Para ingressar ou se manter no mercado, as pessoas precisam
adquirir cada vez mais competências e se adaptar a exigências que
são renovadas a todo momento. O aumento do nível de
competitividade no mercado globalizado impõe, tanto para os
indivíduos como para as organizações, a necessidade de investir
em qualificações e aprimoramentos estratégicos para se adequar à
atualização dos padrões produtivos.
As empresas consideram não mais apenas as competências
profissionais dos trabalhadores, mas também sua
personalidade e sua capacidade de se relacionar com outras
pessoas.
A expressão “mercado de trabalho” diz respeito a um conjunto
de funções econômicas realizadas de acordo com o mecanismo
de oferta e procura. Pela lei da procura, quanto mais acessível
determinado pro- duto ou serviço, maior o número de pessoas
que o adquirem. Pela lei da oferta, quanto mais produtos ou
serviços são pro- curados, maior o lucro alcançado pelos
fornecedores.
Esses fatores se alteram conforme a renda dos grupos sociais e na
medida do aumento da concorrência. Fatores externos e
imprevistos também influenciam na busca por produtos
específicos. Um exemplo disso é pandemia de covid-19, que alterou
profundamente o mercado de trabalho em diversos países e
elevou as taxas de desemprego, inclusive no Brasil. Segundo o
geógrafo britânico David Harvey (1935-), as crises transformam as
condições de produção e fazem com que o mer- cado de trabalho
incorpore novas formas de qualificação dos trabalhadores
A complexidade das relações sociais e econômicas no mundo
globalizado exige maior dinamismo e adaptações de todos os
agentes envolvidos. Entre as mudanças mais recentes a impactar
o mercado de trabalho, destacam-se aquelas relativas ao avanço
dos incrementos tecnológicos e informacionais.
Hoje, as competências são essenciais para a sustentação da
empregabilidade, que é o conjunto das habilidades técnicas e
comportamentais de um profissional para atender às demandas
do mercado de trabalho. Trata-se da condição do trabalhador que
reúne competências e habilidades capazes de gerar eficiência.
Quanto maior a capacitação de um trabalhador, melhores são suas
chances de se inserir e se manter no mercado de trabalho.
Na estrutura socioeconômica do capitalismo, a condição
educacional interfere nas práticas produtivas dos indivíduos. As
chances de se inserir no mercado de trabalho e de obter
melhores salários estão ligadas à escolaridade e à qualificação
dos trabalhadores. A qualificação profissional é uma estratégia
de enfrentamento do desemprego e é objeto de reflexão no que
diz respeito às recentes crises no mercado de trabalho.
No Brasil, existem algumas políticas públicas baseadas na
necessidade de qualificação profissional e voltadas a atender
demandas do mercado de trabalho. Em 2020, foi lançada a
Estratégia Nacional de Qualificação para a Produtividade e o
Emprego, que busca parcerias com o setor privado para
promover qualificação profissional voltada às novas demandas
do mercado de trabalho.
Além das competências técnicas, o mercado de trabalho tem
valorizado cada vez mais as competências socioemocionais, que
passaram a ser atreladas à capacidade produtiva. Hoje, as
habilidades ligadas à esfera da personalidade do trabalhador,
como inteligência emocional, empatia, comunicação eficaz,
resiliência e criatividade, são alguns dos principais requisitos
para preencher uma vaga de trabalho.
As empresas têm sofisticado seus critérios de seleção e dado
mais atenção à forma como cada trabalhador se relaciona com
o ambiente e com os colegas de trabalho.