"As questões colocadas ao ensino da História levantaram indagações sobre sua contribuição para o processo de desenvolvimento das identidades, das referências sociais, e de como inserir os alunos numa história que os torne herdeiros de um legado social, de uma memória social, fundamental para a noção de cidadania." (p.27)
"O que está em jogo é a própria compreensão sobre a natureza do conhecimento histórico. Nesse sentido, pode-se entender a História como uma narrativa neutra, definitiva e do passado, como um conhecimento pronto e acabado, produzido pela academia, cabendo a escola transmitir esse saber histórico aos alunos. Mas, também pode-se entender a História como um campo de disputas sobre o passado e presente, como um saber em permanente processo de reconfiguração, de ampliação, de revisão, decorrente dos debates historiográficos, das influências das diversas ciências e do avanço das pesquisas sobre novos temas, novos sujeitos, novas fontes documentais." (p.28)
Pressupostos norteadores:
"Na primeira [parte] estão registrados os fundamentos teóricos e metodológicos que embasam esta proposta. Apontam-se os desafios do ensino de História hoje e as escolhas feitas no documento.
Na segunda parte, apresentam-se os objetivos gerais do ensino de História por ciclo de aprendizagem.
Na terceira parte, constam algumas orientações sobre a metodologia do ensino de História, destacando questões relacionadas ao emprego do método de investigação; a valorização do uso de documentos históricos em sala de aula; a incorporação de novas linguagens e tecnologias; as questões relativas à história local e ao uso da história oral e às práticas interdisciplinares. Essa parte se encerra com uma discussão acerca da avaliação no ensino de História.
Na quarta parte, apresentam-se as expectativas de aprendizagem de História para os anos iniciais e finais, abrindo o texto com uma discussão acerca dos critérios utilizados para sua seleção e organização.
A última parte é composta pela bibliografia." (p.28-9)
Pressupostos teóricos:
Considerações iniciais: Desafios e perspectivas para o ensino de História
"persistindo na tentativa de superação do ensino tradicional de História, baseado na ordenação cronológica dos acontecimentos e na transmissão e memorização de fatos históricos, por outro que permitisse aos alunos “o dimensionamento de si mesmo, dos outros indivíduos e grupos em temporalidades históricas”. Retoma-se a proposta da década anterior de organizar os conteúdos históricos em eixos temáticos. Nessa organização, privilegia-se o trabalho com os conceitos históricos, que faz por meio da problematização do conhecimento histórico e da realidade presente, buscando entender as permanências e as mudanças históricas e as atuações dos diferentes sujeitos históricos nos campos das relações sociais, da cultura, das relações de poder e de trabalho."
"Atualmente, essa visão eurocêntrica está ultrapassada, considerando as relações complexas e a simultaneidade dos acontecimentos no tempo e no espaço, os ritmos históricos [como a Historia Integrada] específicos, os momentos de contato, confrontos e trocas entre os diferentes povos e culturas. Assumem-se, assim, outras possibilidades de estudos históricos como a análise de processos históricos distintos em diferentes sociedades e culturas e as experiências da pluralidade dos sujeitos históricos, tais como as mulheres, as crianças, os idosos, os movimentos sociais, os grupos étnicos, as populações do campo, dentre outros, sem, contudo, se descartar a organização cronológica mais geral do processo histórico." (p.32)
"As críticas à História Integrada também apontam que, no atual contexto de globalização da economia capitalista, a história nacional passa a ser considerada, por alguns, como um conteúdo de menor importância, preconizando que o fundamental é a inserção do aluno numa história-mundo, que pretende a construção de uma identidade como cidadão de um mundo globalizado. Além disso, ela pode fortalecer abordagens nas quais os problemas brasileiros são explicados apenas em função de um modelo interpretativo que os atribui sempre a razões externas, a conjunturas internacionais, ou forças supranacionais, reforçando a imagem de país atrasado, dominado por forças externas." (p.32)
"A preocupação, na presente proposta, é estabelecer relações constantes, ao longo da escolarização, entre os espaços local, nacional e global, e entre o passado e o presente, ao mesmo tempo em que se prepara o aluno para entender como funciona e se organiza a sociedade de que ele faz parte." (p.33)
Fundamentos do Ensino de História
Esses fundamentos são as respostas para as três questões a seguir:
1) O que é História?
2) O que é tempo histórico?
3) Quem são os sujeitos da História?
As respostas nos apresentam os conceitos de fato ou acontecimento histórico, a noção de tempo, e o conceito de sujeito histórico.
