Os Ticuna configuram o mais numeroso povo indígena na Amazônia brasileira. Com uma história
marcada pela entrada violenta de seringueiros, pescadores e madeireiros na região do rio Solimões,
foi somente nos anos 1990 que os Ticuna lograram o reconhecimento oficial da maioria de suas
terras.
Hoje enfrentam o desafio de garantir sua sustentabilidade econômica e ambiental, bem como
qualificar as relações com a sociedade envolvente mantendo viva sua riquíssima cultura.
De acordo com seus mitos, os Ticuna são originários do igarapé Eware, situado nas nascentes do
igarapé São Jerônimo, tributário da margem esquerda do rio Solimões, no trecho entre
Tabatinga e São Paulo de Olivença. Ainda hoje é essa a área de mais forte concentração de Ticuna,
onde estão localizadas 42 das 59 aldeias existentes.
A língua Ticuna é amplamente falada em uma área extensa por numerosos falantes (acima de
30.000) cujas comunidades se distribuem por três países: Brasil, Peru e Colômbia. No lado brasileiro,
o número de comunidades ascende a um alto número de aldeias (cerca de 100) contidas em diversas
áreas localizadas em vários municípios do estado do Amazonas.