Literatura Norte Americana: O período colonial e seus principais autores

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Literatura Norte Americana: O período colonial e seus principais autores
  1. Primórdios da Produção Literária Americana
    1. Cultura Indigena
      1. Tradição Oral (transmissão oral)
        1. Mitos, Lendas, Contos e Letras (sempre de canções)
        2. Palavras indígenas utilizadas no dia-a-dia do inglês americano: canoe (canoa), tobacco (tabaco), potato (batata), moccasin (mocassim), moose (alce), persimmon (caqui), raccoon (guaximim), tomahawk (machadinha indígena) e totem (totem).
        3. O primeiro registro europeu sobre a exploração da América é em um idioma escandinavo. A Velha Saga Norueguesa de Vinland conta como o aventureiro Leif Eriksson e um bando de noruegueses errantes se instalaram por um breve período na costa nordeste da América — provavelmente na Nova Escócia, no Canadá — na primeira década do século 11.
          1. O primeiro contato conhecido e comprovado: a viagem de Cristóvão Colombo (explorador italiano), financiada por Izabel (rainha da Espanha). As primeiras tentativas de colonização pelos ingleses foram desastrosas. A primeira colônia foi fundada em 1585 em Roanoke, na costa da Carolina do Norte; todos os seus colonizadores desapareceram. A segunda colônia foi mais duradoura: Jamestown, fundada em 1607. Ela resistiu à fome, à brutalidade e ao desgoverno. No entanto, a literatura desse período pinta a América com cores brilhantes como uma terra de fartura e oportunidades. Relatos sobre as colonizações tornaram-se famosos no mundo todo.
            1. No século 17, segunda onda de colonizadores permanentes (piratas, aventureiros, exploradores e suas famílias) levando implementos agrícolas e ferramentas artesanais.
              1. As primeiras produções literárias da época da exploração consistiam de diários, cartas, diários de viagem, registros de bordo e relatórios dirigidos aos financiadores dos exploradores.Como a Inglaterra acabou tomando posse das colônias da América do Norte, a literatura colonial mais conhecida e antologizada era inglesa.
                1. Os Puritanos (maioria dos quais de origem inglesa ou holandesa). Entre 1630 e 1690, havia tantos bacharéis na região nordeste dos Estados Unidos, conhecida como Nova Inglaterra, quanto na Inglaterra.
                  1. Caracteristicas dos Puritanos: sempre venceram pelo próprio esforço, geralmente autodidatas (queriam educação para entender e realizar a vontade divina ao fundarem suas colônias por toda a Nova Inglaterra). O estilo puritano apresentava grande variedade — da complexa poesia metafísica aos diários domésticos, história religiosa com fortes toques de pedantismo. A vida vista como um teste; o fracasso que leva à maldição eterna e ao fogo do inferno; e o sucesso que leva à felicidade eterna. Arena de embates entre as forças de Deus e as forças do Diabo, um inimigo terrível com muitos disfarces.
                    1. Ligação entre o puritanismo e o capitalismo: ambos têm como base a ambição, o trabalho árduo e a luta intensa pelo sucesso. Os puritanos viam em geral o sucesso terreno como um sinal de terem sido os escolhidos. Buscavam riqueza e status não só para eles próprios, mas como uma sempre bem-vinda garantia de saúde espiritual e promessas de vida eterna. Além disso, o conceito de administração estimulava o sucesso. Os puritanos achavam que ao aumentar seu próprio lucro e o bem- estar da comunidade, estavam também promovendo os planos de Deus. O grande modelo de literatura, crença e conduta era a Bíblia, em uma tradução inglesa autorizada. A antiguidade da Bíblia assegurava autoridade aos olhos dos puritanos.
                      1. Início do século 18, diminui-se o dogmatismo religioso (gradualmente), apesar dos esforços dos puritanos para impedir as ondas de tolerância.
