TOXI-INFECÇÕES ALIMENTARES-DTAs

Doenças Transmitidas por Água e Alimentos (DTAs) são doenças de natureza infecciosa ou toxica causada pelo, ou que se pensa ser causada pelo, consumo de alimentos ou água (OMS).
Imprecisão dos Dados Epidemiológicos Relativos as DTA
1. Falta de Caracterização
  1. dos surtos
  2. da etiologia dos surtos
2. Falta de procura/disponibilidade de assistência médica
3. Subnotificação aos serviços de vigilância sanitária
4. Erro no diagnóstico ou caracterização da doença como DTA
5. Coleta imprópria de : amostras de alimentos e espécimes clínicos;
6. Rotina laboratorial inadequada de processamento de:amostras de alimentos e espécimes clínicos
INTOXICAÇÃO ALIMENTAR ESTAFILOCÓCICA
1. ocorrência frequente
2. quadro clínico leve
3. alimentos envolvidos comuns
4. taxa de ataque alta
5. PRINCIPAIS CARACTERÍTICAS
  1. Período de Incubação: 30 minutos – 8 horas (PI médio: 2 - 4 h)
  2. Sinais e Sintomas
    1. “Específicos”: sialorréia, náuseas, vômitos;
    2. “Colaterais”: dor abdominal ou cólicas intestinas, diarreia;
    3. “Eventuais”: cefaleia, tonteira, hipotensão, desidratação;
6. TRATAMENTO
  1. Antimicrobianos não devem ser prescritos
  2. Sintomático (antieméticos);
  3. Suporte (reposição hidroeletrolítica);
7. Período de Estado: 1 a 2 dias (média 20 h);
8. ETIOLOGIA
  1. Enterotoxinas Estafilocócicas
    1. Natureza química: proteica
    2. Tipos imunológicos: A – E e G – V
    3. Pertencem a família das Toxinas Pirogênicas com Ação de Superantígenos
    4. Codificadas por genes do cromossoma, plasmídios, elementos móveis e ilhas de patogenicidad
    5. Resistência térmica (Termoestáveis), pH ácido e enzimas proteolíticas
    6. Local de Ação: Intestino Delgado
    7. Mecanismo de Ação: indução de retroperistalse -> emese;
    8. Dose emética: 0,1 µg (relatos de surtos com 0,5 ng/mL)
9. PATOGENIA
  1. Enterotoxinas Estafilocócicas
    1. Células Enterocromafínicas
      1. Liberação de Serotonina
        Receptores 5-HT3
        Terminações Vagais Aferentes
        Centro do Vômito no Tronco Encefálico
        Reflexo do Vômito
10. Eventos Epidemiológicos Associados
  1. Alimentos envolvidos nos surtos
    1. Proteico com baixa carga microbiana
    2. Altamente manipulados
      1. Portador Nasal de S. aureus: • intermitente: até 60%; • persistente: até 20%
    3. Preparados com antecedência
    4. Expostos a temperaturas perigosas (>10ºC a <60ºC)
    5. Contagem:10elevado5 ufc/g
BOTULISMO ALIMENTAR
1. ocorrência rara
2. taxa de ataque baixa
3. quadro clínico grave
4. alimentos envolvidos diferenciados
5. um único caso da doença deve ser considerado um SURTO.
6. Importância de denominar a forma clínica da doença (cada forma possui uma patogenia característica)
  1. FORMAS CLÍNICAS
    1. Botulismo Alimentar
      1. Intoxicação alimentar clássica
    2. Botulismo Intestinal
      1. Infantil
        Infecção intestinal do lactente
        DTA
        Pode ser devido a “exposição ambiental”
        Alimentos Envolvidos: MEL
        Sinais e Sintomas:
        • Constipação; • Sonolência excessiva; • Choro fraco; • Dificuldade de sucção; • “se baba”; • diminuição das Expressões Faciais; • “Queda da Cabeça”; • Hipotonia Generalizada; Sinais e Sintomas: • “Fraqueza”; • Ptose palpebral; • Midríase; • Redução da Motilidade Ocular; •  dos Reflexos de Vias Aéreas; • Paralisia Respiratória; • Frog Legs Signal
      2. de Crianças e Adultos
        Infecção intestinal
    3. Botulismo de Feridas
      1. Infecção
    4. Botulismo “Inalatório"
      1. Intoxicação
    5. Botulismo Iatrogênico
      1. Intoxicação
7. ETIOLOGIA
  1. Neurotoxina Botulínica
    1. A doença decorre da ação da neurotoxina botulínica no SNC após sua ingestão junto com alimentos onde ela foi produzida por uma amostra de clostrídio neurotoxigênico
      1. Clostridium botulinum
      2.  Clostridium butyricum;  Clostridium baratii;  Clostridium argentinense
    2. Em surtos de DTAs em humanos os tipos A, B, E são os mais frequentes;
      1. Soro heterólogo equino
    3. Incolor, inodora, insípida e solúvel em água;
    4. É Termolábil a 65 a 80ºC / 30 minutos e a 100ºC / 5 minutos
    5. Não é produzida em pH inferior a 4,6
8. PATOGENIA
  1. Neurotoxina Botulínica,produzida na forma de Protoxina
    1. Liberada por lise celular
      1. Toxina do tipo A-B
        Clivada por proteases •Endógenas; • Exoógenas.
        toxina
9. Clivagem de proteínas SNARE responsáveis pela liberação de Acetil-colina na fenda sináptca
10. Ingestão do alimento contendo a Neurotoxina Botulínica
  1. Período de Incubação de 2 h - 14 dias (PI médio:12 a 48 horas)
    1. Sinais e Sintomas inespecíficos
    2. Sinais e Sintomas ESPECÍFICOS (Decorrentes da ação da BoNT)
      1. Paralisia Flácida
      2. Ptose Palpebral Diplopia Visão Turva Pupilas Fixas e Dilatadas ;Boca seca Disfagia Disfonia Disartria
        Fraqueza Muscular Bilateral
        Insuficiência Respiratória
        Evolução para o Óbito em 3 a 6 dias
        “Paralisia Flácida Simétrica Descendente”
11. Auxiliam no Diagnóstico:
  1. Ausência de Febre  Consciência Inalterada  Audição Preservada  Eletroneuromiografia: condução nervosa sensitiva e motora: Ok
12. TRATAMENTO
  1. Inespecífico: medidas de suporte à vida;
  2. específico: Soro heterólogo equino bivalente (A e B) ou trivalente (A, B e E);48 h a 7 dias após início dos sintomas
13. Alimentos Envolvidos em Surtos no Brasil:
  1. Conservas caseiras de vegetais (picles);  Conserva de pequi;  Conservas caseiras de carne suína;  Conserva de palmito (“indústrias clandestinas);  Embutidos caseiros (Linguiças, Salsichas, ...);  Patês caseiros; Peixes e frutos do mar em conserva ou defumados;Ovos de codorna em conserva;

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