Além da identificação, caracterização e localização, os lugares
expressam as diferentes relações que as pessoas mantêm com eles
Os lugares são definidos também como bons e ruins por meio da percepção das
pessoas. Essa análise fenomenológica do lugar foi muito bem explicitada pelo
geógrafo humanista Yi Fu Tuan com os conceitos de topofilia e topofobia.
Topofobia - Os lugares trazem em si a
história de um povo, associam-se às
culturas e contam muito sobre as relações
de uma sociedade com o seu recorte
espacial, conferindo uma identidade de
lugar baseada em vínculos emocionais e
de pertencimento
Topofobia - Os lugares muitas vezes, por
causa de episódios históricos, questões
políticas, entre outros, podem marcar
negativamente as relações de um lugar
com a população, causando aversão ou
repulsa
É possível identificar um processo de homogeneização dos padrões de comportamento e de
consumo nos lugares, redefinindo a utilização de alguns espaços, que muitas das vezes passam a
ser restringidos: locais antes públicos mas agora são áreas privadas, tendo o intuito de favorecer
algum interesse privado em detrimento do interesse público e social.
Apesar da tendência homogeneizadora, percebe-se um movimento das
sociedades em resgatar os modos de vida da cultura local como forma da
manutenção de sua identidade
A busca por manutenção da identidade é o crescimento da demanda por
produtos artesanais ou típicos de um lugar, ou mesmo por
estabelecimentos que resgatem as sensações e as relações das pessoas
com um lugar e sua cultura
Percebe-se com isso uma relação de resistência
das pessoas por preservar os lugares e suas
identidades frente ao avanço da homogeneização