Durante a Idade Média, iniciada no
século V, a vida social e econômica
concentrou-se no campo. A evolução
cultural nesse período manteve-se
praticamente nula. No século VII, as
únicas fontes de preservação da
cultura greco-romana eram as escolas
ligadas às catedrais para a formação do
clero. Somente a Igreja continuou a
contratar artistas, construtores,
carpinteiros, marceneiros, vitralistas,
decoradores, escultores e pintores,
pois as igrejas eram os únicos edifícios
públicos que ainda eram construídos
A ARTE NO IMPÉRIO CAROLÍNGIO: na
corte de Carlos Magno, criou-se uma
academia literária e desenvolveram-se
oficinas para a produção de objetos de
arte e manuscritos ilustrados. As
oficinas ligadas ao palácio e aos
mosteiros desempenharam importante
papel na evolução da arte após o
reinado de Carlos Magno
O trabalho nas oficinas da corte de Carlos
Magno levou os artistas a redescobrir a
tradição cultural e artística do mundo
greco-romano, abandonada durante a
oculpação dos povos bárbaros. Na
arquitetura isso foi decisivo: levou, mais
tarde, à criação de um novo estilo, adotado
principalmente na arquitetura das igrejas, o
chamado estilo românico.
ESTILO ROMÂNICO NA ARQUITETURA: seus aspectos
mais significativos são a utilização da abóbada, dos
pilares maciços que a sustentam e das paredes espessas
com aberturas estreitas usadas como janelas. As igrejas
românicas são grandes e sólidas - daí serem chamadas
"fortalezas de Deus". Elas podiam ser construídas com
abóbadas de dois tipos: de berço e de arestas.
A abóbada de berço era simples: consistia num semicírculo - o arco
pleno- ampliado lateralmente pelas paredes. Apresentava duas
desvantagens: o excesso de peso do teto de alvenaria, que poderia
provocar desabamentos, e a reduzida luminosidade interna, por conta
das janelas estreitas. A abertura de grandes vãos era impraticável, por
enfraquecer as paredes e aumentar o risco de desabamento
Embora diferentes, esses dois tipos de abóbadas causaram o
mesmo efeito sobre o observador: sensação de solidez e repouso,
dada pelas linhas semicirculares e pelos grossos pilares que
anulam qualquer impressão de esforço e tensão
A abóbada de aresta, foi desenvolvida com a finalidade de superar as
limitações da abóbada de berço. A abóbada de aresta consistia na
intersecção, em ângulo reto, de duas abóbadas de berço apoiadas sobre
pilares. Com isso obtinha-se maior leveza e iluminação interna. Com esse
tipo de abóbada exige um plano quadrado de apoio, a nave central ficou
dividida em setores quadrados, correspondendo às respectivas abóbadas.
ARTE ROMÂNICA DE CLUNY: em 910, foi fundada na
cidade de Cluny, na França, uma abadia de beneditinos.
Esse movimento cristão cresceu ao longo dos séculos XI e
XII e, ao final do século XII, a congregação era construída
por mais de mil mosteiros, espalhados por toda a
Europa. Em 1790, essa abadia foi quase totalmente
destruída, pouco sobrando de seus edifícios e tesouros
artísticos. Os religiosos de Cluny, porém, produziram
muitas obras de arte que ainda podem ser apreciadas
em seus mosteiros
A beleza de suas esculturas pode ser vista, por exemplo,
nos capitéis das colunas que cercam o claustro,
decorados com um rico trabalho de escultura, com
representações de folhagens, animais e personagens
bíblicas. Numa época em que poucas pessoas sabiam ler,
a igreja recorria à pintura e à escultura para narrar
histórias bíblicas ou transmitir aos fiéis valores
religiosos.
ARQUITETURA ROMÂNICA NA PENÍNSULA ITÁLICA: diferentemente do restante da Europa, a
arte românica na península Itálica não apresenta formas pesadas, durante e primitivas. Por
estarem mais próximas a exemplos de arquitetura grega e romana, os construtores italianos
deram às suas igrejas um aspecto mais leve e delicado. Também soba influência da arte
greco-românica é o conjunto de catedral de Pisa. O edifício mais conhecido do conjunto da
catedral de Pisa é o campanário, a famosa Torre de Pisa, cuja construção foi iniciada em
1174. Com o passar do tempo, o terreno em que ele está localizado foi cedendo e,
consequentemente, houve uma inclinação. Seu elemento arquitetônico mais interessante é
a superposição de delgadas colunas de mármore, que formam sucessivas arcadas ao redor
de todos os andares.
ESTILO ROMÂNICO NA PINTURA: os pintores românicos foram criadores de telas de
grandes proporções, sendo verdadeiros muralistas. Essas decorações murais foram
favorecidas pelas formas arquitetônicas, como as abóbadas e as espessas paredes,
que, com poucas aberturas, criavam grandes superfícies propícias aos trabalhos. Os
murais tinham como modelo as ilustrações dos livros religiosos. Nessa época, era
intensa nos conventos a produção de manuscritos decorados à mão, com cenas da
história sagrada. A pintura românica praticamente não registra assuntos profanos.
Para a decoração de igrejas e mosteiros, geralmente eram escolhidos temas como a
criação do homem e do mundo, pecado original, a arca de Noé e símbolos dos
evangelistas. As principais características da pintura românica foram a deformação e o
colorismo. A deformação traduzia os sentimentos religiosos e a interpretação mística que
o artista fazia da realidade. A figura de Cristo, por exemplo, era sempre maior do que as
demais.
Um exemplo desse tipo de pintura é o fresco Cristo em Majestade, pintado na abside da igreja
de San Clemente de Tahull, na Catalunha, Espanha. Esse mural tem no centro a figura de
Cristo, cercado de anjos e símbolos dos evamgelistas.