Doença cerebral crônica causada por diversas etiologias e caracterizada pela recorrência de crises epilépticas não provocadas.
Identificação de fatores etiológicos e da doença em seu estágio inicial e atendimento especializado são essencial para um melhor resultado terapêutico.
Tem consequências neurobiológicas, cognitivas, psicológicas e sociais e prejudica diretamente a qualidade de vida do indivíduo afetado.
Diagnóstico de crise epiléptica se da clinicamente através da obtenção de uma história detalhado e exame físico geral, com ênfase nas áreas neurológica e psiquiátrica.
O objetivo do tratamento da epilepsia é propiciar a melhor qualidade de vida possível para o paciente, alcançando controle das crises, com um mínimo de efeitos adversos.
Os tipo específico de crise e da síndrome epiléptica do paciente é importante, uma vez que os mecanismos de geração e propagação de crise diferem para cada situação
Crises epiléticas
Focais ou Parciais: lesão por trauma ou acidente vascular, tumor, malformação e outros. Raramente genética; Tipos: simples ou complexa.
Generalizadas: Início envolve ambos os hemisférios em geral, geneticamente determinadas Tipos: ◦ crise de ausência ◦ convulsão mioclônica ◦ convulsão tônico-clônica.
A escolha dos fármacos anticonvulsivantes é importante uma vez que agem por diferentes mecanismos que podem ou não ser favoráveis ao tratamento.
Mecanismos : Bloqueio dos canais de sódio; aumento da inibição gabaérgica; bloqueio de canais de cálcio; ligação à proteína SV2A da vesícula sináptica.
Incidência de novas crises epilépticas é inaceitável para pacientes que necessitam dirigir, continuar empregados ou ser responsáveis por familiares vulneráveis
O tempo de tratamento da epilepsia é, em geral, imprevisível.
CONVULSÕES: Ativação desordenada, sincrônica e rítmica de grupos de neurônios.
Tratamento:
Considerar: risco de recorrência de crises; consequências da continuação de crises para o paciente; eficácia e efeitos adversos do fármaco escolhido para o tratamento.
eficácia e efetividade: adultos com epilepsia focal - carbamazepina, fenitoína e ácido valproico; crianças com epilepsia focal - carbamazepina; idosos com epilepsia focal - lamotrigina e gabapentina; adultos e crianças com crises TCG, crianças com crises de ausência, epilepsia rolândica e epilepsia mioclônica juvenil - nenhuma evidência alcançou níveis A ou B.
Crises generalizadas: ácido valpróico permanece como primeira escolha. Crises de ausência: um estudo mostrou eficácia semelhante para o ácido valpróico e a etossuximida e inferior para a lamotrigina.
Falha do primeiro fármaco: fazer a substituição gradual por outro, de primeira escolha, mantendo-se a monoterapia.
Falha na segunda tentativa de tratamento em monoterapia: pode se tentar a combinação de dois fármacos anticonvulsivantes.
Carbamazepina: inibe os disparos neuronais corticais repetitivos, sustentados e de alta frequência através do bloqueio uso-dependente dos canais de Na+ ; E.Adversos: sedação , ataxia , visão turva , retenção de líquido.
Fenitoína : Bloqueio uso-dependente dos canais de Na+ - E. ADVERSOS: Ataxia, vertigem, hipertrofia gengival, anemia megaloblástica, arritmias cardíacas. INDICAÇÕES: Tratamento de crises TCG, focais complexas, ou combinação de ambas, em crianças, adolescentes e adultos. Prevenção e tratamento de crises epilépticas durante ou após procedimento neurocirúrgico.
Fenobarbital : Seu principal mecanismo de ação é o prolongamento da abertura dos canais de cloro, dos receptores GABAA e consequente hiperpolarização da membrana pós-sináptica; E ADVERSOS: Principalmente na área cognitiva, sonolencia INDICAÇÕES: Tratamento de crises focais e generalizadas de pacientes de qualquer idade, inclusive recém-nascidos.