Concepção de História
"Hoje, é aceita a necessidade de se reconhecer a diferença entre a escrita da História e o passado." (p.34)
"Segundo Chartier (2009, p. 21) os historiadores reconhecem que “o conhecimento que produzem não é mais que uma das modalidades da relação que as sociedades mantêm com o passado”. Para ele, algumas obras ficcionais, a memória, coletiva ou individual, pode conferir ao passado uma presença, por vezes mais forte do que a que produzem os livros de história. A História não se restringe ao conhecimento sistematizado veiculado nos livros da historiografia acadêmica ou nos livros didáticos, podendo ser encontrada em muitos outros lugares. Ela está presente nas experiências humanas, podendo ser identificada no cotidiano, nas tradições e festas, nas diferentes memórias coletivas da família, dos trabalhadores, de grupos sociais. Ela pode ser transmitida por depoimentos e por documentos escritos ou visuais." (p.34)
"Além disso, é preciso reconhecer que se o passado não se traduz em sua totalidade na escrita do historiador, a história ensinada na escola também não se resume à vulgarização do saber acadêmico. Na escola, a história escolar deve interagir com diferentes fontes do conhecimento histórico, com os objetivos da educação escolar, com os saberes prévios dos alunos, com as concepções e representações sobre o passado que circulam socialmente, com tradições e práticas da cultura escolar." (p.35)
"Por isso, a História, quer como processo, como saber acadêmico ou disciplina escolar assenta-se num campo aberto de debates e reflexões em processo contínuo de (re)construção." (p.35)
Concepção de Tempo
"[A] noção de tempo linear, progressivo, que caminha num ritmo único do passado para o presente e o futuro, já foi confundida com o próprio tempo histórico." (p.35)
"Atualmente, essa perspectiva é tida como insuficiente para dar conta das diferentes dimensões do tempo histórico, pois se concentra, apenas, no chamado tempo cronológico. O tempo histórico é o tempo intrínseco aos próprios processos e temas estudados, que não são ritmados por fenômenos astronômicos ou físicos, nem pela ideia de progresso, mas pela especificidade do próprio processo. Esta concepção de tempo histórico foi representada pelos historiadores por categorias temporais, que permitem reconhecer o ritmo em que as mudanças e permanências ocorrem na realidade social. São elas: “estruturas de longa duração” (Escravidão Moderna, Islamismo), “conjuntura” (Revolução Industrial, Ditadura Militar, Revolução Francesa), “ciclos” (exploração do pau-Brasil, mineração, café) e “acontecimentos breves” (morte de Getúlio Vargas, greve de 1917)." (p.35)
"Segundo Bittencourt (2008), o historiador trabalha com dois tipos de tempo: o tempo métrico (cronologias e periodizações) e o tempo qualitativo a) das durações; b) da sucessão: tempo diacrônico e tempo sincrônico; e c) das mudanças e permanências."
"Portanto, para localizar os acontecimentos nas múltiplas temporalidades que o historiador trabalha, o professor pode propor exercícios em que os alunos, tomando um determinado tema, possam perceber os diferentes ritmos de tempo e as durações, ou seja, os ritmos das mudanças históricas e as durações de tempo entre uma mudança e outra, ou a duração de um acontecimento. Por exemplo, tomando-se o tema da “Independência do Brasil”, que na versão oficial ocorreu em 07/09/1822 com a proclamação da Independência por D. Pedro I, pode-se levar o aluno a perceber a dimensão do acontecimento breve, datado e situado no espaço. Em seguida, pode-se situá-lo no conjunto dos acontecimentos que formavam a conjuntura econômica, política, social e cultural (o período pós-Napoleônico) da Europa e da América no início do século XIX. É possível também compreendê-lo de forma abrangente no processo de estruturas de “longa duração” com a transição do Antigo Regime para o Capitalismo, em que se insere o processo de Independência da América.
Não se ensina o conceito de tempo às crianças e aos jovens. Ele é apreendido a partir de diferentes estudos, de conhecimentos, de vivências, de relações e de amadurecimento cognitivo. Na realidade, ninguém pode ensinar um conceito a outra pessoa, porque cada pessoa é que o apreende a seu modo. Então, o que se pode, no ensino de história, é criar diferentes situações para o estudante pensar sobre diferentes dimensões, usos, formalizações ou abrangências de tempo e favorecer-lhe o acesso a informações para que ele possa aprofundar seus conhecimentos sobre o assunto. Isso é diferente de, simplesmente, pedir-lhe que decore o enunciado de um conceito fornecido pelo professor, como: o que é o tempo histórico? Para o aluno do Ensino Fundamental, o importante é que o professor faça escolhas de conteúdos e atividades que lhe possibilitem refletir sobre as durações dos acontecimentos e não apenas o relacionamento dos acontecimentos a um determinado instante ou a uma data.