                        1. O espírito de tolerância e liberdade religiosa que cresceu aos poucos nas colônias americanas, plantado inicialmente em Rhode Island e na Pensilvânia, terra dos quakers. Os humanos e tolerantes quakers, ou “Amigos”, como eram conhecidos, acreditavam no caráter sagrado da consciência individual como origem da ordem social e da moralidade. A crença fundamental dos quakers no amor universal e na fraternidade os tornou profundamente democráticos e contrários à autoridade religiosa dogmática. Expulsos do rígido estado de Massachusetts, que temia sua influência, estabeleceram uma colônia muito bem-sucedida, a Pensilvânia, sob o comando de William Penn, em 1681.
          2. A Independência Literária
            1. As batalhas contra a Grã- Bretanha (1775-1783) foi a primeira guerra moderna de libertação contra uma potência colonialista. O triunfo da independência americana era visto como um sinal divino de que os Estados Unidos e seu povo estavam destinados à grandeza. A vitória militar alimentou esperanças nacionalistas por uma literatura nova e importante. No entanto, com exceção de escritos políticos de destaque, poucas obras dignas de nota apareceram durante ou logo após a Revolução.
              1. Conscientes da dependência literária dos modelos ingleses, a busca por uma literatura nativa tornou-se obsessão nacional.
                1. A independência literária dos Estados Unidos foi retardada por uma identificação persistente com a Inglaterra, pela imitação exagerada dos modelos literários ingleses ou clássicos e por difíceis condições econômicas e políticas que prejudicavam as publicações.
                  1. James Fenimore Cooper, filho de uma família quaker, cresceu na propriedade rural distante de seu pai em Otsego Lake (atualmente Cooperstown), na região central do estado de Nova York. Embora essa área fosse relativamente pacífica durante a infância de Cooper, certa vez foi cenário de um massacre de índios. O jovem Fenimore Cooper viu homens da fronteira e índios em Otsego Lake quando menino; mais tarde audaciosos colonos brancos invadiram suas terras.
                    1. Natty Bumppo, famoso personagem literário de Cooper, incorpora sua visão do homem da fronteira como um cavalheiro, um “aristocrata natural”. Natty é o primeiro homem da fronteira famoso na literatura americana e predecessor literário de inúmeros caubóis e heróis de distantes rincões ficcionais. É o individualista idealizado e honrado, que é melhor do que a sociedade que protege. Pobre e isolado, e no entanto puro, Natty é um exemplo de valores éticos e antecede Billy Budd, de Herman Melville, e Huck Finn, de Mark Twain.
                      1. Baseado em parte na vida real do pioneiro americano Daniel Boone — que era um quaker como Cooper — Natty Bumppo, homem da floresta excepcional como Boone, era uma pessoa pacífica adotada por uma tribo indígena. Tanto Boone quanto o personagem Bumppo amavam a natureza e a liberdade. Eles se deslocavam constantemente para o Oeste para escapar dos novos colonos a quem haviam servido de guia por terras ainda não desbravadas e se tornaram lendas ainda em vida.
                        1. A vida de Natty Bumppo é o fio unificador dos cinco romances conhecidos em seu conjunto como Leather-Stocking Tales [Contos dos Caçadores de Peles].
                          1. Esses romances constituem um grande épico em prosa tendo o continente norte-americano como cenário, tribos indígenas como atores principais e grandes guerras e a migração para o Oeste como fundo social. Eles dão vida à fronteira dos Estados Unidos de 1740 a 1804.
                            1. Retrata as sucessivas ondas de colonização na fronteira: a terra original habitada pelos índios; a chegada dos primeiros brancos como batedores, soldados, comerciantes e desbravadores; a chegada das famílias de colonos pobres e rudes; e a chegada final da classe média, trazendo os primeiros profissionais liberais — o juiz, o médico e o banqueiro.
                              1. Cada nova onda deslocava a anterior: os brancos deslocaram os índios, que se retiraram para o Oeste; a classe média “civilizada”, que construiu escolas, igrejas e cadeias, deslocou a gente individualista e mais simples da fronteira que, por sua vez, avançou ainda mais para o Oeste, deslocando os índios que os precederam.
                      2. Cooper foi um relativista cultural. Ele entendeu que nenhuma cultura detinha o monopólio sobre a virtude e o requinte.
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