A história da psicologia brasileira é necessariamente a história de uma psicologia colonizada. Qual a principal implicação dessa afirmação?
Por mais que sejamos críticos, ainda reproduzimos em alguma medida a psicologia do colonizador e muitos de seus pressupostos políticos, filosóficos, sociais, científicos, etc.
Isso implica que nosso conhecimento é importado. Mas isso não é um problema, uma vez que o conhecimento científico é universal e atemporal.
Qual o impacto, para a psicologia, da instauração do senso de crise da subjetividade privatizada que surge na idade moderna ?
O senso de que existe uma subjetividade privatizada é irrelevante para a psicologia. A psicologia é uma ciência oriundo desde a idade antiga e tem sua instauração já garantida com o pensamento de filósofos gregos como Sócrates, Platão e Aristoteles.
O senso de que existe uma subjetividade privatizada e que essa encontra-se em estado de crise, a partir da modernidade, é essencial para o surgimento da psicologia. Apenas quando aquilo que parecia seguro e certo entra em crise, surge a necessidade de uma ciência que dê conta desse problema.
Embora a psicologia seja resulte do crescente processo de crise da subjetividade moderna, a própria psicologia é responsável por elevar o sentido de crise da subjetividade. Como esse paradoxo pode ser explicado.
A psicologia acaba por produzir o aumento do senso de crise da subjetividade quando revela que aquilo que achávamos ser base de um conhecimento privilegiado, nosso subjetividade, é resultado de inúmeros controles sociais e forças psicológicas inconscientes.
A psicologia intensifica a subjetividade privatizada ao afirmar que todo homem é livre e, portanto, responsável por seus atos. Assim, a psicologia expõe que o homem está fadado a ser o eterno responsável por suas mazelas, nada mais desolador.