2. água doce ✅

Do 1,4 bilhão de quilômetros cúbicos de água da hidrosfera, apenas 2,5% são de água doce. A maior parte da água doce, quase 70%, está sob a forma de gelo, ou seja, indisponível, nos polos. As principais fontes para matar a sede dos bilhões de seres vivos no mundo são: as [blank_start]águas subterrâneas[blank_end], captadas por meio da exploração de poços; as [blank_start]águas de superfície[blank_end], que englobam desde lagos e rios até a umidade do solo; e a água presente na atmosfera.

[blank_start]As geleiras[blank_end] são enormes massas formadas pelo acúmulo de neve no decorrer de milhares de anos. Elas se movimentam: descem encostas pela ação da gravidade ou se espalham pelo solo com a força de seu peso. Em seu trajeto, elas desgastam as rochas e, ao chegar a mares e lagos, dão origem a plataformas de gelo. [blank_start]Os icebergs[blank_end] são massas de gelo que se desprendem dessas plataformas e flutuam pelos oceanos.

Os [blank_start]lagos[blank_end], definidos conceitualmente como corpos de água parada, são a maioria da água doce de superfície disponível para consumo. Podem ser formados de várias maneiras: por acúmulo de água [blank_start]da chuva[blank_end], afloramento de [blank_start]uma nascente[blank_end], pela alimentação [blank_start]de rios[blank_end] ou pela [blank_start]erosão glacial[blank_end] (desgaste das rochas provocado pelo movimento das geleiras). Essa última explica a origem dos Grandes Lagos da América do Norte, que abrigam 27% da água doce proveniente de lagos do planeta.

Também são lagos os mares fechados, sem ligação com o oceano, como o Mar [blank_start]Cáspio[blank_end] – o maior lago do mundo, com área de 370 mil quilômetros quadrados – e o Mar [blank_start]Morto[blank_end]. Outro mar, o [blank_start]de Aral[blank_end], enfrenta enorme desastre ambiental e perdeu cerca de 90% do volume total de água.

Rios são cursos naturais de água que se deslocam de um ponto mais alto ([blank_start]nascente[blank_end]) até um nível mais baixo ([blank_start]foz ou desembocadura[blank_end]), onde lançam suas águas. A foz pode ser um mar, lago, pântano ou rio.

Os rios [blank_start]aumentam[blank_end] progressivamente de volume ao longo de seu percurso, alimentados por novos cursos de água – outros rios, riachos e nascentes. As chuvas também reforçam o fluxo do rio, pois as águas se infiltram no terreno ou escorrem em filetes até atingir os riachos. A parte absorvida pelo solo penetra até estratos inferiores, formados por rochas [blank_start]impermeáveis[blank_end], e continua se movimentando subterraneamente conforme a inclinação da camada rochosa, criando os lençóis freáticos. Mais adiante, essa água retorna à superfície em nascentes, que alimentam os cursos de água. O derretimento da neve acumulada no cume das montanhas é outro fator que participa na formação dos rios.

A água das chuvas e a do derretimento das neves escorrem pelo solo, formando pequenos veios que vão aumentando conforme se encontram. Rochas [blank_start]porosas[blank_end] permitem que a água penetre no subsolo – e as diferenças de altura e pressão a fazem ressurgir em outro local, formando nascentes.

As águas subterrâneas são o segundo grande depósito de água doce da Terra, com 30,1% do volume total. Elas se acumulam em reservatórios naturais no interior da crosta terrestre graças à infiltração das águas superficiais em áreas com rochas [blank_start]porosas[blank_end].

Essas fontes de água doce são essenciais para o abastecimento de diversas regiões do globo onde há carência permanente ou sazonal de águas superficiais, com destaque para o norte da [blank_start]África[blank_end], [blank_start]Oriente Médio[blank_end], algumas regiões dos Estados Unidos, China e a Índia. São utilizadas na irrigação agrícola e no consumo de pessoas e animais. Também têm importante papel na manutenção da umidade do solo e na alimentação de rios e lagos.

O Aquífero Guarani é um dos maiores reservatórios de água doce do mundo, 70% do volume de água está em território brasileiro, estendendo-se do [blank_start]Centro-Oeste[blank_end] ao [blank_start]Sudeste e Sul[blank_end], e o restante está em territórios do [blank_start]Uruguai[blank_end], do [blank_start]Paraguai[blank_end] e da [blank_start]Argentina[blank_end]. Atualmente, o aquífero é largamente explorado para a irrigação agrícola.

Outro importante aquífero brasileiro é o Alter do Chão, [blank_start]na Amazônia[blank_end]. Estudos preliminares situam-no entre os maiores do mundo em volume de água. Com área de 437,5 mil quilômetros quadrados, há projeções que indicam que o Alter do Chão tenha 86 trilhões de metros cúbicos de água, o que, caso confirmado, superaria em muito o Guarani.

Os aquíferos são grandes reservatórios subterrâneos de água formados nas regiões [blank_start]das bacias sedimentares[blank_end]. Nessas áreas predominam rochas [blank_start]porosas e permeáveis[blank_end], elemento obrigatório para a acumulação de água.