AVALIAÇÃO 01 DE PSICOLOGIA MÉDICA - EDUARDO E KAIO
ENTREVISTA MÉDICA
A entrevista realizada pelo médico é o fator central para que o
atendimento seja adequado às necessidades do paciente e efetivo.
Portanto, deve ser bem realizada.
O processo de entrevistar pode ser embaraçoso em
algumas situações, uma vez que se trata da interação
de dois seres humanos complexos e singulares. Logo, é
necessário que o médico esteja preparado para conduzir
bem essa atividade.
A qualidade da entrevista depende da capacidade
de comunicação do profissional e do modelo de
medicina seguido por ele.
Dois modelos
principais:
BIOPSICOSSOCIAL
Trata-se de uma abordagem mais ampla do pacien te, que
engloba - além da situação biológica e patológica - as
singularidades psicológicas e sociais de cada paciente.
Assim, é possível desenvolver ações que estejam
direcionadas à doença atual e também à promoção de
saúde e bem-estar geral.
ATENÇÃO: em ambos os modelos de
atuação médica é fundamental dominar o
conhecimento da medicina e suas
técnicas, como a realização da
ANAMNESE.
BIOMÉDICO
Profissional atua com foco no organismo biológico e nas
doenças, sem grande interesse nas questões sociais
relacionadas ao paciente, a não ser quando estão
diretamente ligadas à doença atual.
Habilidades de comunicação
Saber e estar preparado para
comunicar más notícias
Ter boa relação com os colegas de trabalho é
um bom ponto de partida para se comunicar
bem
Adaptar a fala à realidade do
paciente. Evitar termos técnicos
que possam mais assustar do que
informar
Técnicas para se comunicar
bem
OBSERVAR atentamente todas as
informações (verbais ou não)
fornecidas pelo paciete
Identificar e respeitar a perspectiva dos pacientes
As habilidades necessárias para entrevistar são
adquiridas com a prática e estudos ao longo do tempo,
ou seja, podem ser ensinadas e treinadas.
Essas habilidades podem ser
REAÇÃO DO PACIENTE À DOENÇA E À HOSPITALIZAÇÃO
MECANISMOS DE DEFESA
Trata-se de mecanismos psicológicos que os pacientes desenvolvem para
conseguir tornar a experiência do adoecimento suportável. Uma espécie de
viabilidade mental.
DIFERENTES TIPOS
NEGAÇÃO
Paciente analiza a própria condição após receber o
diagnótico. Age e se expressa como se não estivesse
doente ou como se fosse algo irrelevante
REGRESSÃO
O paciente, impactado pelo doença e que está sendo cuidado no âmbito hospitalar, começa a agir com comportamentos de etapas
anteriores do desenvolvimento. Exemplo: paciente idoso passa a ter atitudes passivas, sem reação para caminhar, falar etc.
DESLOCAMENTO
Direcionar raiva da doença e de toda a situação
a outros indivíduos, por exemplo, da equipe
médica
SUBLIMAÇÃO
Paciente canalizar a energia do estresse da
doença à outra atividade, como passar a
ler vorazmente
RACIONALIZAÇÃO
O indivíduo cria justificativas para seus atos.
Tal mecanismo se relaciona muito com a
negação, uma vez que ao negar a doença o
paciente tenta justificar esse comportamento
aos seus parentes.
ESTRESSE PSICOLÓGICO EM PACIENTES
HOSPITALIZADOS
A enfermidade e a dor transformam o sujeito de
intenção em sujeito de atenção. Alteram-se as
perspectivas do individuo e refletem a fragilidade do
corpo físico.
O estresse do paciente internado é classificado em 8 categorias
Ameaça básica a integridade narcísica >> impotência frente à doença.
Ansiedade de separação >> angústia por perder a proximidade de pessoas, locais e objetos.
Medo de estranhos >> o cuidado no ambiente hospitalar feito por pessoas desconhecidas
Culpa e medo de retaliação >> doença encarada como castigo
Medo da perda de funções adquiridas >> o ato de falar, caminhar podem ser afetados
Perda do amor e da aprovação >> sentimento de distanciamento de entes queridos
Medo da morte ou da dor: o desconhecimento sobre o desfecho da internação
Medo da perda de partes do corpo >> em casos de mutilações e amputamentos
REAÇÃO DE
AJUSTAMENTO
Modo particular de como o paciente reage ao processo de adoecimento e hospitalização. É individual
e acompanha características como: personalidade, circunstâncias sociais, enfermidade vivenciada e
tratamento. É similar ao processo de luto, espera-se que após a fase inicial o individuo retome suas
práticas da vida diária. O luto patológico aparece quando o tempo de superação é prolongado e não
há a superação da situação vivida.
As reações de ajustamento são classificadas na CID-10 de acordo com o tempo e os sintomas
desenvolvidos.
CONSIDERAÇÕES INDIVIDUAIS KAIO ALEXANDRE: Tal contato com os conteúdos apredentados até
o momento foram essenciais para trazer discussões relacionadas aos conflitos da prática médica,
entre profissionais e nas relações médico-paciente-família. Em um momento em que ainda não
estamos inseridos na realidade do hospital, tais discussões são de grande valor para nossa
preparação emocional. Ademais, compreender os comportamentos humanos, como os
mecanismos de defesa e a reação de ajustamento, é uma habilidade que nos traz mais clareza
para compreender as relações humanas dentro e fora dos hospitais, uma vez que existem pessoas
com patologias fora desse ambiente.
CONSIDERAÇÕES INDIVIDUAIS EDUARDO ARAUJO: Entender sobre os conceitos teóricos que modulam
a entrevista médica e as nuances vivenciadas por profissionais e pacientes no contexto da
hospitalização é fundamental para o crescimento do graduando em medicina, uma vez que aprofunda
as relações entre médico-paciente e permite solidificar a o processo de diagnostico e melhor
terapêutica do doente.