A guerra civil na Síria já é considerada
pela ONU a maior tragédia
humanitária em décadas. O conflito
ameaça desestabilizar a região, porque
o governo alauita da Síria forma, junto
com o Irã e o Hezbollah do Líbano, um
"arco xiita" que faz oposição a Israel,
ao Egito e às monarquias sunitas do
Golfo Pérsico. Como a guerra síria opõe
o regime alauita-xiita a uma rebelião
sunita, os poderes reginais
transformaram a Síria em um campo
de batalha de influência dessas duas
tendências no Oriente Médio.
Annotations:
Mundialmente o primeiro conjunto alinhou-se desde a G.F. com a Rússia e, indiretamente com a China, enquanto o segundo tem o apoio dos EUA e UE.
No Conselho de Segurança da
ONU, os EUA, a França, e o Reino
Unido defendem a derrubada de
Bashar, porém descartam fazer um
ataque militar; não conseguem
sequer impor sanções
internacionais porque os votos são
vetadas por China e Rússia. Os
russos são tradicionais aliados e
fornecedores de armas para a
Síria, além de fazer várias
advertências para que não haja um
ataque militar do Ocidente ao país.
O ditador da Síria, Bashar al-Assad, pertence ao grupo social e
religioso alauita (vertente xiita do islamismo) e reprimiu com
violência os protestos pacíficos por democracia na Síria. Isso
levou a população, de maioria islâmica, a pegar em armas para
derrubar o governo. Passados três anos, o país está imerso em
uma guerra civil entre as forças do regime que o apoiam e
milícias rebeldes.
PAÍSES ÁRABES ENVOLVIDOS
De um lado, Catar e Arábia Saudita, com
governos autoritários sunitas alinhados aos EUA,
fornecem armas aos rebeldes, além da Turquia,
república também sunita, que possuiu áreas na
fronteira em que os rebeldes se refugiam.Para o
Irã, a manutenção da ditadura síria torno-se uma
questão chave: sua queda significaria perder
influência regional e seu maior aliado.
Annotations:
A facção local da Al-Qaeda, que é sunita, insufla a luta contra o governo pró-xiita.
Pela primeira vez na história de várias nações árabes, multidões
tomaram as ruas e desafiaram seus ditadores, para exigir abertura
política, respeito aos direitos humanos e melhores condições de vida em
economias estagnadas. Mas o conflito na Síria e o golpe de Estado militar
no Egito, os dois países de maior expressão nas revoluções evidenciam os
enormes obstáculos à construção de regimes políticos liberais em nações
com graves problemas sociais e nenhuma tradição democrática.
A evolução mais recente no conflito sírio é o combate de rebeldes islâmicos
armados entre si. As brigadas extremistas (defensora de um Estado Islâmico)
romperam com as facções moderadas (pró-democracia).
A facção da Al Qaeda (Iraque) abriu uma nova frente de batalha na Síria, onde
infiltrou milhares de militantes estrangeiros e luta para implantar um Estado
Islâmico transnacional. A crescente influência desses grupos traz uma nova
dimensão ao colocar os EUA e o regime de Bashar diante de um inimigo em comum:
a Al Qaeda, de Osama bin Laden.
O regime sírio aceitou participar, em janeiro de 2014, das primeiras conversações com a
oposição para tentar uma solução política para o conflito. Mas o encontro, em Genebra,
terminou sem acordo sobre a formação de um governo de transição.