O meio rural compreende o espaço que não é urbano, portanto diferencia as suas atividades
produtivas. Tradicionalmente as atividades rurais são basicamente Agricultura (cultivo de vegetais
como: milho, arroz, feijão, trigo, soja, hortaliças, frutas e etc.) e Pecuária (Produção pastoril ou não,
de bovinos, suínos, caprinos, ovinos etc.). Embora atualmente outras atividades, principalmente no
ramo turístico, hotéis fazenda, Spas, clínicas de recuperação entre outras, tem modificado a
configuração da utilização do espaço agrário. Hoje, no Brasil, a ocupação da terra na atividade
agropecuária está dividida da seguinte forma: 71,1% terras ainda não aproveitadas
economicamente, 21% pastagens e 5,9% lavoura. O espaço agrário é dividido em glebas de terras,
que seriam as propriedades rurais, e essas podem variar de tamanho, no Brasil existe a estrutura
fundiária (forma como estão distribuídas as propriedades rurais conforme o tamanho). Na
configuração fundiária brasileira as propriedades r
Concentraçao fundiária
Como é possível observar nos dados da estrutura fundiária brasileira, a maior parte dos estratos de
área – 42,5% – encontra-se concentrada em 0,8% de imóveis, que apresentam uma área média de
6.185 hectares. Por outro lado, 33% dos imóveis apresentam uma área equivalente a 1,4% dos
estratos de área ocupados, o que equivale a uma área média de apenas 4,7 hectares. Outros 25,4%
dos imóveis apresentam uma área média de 16,2 hectares e ocupam 3,7% da área total do Brasil
destinada à produção econômica no campo. Isso revela que há uma grande quantidade de terras
sob posse de um número muito pequeno de pessoas. No entanto, é um erro atribuir somente às
políticas dos últimos anos o problema da concentração fundiária brasileira. Trata-se de um processo
histórico que vem se perpetuando nos dias atuais e é frequentemente associado à questão da
colonização do Brasil com a divisão da área ocupada pelos portugueses em Capitanias Hereditárias.
Citam-se também as sesmarias (lei que distribuía as ter
Movimentos sociais do campo
Os movimentos sociais do campo são aqueles que envolvem o campesinato, isto é, os trabalhadores
rurais. Entre as suas principais bandeiras de luta estão a reforma agrária, a melhoria das condições
de trabalho e o combate ao processo de substituição do homem pela máquina no meio
agropecuário. Apesar de haver as mais variadas siglas, os movimentos sociais do campo
constituíram-se, historicamente, a partir de duas principais frentes: as Ligas Camponesas, entre as
décadas de 1940 e 1960, e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), criado na década
de 1980. As Ligas Camponesas surgiram após o final da ditadura militar do Governo Vargas e
estruturaram-se com bases e orientações do PCB – Partido Comunista Brasileiro. Porém, foi somente
durante a década de 1950 que as Ligas conseguiram uma integração que envolveu quase a
totalidade do país, através das organizações ou ligas regionais. No entanto, com o golpe militar de
1964, as Ligas Camponesas foram extintas pelo poder da repres
Expansao da fronteira agricola
A fronteira agrícola representa uma área mais ou menos definida de expansão das atividades
agropecuárias sobre o meio natural. Geralmente, é nessa zona que se registram casos de
desmatamento ilegal e de conflitos envolvendo a posse e o uso da terra sobre as chamadas terras
devolutas, espaços naturais pertencentes à união e que não são delimitados por propriedades
legais, servindo de moradia para índios e comunidades tradicionais e familiares. A localização dessa
área de expansão foi se modificando ao longo da história. Durante o período após o descobrimento,
quando a Coroa Portuguesa decidiu implementar uma produção agrícola no país, a zona litorânea
composta predominantemente pela Mata Atlântica constituiu-se, então, como a primeira fronteira
agrícola brasileira. Posteriormente, sobretudo ao longo do século XX, as práticas agrícolas
expandiram-se de forma mais intensa para o interior do território nacional, em função tanto da
política de Marcha para o Oeste, implementada por Getúlio
No entanto, essa frente de expansão costuma ser rapidamente sucedida por uma frente pioneira,
representada por grandes fazendeiros, que, através do processo de grilagem (falsificação de
documentos e títulos de propriedades), afirmam serem eles os donos das terras utilizadas por
posseiros e até mesmo grupos indígenas. Das disputas territoriais envolvendo indígenas e,
principalmente, os posseiros e os grileiros surgem os principais conflitos no campo, com recorrentes
assassinatos e conformação das chamadas “terras sem lei”. Nesse entremeio, intensificam-se as
atividades de remoção e comercialização ilegal de madeira oriunda de reservas florestais. Portanto,
a principal necessidade do meio rural atualmente envolve uma ação pública que de fato resolva os
problemas do uso da terra no Brasil, controlando os conflitos e fiscalizando as fraudes, haja vista
que mais da metade dos documentos de posse de terra no país é ilegal, conforme pesquisa realizada
pelo geógrafo Ariovaldo Umbelino de Oli