A porção tradicional de Mata Atlântica está localizada nas
imediações do litoral que se estende da região Sul até a
Nordeste. Nessa porção litorânea, encontra-se a Floresta
Ombrófila Densa, caracterizada pela presença de espécies de
porte arbustivos e especialmente arbóreas, que dependem das
condições do clima Tropical úmido. A elevada umidade se deve à
proximidade com o litoral e, principalmente, ao relevo, já que a
presença de cadeias serranas dispostas nas proximidades do
litoral ocasionam chuvas orográficas, que deixam úmidas as
encostas voltadas para o Atlântico.
A condição serrana favorece a formação de solos
majoritariamente rasos, o que não impede o estabelecimento
das espécies arbóreas devido à grande oferta de umidade e à
existência da serrapilheira. A Floresta Ombrófila Aberta é típica
das áreas de transição entre a Floresta Amazônica e as áreas
extra-amazônicas, apresentando um período de seca um pouco
maior, com cerca de 60 dias no ano sem chuvas. A Floresta
Ombrófila Mista, sendo conhecida como Mata de Araucárias.
Também chamada Floresta Tropical Subcaducifólia, na Floresta
Estacional Semidecidual as árvores estão submetidas à queda
das folhas na estação seca, mas sem perder todas. Já na Floresta
Estacional Decidual, também conhecida também como Floresta
Tropical Caducifólia, a maior parte das suas árvores perde todas
as folhas em um período de estiagem prolongada ou de baixas
temperaturas.
As condições topográficas e climáticas existentes ao longo das
regiões serranas litorâneas propiciam a formação de
ecossistemas de alta complexidade, o que faz com que a
biodiversidade da Mata Atlântica seja única e endêmica. Uma
forma de entender a relevância ecológica da Mata Atlântica é
comparar um hectare nativo dela com uma área equivalente de
outros biomas mundiais, e frequentemente o resultado é
favorável ao bioma brasileiro.
A Mata Atlântica é o bioma brasileiro mais degradado, e
estima-se que restem apenas 12,4% das for- mações nativas que
cobriam aproximadamente 15% do território nacional por volta
de 1500, conforme mostra o mapa abaixo. Além desses
produtos, a região também foi explorada devido à expansão
populacional urbana e industrial em uma extensa porção
territorial próxima ao litoral, de modo que as regiões que eram
antes ocupadas por vegetação nativa constituem atualmente o
lar de 72% dos brasileiros e concentra 70% do PIB nacional.
Atualmente, o desmatamento predatório está associado à
retirada ilegal de espécies de alto valor comercial das matas
nativas, à queima de árvores para a produção de carvão vegetal
e à expansão de áreas de pastagem e de plantio, como a
silvicultura de eucalipto. Para ajudar no combate ao
desmatamento, o Decreto n. 6.660, de 21 de novembro, de 2008,
regulamentou a Lei da Mata Atlântica, que estabelece
exatamente onde e de quais formas é permitido haver
intervenções na vegetação nativa. Dessa forma, projetos
econômicos a serem desenvolvidos na região precisam pedir
autorização oficial, que só deve ser dada em casos excepcionais.
A lei também prevê incentivos econômicos para quem queira
proteger ou utilizar a vegetação de forma sustentável.
A Mata das Araucárias é uma das fitofisionomias que compõem
a Mata Atlântica. Caracterizada por uma mistura florística que
comporta gêneros australásicos, essa mata é marcada pela
predominância da Araucaria angustifolia, popularmente
conhecida como pinheiro-do-paraná, no dossel superior. A
ocorrência dessas espécies está associada ao clima Subtropical
e aos planaltos da bacia sedimentar do Paraná. Nessas regiões,
as temperaturas médias mensais ficam em torno de 18°C e as
chuvas, apesar de não tão abundantes quanto nos ambientes
tropicais e equatoriais, são consideráveis e regulares, sem
estação seca.
s araucárias podem viver até 500 anos e chegam a 50 metros de
altura e dois metros de diâmetro. Elas se beneficiam de lugares
abertos para a reprodução, com campos e vida herbácea. A
semente da araucária é o pinhão, que é comestível e apreciado
na culinária regional, e é dispersada por roedores e especial-
mente pela gralha-azul, ave típica desse ambiente.
Atualmente, restam apenas 3% das áreas nativas da Mata das
Araucárias. A região foi degradada principalmente pela
indústria madeireira, já que araucária é uma madeira de alta
qualidade, leve, sem falhas e com diâmetro ideal. Atualmente,
um dos maiores riscos para a região está ligado às mudanças
climáticas, que podem provocar o aumento das temperaturas
de modo a criar condições limitantes para os projetos de
regeneração das Matas das Araucárias.
O Manguezal é um dos ecossistemas que constituem a Mata
Atlântica, e ocorre ao longo de pratica- mente todo o litoral
brasileiro, com exceção do Rio Grande do Sul. É um ambiente no
qual a sucessão das marés altas e baixas faz com que a água
salgada do mar se misture com a água doce da foz dos rios que
chegam ao litoral, as plantas possuem adaptações especiais,
como raízes aéreas que permitem que elas cresçam em
ambientes alaga- dos, com baixa presença de oxigênio e
bastante salino. Nas árvores de mangue, podem ser
encontradas epífitas, como líquens, musgos e samambaias.
A grande oferta de biomassa oriunda da decomposição da
serrapilheira é colonizada por micro-organismos, que compõem
a base da cadeia alimentar dos seres vivos locais, incluindo os
diversos tipos de peixes comuns aos mangues
Estimativas indicam que aproximadamente 25% dos
Manguezais brasileiros já tenham sido destruí- dos,
principalmente devido à aquicultura, aos esgotos não tratados e
à especulação imobiliária. A de- predação dos Manguezais é
preocupante porque esse ambiente possui diversas
importâncias ecológicas, além m disso, é desse ambiente que
muitos seres humanos tiram a sua sobrevivência e a de suas
famílias, como os catadores de caranguejos e os pescadores.