Os efeitos das drogas para a gestante e o feto

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    Os efeitos das drogas na gestante e no feto
    Gostaria que vocês imaginassem aquela gestante da primeira foto, no lugar daquela mulher da segunda foto. Vocês conseguem imaginar? Sei que é difícil, mas é essa a nossa realidade. Em nosso município estamos presenciando, cada vez mais, o aumento no número de gestantes usuárias de drogas. Não temos o número exato de gestantes usuárias em nosso município, por falta de pesquisas, mas podemos fazer um levantamento em nossas próprias Unidades de Saúde e acredito que vocês irão se espantar com o número encontrado.

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    Os efeitos das drogas na gestante e no feto
    Nas últimas décadas, o crescimento do consumo abusivo de drogas constituiu, na sociedade, um sério problema que requer integralidade nas ações e uma busca de políticas públicas para minimizar as consequências. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), droga é toda a substância que, introduzida no organismo vivo, modifica uma ou mais das suas funções, independentemente de ser lícita ou ilícita. (Coutinho T. et all, 2014) O objetivo proposto é melhorar a adesão das gestantes usuárias de drogas ilícitas aos cuidados do pré-natal e para isso pretendo construir juntamente com vocês, profissionais ligados ao atendimento da gestante, uma linha de cuidado. Para que vocês possam conhecer um pouco mais sobre esse tema estamos desenvolvendo essa proposta de curso a distância, onde iremos conhecer um pouco mais e discutir sobre os efeitos das drogas na gestante e no feto, e sobre o que são e como desenvolver uma Linha de Cuidado.    

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    Os efeitos das drogas na gestante e no feto
    Estaremos listando as drogas mais consumidas pelas gestantes e seus efeitos: Maconha: Tem efeito alucinógeno e é a droga ilícita mais utilizada por mulheres em idade reprodutiva e, portanto, pelas gestantes. Ela atravessa facilmente a barreira placentária e os efeitos da droga incluem euforia, taquicardia, congestão conjuntival e ansiedade, porém, a intoxicação aguda é muito rara. A utilização prolongada pode provocar irritabilidade, bronquite crônica e infecções respiratórias recorrentes e letargia.5 No período neonatal, já foi descrita uma síndrome narcótica leve de abstinência, que consiste de tremores finos, movimentos involuntários súbitos e reflexo de Moro exagerado, dez regridem espontaneamente, não necessitando de tratamento. Não há evidências de aumento na frequência de malformações congênitas, baixo peso ao nascimento ou alterações de linguagem. (Coutinho T. et all, 2014)

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    Os efeitos das drogas na gestante e no feto
    Maconha: A prevalência do uso de cocaína e de seus derivados – principalmente o crack – tem aumentado de forma preocupante na população brasileira. Apresenta efeito anestésico local sendo estimulante do SNC, através de ação simpaticomimética via dopamina.5 As complicações maternas incluem trabalho de parto prematuro, descolamento prematuro de placenta, ruptura uterina, arritmias cardíacas, ruptura hepática, isquemia/enfarte cerebral e óbito. A cocaína cruza rapidamente a placenta através de difusão simples e pode causar constrição significativa dos vasos fetais. A principal preocupação com as consequências fetais da droga está relacionada ao seu efeito vasoconstritor e às consequentes alterações destrutivas nos vários sistemas corporais, principalmente no desenvolvimento cerebral. Pode levar a um número maior de sinais e sintomas neurológicos no período neonatal, como irritabilidade, agitação, hipertonia, tremores, choro agudo e estado hiperalerta.5 Não há evidências de aumento na frequência de malformações congênitas, baixo peso ao nascimento ou alterações de linguagem. (Coutinho T. et all, 2014)  

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    Os efeitos das drogas na gestante e no feto
    Crack: O crack pode apresentar efeitos no feto e recém-nascido, a droga rapidamente atravessa a barreira placentária, agindo diretamente na circulação fetal, determinando vasoconstrição urogenital, cardiovascular e malformações no sistema neurológico. Pode reduzir a distribuição dos nutrientes para o feto e contribuir para o déficit no crescimento. Pode apresentar também, prematuridade, baixo peso, diminuição da circunferência cefálica, descolamento de placenta, que em alguns casos, pode levar ao aborto. Também pode levar a deficiência auditiva, assimetria sensorial, tremores, hiper-reação a estímulos ambientais, hiperatividade, inquietação, retardo do desenvolvimento neuropsicomotor e risco de morte súbita. Após o nascimento, os recém-nascidos podem apresentar dificuldade para ganhar peso, aumento da incidência de apneia do sono, síndrome da morte súbita e síndrome de abstinência. Pode trazer também consequências para o crescimento e desenvolvimento neuropsicomotor do recém-nascido, como atraso no desenvolvimento neuropsicomotor, agravos na função cognitiva, mais tardiamente déficit de atenção e deficiência mental moderada.6 O efeito vasoconstritor da droga, por aumentar o tônus vascular, reduzir o fluxo de sangue placentário, aumenta a probabilidade de hipóxia, restrição do crescimento intrauterino, isquemia, ataque cardíaco e sangramento placentário durante a gestação. Pode causar hipertensão, taquicardias e arritmias, hiperreflexia, febre, midríase, instabilidade emocional, proteinúria e edema

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    Os efeitos das drogas na gestante e no feto
    Crack: Leva também a uma alta incidência de aborto, prematuridade, rompimento prematuro da placenta, trabalho de parto prematuro, ruptura uterina, arritmias cardíacas, ruptura hepática, isquemia cerebral, infarto, e morte materna.6 No Brasil, os usuários de crack são predominantemente masculinos (78,68%), contra 21,32% de mulheres.7 O número médio de gestações e de nascidos vivos das mulheres usuárias de crack foi de respectivamente, 3,82 e 2,56. Aproximadamente 46 % das mulheres relataram quatro ou mais gestações ao longo da vida. No Brasil, segundo os dados do Censo 2010, as mulheres em geral, tinham, em média 1,9 filho. A projeção da taxa de fecundidade para 2013 era de 1,77 filho/mulher, o que se mostra diferente da taxa de fecundidade estimada para as mulheres usuárias de crack. (Pesquisa Nacional sobre o uso do crack, 2014)  

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    Os efeitos das drogas na gestante e no feto
    Infelizmente podemos notar que, mulheres grávidas usuárias de drogas, recebem em sua maioria pouco ou nenhum cuidado no pré-natal. Mulheres usuárias de drogas não comparecem ao pré-natal ou comparecem tardiamente. Para aumentar o número de mulheres que recebem cuidados no pré-natal, requer-se mudanças nos serviços de atendimento e não só individualmente. Sabendo que mulheres grávidas que recebem pré-natal adequado, geralmente têm uma melhor gestação em comparação às mulheres que usam drogas e não recebem cuidados adequados, justifica-se uma ação efetiva para mudar esse cenário. As mulheres que usam drogas enfrentam barreiras para o pré-natal como dificuldades com o transporte, o estilo de vida de usuária, sentem medo de serem identificadas por traficantes e medo de uma repercussão legal, incluindo ser denunciada aos Conselhos Tutelares ou a justiça. (Roberts. SCM, 2011)

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    Os efeitos das drogas na gestante e no feto
    Gostaria que vocês assistissem ao vídeo, que mostra um pouco sobre a realidade das gestantes usuárias de drogas . Segue o link: https://www.youtube.com/watch?v=AAb7_Wdp9Lc&t=1021s   Após assistirem ao vídeo, façam comentários em nosso fórum, sobre o conteúdo lido e sobre o vídeo.
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