Farsa
A farsa depende mais da ação do que do diálogo; É simples, não usa alegorias; é maliciosa, grosseira e direta. Mostra gente do povo em seu ambiente familiar. Seus personagens, em número restrito, são tirados da vida urbana em desenvolvimento. Não estão investidos de requintes psicológicos, mas representam "condições" (marido, mulher, amante, patrão, empregado), ou tipos facilmente reconhecíveis tomados à burguesia (o comerciante, o advogado, o louco, o médico, o tolo, etc.). Seu esquema repousa no trapalhão, enganado por alguém mais esperto.
A princípio consistia numa breve peça cômica, apresentada, a modo de intervalo, no meio dos mistérios (peça de longa duração sobre a história da religião), mais tarde passou a desenvolver existência autônoma.
Pretende provocar o riso sem intenção didática ou moralizante; mas sim, a partir de exageros tirados da observação da vida quotidiana.
A farsa se distingue da comédia propriamente dita por não observar regras de verossimilhança e difere da sátira ou da paródia por não pretender questionar valores.