A via fecal-oral é a principal forma de transmissão, a partir da água
ou alimentos contaminados.
São transmitidos pela ÁGUA OU ALIMENTOS contaminados
• Entamoeba histolytica
• Giardia intestinalis
• Hymenolepis nana
• Taenia solium
• Ascaris lumbricoides
• Trichuris trichiura
• Enterobius vermicularis
Epidemiologia
• As parasitoses intestinais estão entre as infecções mais
comuns em todo o Mundo, principalmente nos países em
desenvolvimento e subdesenvolvidos.
• No mundo, segundo dados da OMS, existem 84 milhões de
doentes, principalmente nos países em desenvolvimento e
subdesenvolvidos.
• No Brasil, é endêmica e acomete cerca de seis milhões de pessoas por ano.
• A espécie Ascaris lumbricoides é uma das mais prevalentes em todo o mundo.
• Os ancilostomídeos (Ancylostoma duodenale e Necator americanus) têm ampla
distribuição geográfica e elevada prevalência16, constituindo uma infecção mais
comum em zonas rurais.
• A giardíase é comum em crianças menores de 10 anos de idade17, apresentando alta
prevalência em países em desenvolvimento e subdesenvolvidos.
• A amebíase (Entamoeba histolytica) leva ao óbito cerca de 100.000 pessoas por ano,
sendo superada apenas pela malária em número de mortes por protozoários.
• A esquistossomose (Schistosoma mansoni) é uma parasitose intestinal de ampla distribuição.
Manifestações Clinicas
A maioria das parasitoses intestinais é bem tolerada pelo hospedeiro imunocompetente.
Assintomatico
Sintomatico
Sintomas gastrointestinais inespecíficos
o Dor abdominal
o Vômitos
o Diarreia
o Frequentemente
associados a perda de
peso.
+ M. Clinicas
GIARDIA LAMBLIA: Possui um amplo espectro clínico incluindo ausência de sintomas, diarreia aguda com
ou sem vómitos e diarreia crónica. A diarreia crónica associa-se frequentemente a sintomas de mal
absorção intestinal (fezes fétidas, flatulência, distensão abdominal), anorexia, má progressão ponderal
ou perda de peso e anemia.
ENTEROBIUS VERMICULARIS: Predomina o prurido anal nocturno, por vezes com agitação importante.
São causa frequente de vulvovaginite. A eventual relação causal com alguns sintomas como bruxismo,
enurese noturna e perda de peso nunca foi confirmada.
ASCARIS LUMBRICOIDES: Pode cursar com queixas inespecíficas de dor ou desconforto abdominal e
sintomas de mal absorção quando a infecção é prolongada. Na fase de migração larvar pode haver
envolvimento pulmonar, sob a forma de pneumonite transitória aguda, com febre e eosinofilia
(Síndrome de Löffler), que pode ocorrer semanas antes da sintomatologia gastrointestinal. A obstrução
intestinal alta é a complicação mais frequente em parasitações volumosas. A migração dos vermes
adultos através da parede intestinal pode provocar colecistite, colangite, pancreatite de causa
obstrutiva.
TRICHIURA: Os indivíduos afetados podem manter-se assintomáticos, desenvolver um quadro
disentérico (dor abdominal, tenesmo, diarreia mucosanguinolenta) ou colite crónica, frequentemente
com tenesmo e prolapso Pode manifestar-se por anemia.
ENTAMOEBA HISTOLYTICA: A infecção pode variar de estado de portador assintomático (até 90% dos
casos) a doença invasiva grave4. A forma aguda pode cursar com diarreia sanguinolenta, associada a
dor abdominal, tenesmo e desidratação. Nesta fase podem surgir complicações graves incluindo
megacólon tóxico, colite necrosante fulminante e perfuração intestinal. As formas crónicas
manifestam-se por queixas intermitentes de dor abdominal e diarreia não sanguinolenta, associadas a
perda de peso. Pode ainda ocorrer ameboma ou abcesso hepático.
CRYPTOSPORIDIUM: Manifesta-se por diarreia aquosa profusa, por vezes com muco, sem sangue, com
vómitos, náuseas, dor abdominal tipo cólica e por vezes febre. A infecção pode ser assintomática,
auto-limitada ou arrastada.
TÉNIAS: A infecção é frequentemente assintomática, mas pode cursar com sintomas gastrointestinais
ligeiros incluindo náuseas, diarreia e dor abdominal. A passagem das proglótides através do ânus, pode
originar desconforto e sensação de tenesmo. A infecção por Diphyllobotrium latum pode manifestar-se
com sintomas de anemia por carência de vitamina B12 como fadiga, palidez, glossite ou parestesias.
ANCILOSTOMAS (AMARELÃO): A infecção habitualmente ocorre pela penetração da larva através da
pele, podendo posteriormente atingir os pulmões, originando pneumonite normalmente ligeira. A
infecção também pode ocorrer por ingestão, sendo que a presença de vermes adultos no tubo
digestivo se manifesta de forma inespecífica por dor abdominal. A infecção intestinal pode levar à
formação de úlceras com consequente perda crónica de sangue e anemia microcítica hipocrómica
moderada a grave. Pode também associar-se a hipoproteinémia e edema.
Diagnostico
• Exame de fezes
• Exame de sangue
Tem pouca utilidade para o diagnóstico.
Pode ser detectada EOSINOFILIA (> 500 eosinófilos/mm3) ou
hipereosinofilia (> 1500 eosinófilos/mm3) quando se trata de
helmintas com envolvimento extra-intestinal, especialmente
Strongyloides stercoralis, Ancilostomas, Schistosomas.
A Giardia lamblia e os outros protozoários NÃO provocam eosinofilia,
bem como o helminta Enterobius vermicularis
• A radiografia do abdómen com contraste opaco pode mostrar imagens cilíndricas, sem
preenchimento, correspondentes a Ascaris lumbricoides.
• Técnica de Graham - que consiste no toque das margens anais com a parte aderente da fita-cola com
a ajuda de uma espátula, logo de manhã e antes de qualquer manipulação, para fazer a recolha dos
ovos.
Referencias
ALVES, J. A.; SANTOS FILHO, Eladio. Parasitoses intestinais na infância. Pediatr Mod, v. 41, p. 7-15, 2005.
BACELAR, Polyanna Araújo Alves et al. Parasitoses intestinais e fatores associados no estado do Piauí:
uma revisão integrativa. 2018.
DE ANDRADE, Elisabeth Campos et al. PARASITOSES INTESTINAIS: UMA REVISÃO SOBRE SEUS ASPECTOS
SOCIAIS, EPIDEMIOLÓGICOS, CLÍNICOS E TERAPÊUTICOS. Revista de APS, v. 13, n. 2, 2010.
FERNANDES, Sofia et al. Protocolo de parasitoses intestinais. Acta Pediátrica Portuguesa, v. 43, n. 1, p.
35-41, 2012.
Wang LJ, Cao Y, Shi HN. Helminth infections and intestinal inflammation. World J Gastroenterol. 2008 Sep
7;14(33):5125-32. doi: 10.3748/wjg.14.5125. PMID: 18777588; PMCID: PMC2744001.