(... ) O desejável é que elas [atividades e aulas] possibilitem aos alunos refletir sobre os ritmos e durações do tempo histórico ultrapassando suas percepções de tempo oriundas de suas vivências pessoais, psicológicas ou fisiológicas." (p.36)
Concepção de Sujeito
"Em geral, ela [História Tradicional] destacava também a atuação de protagonistas masculinos brancos, ressaltando-lhes os atributos masculinos como bravura, ousadia, conquista, desbravamento, belicosidade em suas atuações. Crianças, velhos e mulheres raras vezes aparecem. Povos, etnias e culturas que não pertencessem à civilização ocidental, também eram omitidos ou menosprezados. Grupos minoritários eram negligenciados ou excluídos.
Novas abordagens, todavia, têm procurado redimensionar o papel histórico dos indivíduos singulares, dos povos e etnias, e dos grupos sociais, questionando tanto aquelas que enfatizam a atuação de personagens especiais, cujas intenções, percepções e motivações são propulsoras dos acontecimentos, quanto a que esvaziavam a atuação de personagens históricos, de classes, ou de grupos sociais, cuja subjetividade era vista como mero reflexo de condições históricas estruturais. O conceito de cultura desenvolvido pela denominada História Cultural, em contraposição ao de civilização, trouxe à tona povos e etnias que eram postos à margem dos acontecimentos históricos, e fez os historiadores passarem a ver a história a partir também dos vencidos, dos excluídos, dos marginalizados, das pessoas comuns.
As discussões sobre o papel dos indivíduos na História também redimensionaram o lugar de personagens singulares, cujas atuações contribuem para a definição do rumo de determinados acontecimentos. Neste sentido, é importante também reconhecer a existência de lideranças, que despontam, por vezes, em resposta a importantes demandas sociais, incorporando expectativas e necessidades de grupos e coletividades em processos de luta e reivindicação por seus direitos, e em defesa de ideais humanísticos." (p.37)
"Então, é importante que o professor promova, em cada caso, a discussão sobre o papel dos indivíduos alçados à condição de heróis, indagando sobre como se construiu a imagem, questionando as representações da memória oficial; interrogando sobre os processos de esquecimento e omissão de outros sujeitos históricos e suas lutas, em especial, aqueles ligados aos movimentos populares. As relações entre os indivíduos e os grupos, as instituições e populações inteiras, merecem ser objeto de reflexões e indagações. As relações pessoais com a História, com os acontecimentos; a participação; a maneira como se forma opinião sobre os eventos locais, nacionais ou mundiais; a própria história merecem ser objetos de questionamentos." (p.37)
"Por isso, devem ser oferecidas as condições para que o aluno possa reconhecer que a sua própria história pessoal está inserida na História, compartilhando coletivamente dos processos históricos que marcam sua época. Disso resulta a importância de atividades com as quais o professor pode promover o resgate histórico das trajetórias individuais de seus alunos e apontar os entrelaçamentos delas com a de outras pessoas de seu meio familiar, de sua comunidade, do grupo classe, do contexto do trabalho, das associações religiosas, esportivas, dentre outras, procurando articular estas trajetórias com processos históricos mais amplos, com determinados acontecimentos e conjunturas históricas." (p.38 - Respondendo por quê trabalhar a história pessoal do aluno)
"A História deve contribuir para a apreensão de uma diversidade de memórias sociais, como elementos constitutivos de uma identidade social a ser invocada. Além da memória nacional, das memórias institucionais, e das memórias contidas nos livros didáticos, outras memórias coletivas podem ser desenvolvidas. As memórias singulares dos indivíduos, de suas lutas e trajetórias pessoais, permitem o reconhecimento da pluralidade de sujeitos que fazem a História, homens, mulheres, crianças, grupos, classes. Todos são sujeitos de múltiplas histórias." (p.38)
Objetivos gerais do ensino de História:
• Compreender a si mesmo e a vida em sociedade, identificando as relações dos seres humanos entre si e com a natureza na produção da cultura, numa perspectiva histórica.
• Perceber as relações que os diversos grupos humanos estabelecem entre si, por meio da ação dos múltiplos sujeitos históricos.
• Reconhecer a realidade que o cerca, posicionando-se criticamente diante dela, fazendo escolhas e agindo criteriosamente, como cidadãos conscientes, ativos, informados, para contribuir para construção de uma sociedade democrática, plural e inclusiva.
• Debater sobre os valores humanos, respeitando as diferenças culturais e os direitos humanos universais.
