5. Hidrografia - problemas

Mesmo concentrando cerca de 12% das reservas mundiais de água doce e sendo privilegiado por uma profusão de rios, o Brasil não está imune à escassez hídrica. Um dos problemas é que o precioso líquido não é distribuído de maneira uniforme pelo território nacional. Os estados do [blank_start]Norte[blank_end], com somente 8% da população, têm quase 70% das reservas hídricas. Em compensação, o [blank_start]Nordeste[blank_end], que concentra 28% da população, possui apenas 3% da água disponível e é a região mais afetada pela seca no país.

No Nordeste, a escassez hídrica está diretamente relacionada com o clima [blank_start]semiárido[blank_end] do sertão. A presença de uma massa [blank_start]quente[blank_end] e [blank_start]seca[blank_end] que estaciona na região durante longos períodos é responsável pela falta de chuvas. Alguns fenômenos climáticos sazonais, como a ocorrência do El Niño, pode agravar ainda mais a situação.

Uma grave crise hídrica atingiu todos os estados da região [blank_start]sudeste[blank_end] em 2014 e 2015: Veja alguns dos principais entraves que o setor enfrenta na região: Falta de medidas para atender ao aumento da demanda de água nas últimas décadas. A lentidão ou a conivência do poder público na questão da ocupação das áreas de mananciais, provocando desmatamento, impermeabilização do solo e poluição das águas. A lentidão ou inexistência de programas de despoluição das águas dos rios e lagos em áreas urbanas, A coleta e tratamento de esgotos, serviço cobrado pelas empresas que fazem a distribuição da água, atende menos da metade da população.

Há fortes críticas de diversos setores da sociedade sobre o modelo de gestão público- -privada dos recursos hídricos. Em São Paulo, a Sabesp é uma empresa de capital misto ([blank_start]51[blank_end]% sob controle do Estado e o restante pertence a investidores privados), com ações negociadas na bolsa de valores. Esse modelo concretiza, portanto, a concepção da água como mercadoria [blank_start]voltada[blank_end] para a obtenção de lucro, [blank_start]e não[blank_end] como um bem universal e direito de todos.

Poluição das águas: Lançamento de dejetos industriais e agrícolas, Esgoto doméstico e resíduos sólidos, Agrotóxicos, que infiltram o solo e contaminam águas [blank_start]subterrâneas[blank_end], Resíduos e vazamentos de combustíveis no transporte [blank_start]hidroviário[blank_end].

Esses ambientes sofrem o fenômeno conhecido como [blank_start]eutrofização[blank_end]: os esgotos domésticos, ricos em matéria orgânica, quando são lançados na água, geram um excesso de nutrientes que provoca o crescimento acelerado de plantas e algas aquáticas. Estas, por sua vez, impedem a passagem de luz e a transferência de oxigênio para o meio aquático, favorecendo o desenvolvimento de bactérias anaeróbias.

Além de contaminar os mananciais, a agroindústria também provoca enorme desperdício de água. Quando mal planejada, a irrigação pode dar origem a catástrofes ambientais extremas. É o que aconteceu no Mar _________ . Encravado entre o Uzbequistão e o Cazaquistão, na Ásia Central, o mar ocupava uma área de 68 mil quilômetros quadrados – pouco maior que o estado do Rio de Janeiro. O desastre começou a se formar nos anos 1960, com o desvio dos rios Amu e Syr para irrigar as lavouras da antiga União Soviética. Passados quase 50 anos, o mar perdeu 90% do volume de água.

Enchentes: causadas pelas ocupação das áreas de várzea; Periodicamente, há períodos de mais chuva, mas isso não seria um problema, porque a área de várzea livre serve para receber essa água extra, portanto, aquela área naturalmente enche. O problema é que as pessoas, além de ocuparem essas áreas, ainda asfaltam, [blank_start]impedindo[blank_end] a penetração da água no solo. Interessante notar que paralelepipedos ajudariam, pois possibilitam a infiltração, mas, seria inviável veículos andando a 60 Km/h nesse tipo de rua.

[blank_start]Assoreamento[blank_end]: é quanto tem lixo ou sedimento depositado no fundo dos rios, deixando eles mais rasos, favorecendo enchentes. Como causa? retirar matas ciliares, favorece o deslizamento do solo em volta dos rios; além disso, pessoas morando ali geram lixo, que também podem ir para os rios. Amenizador dos problemas: tirar pessoas dessas áreas, criação de piscinões, asfaltos inteligentes (com capacidade de infiltração).