanto à sua natureza e
quanto à sua colocação.
Natureza das rimas: As rimas são pobres
quando as palavras rimadas pertencem a
uma mesma classe gramatical.
São ricas quando as palavras rimadas
pertencem a classes gramaticais
diferentes.
Disposição das rimas no poema
Emparelhadas ou
paralelas: os versos
rimam dois a dois.
Intercaladas, interpoladas
ou opostas: os versos dos
dois extremos rimam entre
si, e os do meio também,
com rimas diferentes.
Cruzadas, entrecruzadas ou alternadas: as
rimas se revezam nos versos de uma
mesma estrofe.
Encadeadas: rimas em que o fim de um verso
coincide com o interior do verso seguinte.
Misturadas: as rimas não se
enquadram em nenhum dos
esquemas apresentados.