• Dar importância aos estudos históricos como forma de conhecer e respeitar o modo de vida de diferentes grupos, povos, etnias, em diversos tempos e espaços, em suas manifestações culturais, econômicas, políticas e sociais, reconhecendo semelhanças e diferenças entre eles, permanências e mudanças, conflitos, resistências, negociações e contradições sociais das diferentes sociedades e culturas.
• Entender que o conhecimento histórico é fruto de investigação, que se realiza seguindo determinados procedimentos metodológicos e, principalmente, pelos vestígios ou evidências do passado, importantes fontes históricas.
• Reconhecer que a História, como conhecimento, é interpretativa por natureza, e que os saberes históricos podem ser questionados.
• Fazer uso de conceitos históricos de caráter abrangente (continuidade, mudanças, durações...) e de noções históricas singulares (Renascimento, Cruzadas, Bandeirantes...).
• Realizar pesquisas escolares sobre temas de História, utilizando-se de procedimentos de busca, coleta e organização de informações.
• Valorizar o patrimônio histórico-cultural reconhecendo a cultura dos diversos grupos que formam a sociedade brasileira.
Orientações Metodológicas
Questões sobre como ensinar História
"O simples emprego de novas tecnologias não assegura que o estudante está realizando tarefas que redundem em aprendizagem significativa, assim como uma aula expositiva não rotula o professor de tradicional." (p.40)
"Mas, se o que se quer é ensinar a realizar perguntas a um documento, a extrair informações de um texto, e a criticá-lo; a comparar versões e interpretações, os procedimentos didáticos não podem se reduzir ao modelo anterior, pois é preciso construir situações que coloquem os alunos como sujeitos ativos de um processo que exige indagação, busca de informações, resolução de problemas.
Caso se pretenda, por exemplo, que os alunos realizem uma pesquisa na internet sobre a História de São José dos Campos, convém alertá-los que, se eles digitarem no Google: História de São José dos Campos, obterão, aproximadamente, 450 mil resultados dessa busca. É preciso que aprendam a digitar a mesma expressão entre aspas: “História de São José dos Campos”. Mesmo com esse filtro o buscador lhe trará aproximadamente 979 resultados. São pois, muitas informações e páginas para visitar. Será preciso ter critérios para avaliar os sites, checar e assegurar-se da confiabilidade das informações, segundo os objetivos do trabalho. Portanto, para os alunos aprenderem a pesquisar é preciso desenvolver a capacidade de utilizarem-se de procedimentos práticos que resultem em boa pesquisa, na internet ou em outras fontes." (p.40)
"O professor não deve também restringir sua ação à entrega de receitas de como obter o conhecimento, em tais ou quais livros e sites, nem se deter apenas na apresentação dos fatos e das análises dos historiadores. De alguma forma, é preciso construir um desafio para a aprendizagem. Por isso, é importante destacar que o estudo do passado só tem sentido quando coloca o estudioso diante de problemas e questões do seu próprio tempo." (p.41)
"Atualmente, é consenso que aprender História não significa apenas memorizar fatos, nomes e datas, (os chamados conteúdos factuais). É necessário saber explicar os acontecimentos, analisá-los, interpretá-los, relacioná-los. Tais procedimentos seguem alguns princípios, utilizando conceitos e noções que tornam inteligíveis os acontecimentos históricos. Assim, entende-se que o ensino e a aprendizagem de História ocorrem pela mediação de conceitos, o que torna necessária a escolha de situações que promovam a aprendizagem e o desenvolvimento de conceitos por parte dos alunos." (p.41)
"Não é objetivo do ensino de História transformar a sala num espaço de debate historiográfico permanente. Esta é uma tarefa acadêmica. No ensino de História, é preciso combinar as reflexões sobre os objetivos educacionais da disciplina com as discussões próprias do conhecimento histórico." (p.41)
Transposição didática é o processo de aproximar o fazer histórico do fazer pedagógico.
"a palavra “método”, em didática, significa os meios colocados em prática deliberadamente pelo professor, para obter um determinado resultado de aprendizagem. No ensino de História, são vários os métodos empregados: memorização (método mnemônico); resolução de problemas; investigação histórica. Por sua vez, o termo “técnica” designa o instrumento, ou a ferramenta utilizada no processo de ensino e aprendizagem. Trata-se do recurso didático de que o professor se utiliza, como por exemplo, um filme, uma canção, uma pintura, um jogo. As “estratégias didáticas” são as formas de que o professor lança mão para organizar o processo de ensino e aprendizagem: de que são exemplos o trabalho em grupo e a aula expositiva" (p.42)
"Confundia-se o uso de novas técnicas com renovação do método de ensino. Não há dúvida, que os recursos tecnológicos, como o computador, a internet, as redes sociais, devem ser introduzidos na escola e no ensino de História, mas é preciso cuidar para que tal uso não reproduza o método tradicional, baseado na simples memorização do conhecimento." (p.42)
"os materiais didáticos desempenham um papel decisivo no processo de aprendizagem." (p.42) Na disciplina de História, esses materiais possuem uma especificidade que os tornam mais relevantes ainda neste processo. Muitos desses materiais são, na realidade, fontes e documentos históricos.
