Qualquer opióide natural derivado do ópio (ex. morfina)
OPIÓIDES
Qualquer composto natural, semi-sintético ou
sintético que se ligue especificamente aos
receptores opióides e possua propriedades
similares às dos opióides endógenos.
FARMACOCINÉTICA
Absorção
- Opióides são bases fracas (pKa 6,5 a 8,7)
- Elevada lipossolubilidade dos opióides
- VO Sofre metabolismo de primeira
passagem hepática e intestinal
DISTRIBUIÇÃO
- Drogas com elevada lipossolubilidade, maior fração não ionizada (baixo
pKa) e baixo grau de ligação protéica apresentam maior volume de
distribuição
- Ligam-se aproteinas plasmáticas ou aos eritrócitos e se distribuem
inicialmente para tecidos altamente vascularizados. A ligação as
proteínas é totalmente dependente do PH
METABOLIZAÇÃO
- Os opióides são metabolizados no fígado em metabólitos
ativos e inativos que são excretados na urina e bile.
EXCREÇÃO
Podem ser excretados de forma inalterada
ou em compostos polares pela urina.
FAMACODINÁMICA
Interferem na transmissão da dor nas vias aferentes do SNC, impedindo a passagem do impulso
nervoso nas sinápses.
Fechamento de canais de cálcio voltagem dependentes, redução na produção de monofosfato de
adenosina cíclico (AMPs) e estímulo ao efluxo de potássio resultando em hiperpolarização celular.
Os opióides ligam principalmente ao receptores: Mu, Kappa,
Delta.
Mecanismo: Os receptores para os opióides estão ligados à proteína G.
- Interferem na condutância dos canais iônicos de potássio e cálcio.
EFEITOS SOBRE ÓRGÃOS E SISTEMAS
1. Analgesia: diminuem a percepção da dor
2. Euforia
3. Sedação
4. Depressão respiratória (decresce a
resposta ao acúmulo de CO2)
5. Miose
6. Rigidez de tronco
7. Sistema Cardiovascular: Redução da PA por
liberação de histamina e depressão bulbar
8. Trato Gastrintestinal: Diminuição da secreção ácida no estômago, aumento do tônus
gástrico, do intestino delgado grosso. Constipação. Redução dos movimentos
propulsivos.
9. Trato Biliar: Contração do esfincter de Oddi, com aumento da pressão biliar
10. Trato Urinário: Reduz a função renal (redução do fluxo). Aumenta o tono do ureter e retenção de
urina na bexiga.
11. Sistema Neuroendócrino: Estimula a liberação de ADH, prolactina e somatotropina. Inibe a
liberação de LH.
EFEITOS ADVERSOS
Depressão respiratória; Náuseas e Vômitos;
Aumento na Pressão na Vesícula Biliar;
Broncoconstrição; Reações Alérgicas;
Dependência Química
DROGAS
1.Morfina; 2.Hidromorfona (Dilaudid); 2. Tramadol; 3. Oximorfona; 4. Codeína (Antitussígeno e Analgésico) 5. Dextrometorfano
(Antitussígeno)* 6. Meperidina (Demerol)- menos espasmódica; 7. Metadona; 8. Fentanil, Sufentanil e Alfentanil
(Anestésicos) 9. Tramadol (Analgésico, quimicamente não relacionado aos opióides) -- Liga aos receptores
opióides e inibe a recaptação de serotonina e noradrenalina
Morfina
Extensamente metabolizada pela mucosa intestinal e fígado
em morfina-3-glucuronídeo (M3G, 70%),
morfina-6-glucuronídeo (M6G, 10%) e em sulfatos conjugados.
A dose analgésica varia de 5mg até mais de 200mg, a cada 4
horas. Na maioria dos casos, a dor é controlada com doses de
10 a 30mg, de 4/4 horas
Tramadol
O tramadol é uma fenilpiperidina análoga da codeína classificado como agonista fraco dos
receptores opióides com maior afinidade com os receptores MOP. O tramadol inibe a recaptação
neuronal de norepinefrina, inibe as vias descendentes nociceptivas e potencializa a liberação de
serotonina. As doses via oral e parenteral são similares, 50-100mg a cada 4 horas.
DROGAS ANTAGONISTAS
1. Naloxona (Curta duração) -- tratamento de sobredose com opióides
2. Naltrexona (Longa duração) -- tratamento de dependência química
Tolerância: estado de responsividade diminuído ao efeito de uma droga, tornando- se
necessário, como um corolário, o emprego de doses crescentes para a manutenção do mesmo efeito
INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA
inibidores da MAO; alguns anti-histamínicos (hidroxizina); anfetaminas; antidepressivos triciclicos.
Dependência psíquica é o estado no qual uma droga promove uma satisfação capaz de propiciar o uso
periódico ou continuado dessa droga, em busca da mesma sensação de prazer.
Dependência física é um estado de adaptação que se manifesta pelo aparecimento de transtornos
físicos, qualificados como “síndrome de abstinência” quando se interrompe o uso da droga
Vício: estado de intoxicação periódico ou crônico. Características: necessidade absoluta de continuar a utilizar a droga
(compulsão) e de obtê-la por qualquer meio e, ainda, tolerância, dependência psíquica e, às vezes, dependência física.