Práticas interdisciplinares e o ensino de História
"Para alguns autores, a interdisciplinaridade é um trabalho que integra diferentes disciplinas, que se efetiva pela interação entre elas no desenvolvimento do estudo de um tema, problema ou objeto." (p.43)
Avaliar em História
"Existem várias práticas que utilizam novos instrumentos, buscando inovar os procedimentos anteriormente centrados nas provas e testes. Dentre as possibilidades, a produção de trabalhos em sala de aula, individuais ou em grupo, utilizando diferentes formas de comunicação escrita, oral, visual; atividades de síntese e redação de narrativas; atividades que explicitam o domínio de habilidades como ler, compreender e interpretar (documentos, mensagens, visuais, formas arquitetônicas, mapas históricos). Há inclusive possibilidade da realização de autoavaliação, com fichas nas quais o aluno é solicitado a reconhecer se adquiriu conhecimento, se é capaz de realizar procedimentos, se consegue conceituar historicamente.
Continuidade, coerência, objetividade, participação do aluno são fatores indicados para o ato de avaliar. Isso permite ao professor buscar novos caminhos e novas alternativas para o ensino, experimentar novas atividades e recursos didáticos, criar e recriar novas possibilidades para sua sala de aula e se comprometer com a aprendizagem de seus alunos." (p.45)
Plano Curricular
Expectativas de aprendizagem básicas em História
a) Desenvolver noções de tempo
• Distinguir passado, presente, futuro.
• Situar acontecimentos no tempo.
• Organizar uma sequência temporal cronológica (linha do tempo, sequência de objetos, imagens).
• Identificar acontecimentos/períodos/épocas históricas (Independência do Brasil, Era Vargas, Ditadura Militar, Grandes Navegações, Antigo Regime etc.).
• Distinguir permanências e mudanças.
• Reconhecer diferenças e semelhanças entre épocas históricas (passado/presente).
• Compreender as durações dos fenômenos históricos e ritmos do tempo.
b) Reconhecer e utilizar conceitos / termos próprios à linguagem da história
• Reconhecer conceitos e termos históricos utilizados nos textos (Feudalismo, Colônia, Imperialismo, Crise, Contexto etc.).
• Utilizar conceitos e termos históricos em suas produções.
c) Problematizar o passado
• Levantar questões sobre o passado.
• Propor indagações a partir de uma fonte documental.
• Formular hipóteses e apresentar respostas aos problemas levantados.
d) Reconhecer diferentes versões, pontos de vista e narrativas sobre o passado
• Reconhecer a existência de diferentes pontos de vista sobre os acontecimentos históricos.
• Identificar diferentes versões sobre os acontecimentos históricos.
• Valorizar as diferentes histórias de indivíduos e grupos sociais.
• Comparar diferentes versões, pontos de vista, e narrativas sobre o passado.
• Argumentar sobre versões do passado.
e) Dominar procedimentos de leitura e interpretação de documentos
• Reconhecer a diversidade de documentos históricos.
• Extrair informações de um documento a partir de sua caracterização.
• Identificar ideias, intenções, valores e conceitos.
• Identificar autoria, natureza do documento, suporte e momento de produção.
• Comparar documentos.
f) Expressar e comunicar ideias sobre o passado por diversos meios
• Utilizar diferentes formas para comunicar e expressar ideias (escrita, oral, gráfica, maquetes).
• Comunicar-se e escrever diferentes tipos de texto (relatar uma história, descrever um acontecimento, desenvolver uma narrativa, elaborar cartazes, construir murais, produzir registros).
• Conhecer e utilizar-se dos recursos textuais escritos (sínteses, resumos, quadros, gráficos, fichas, esquemas, roteiros etc.).
• Intervir e atuar nas situações em que predomina a oralidade.
g) Valorizar princípios de convivência solidária e democrática
• Reconhecer e valorizar positivamente as histórias das diferentes culturas e etnias indígenas e africanas, das mulheres, dos povos do campo.
• Identificar e combater estereótipos.
• Respeitar a diversidade de opiniões.
• Participar de debates, expor argumentos.