De acordo com os ensinamentos de O Evangelho Segundo o Espiritismo, no Cap. XIV:
“Os que encarnam numa família, sobretudo como parentes próximos, são, as mais das vezes, Espíritos simpáticos, ligados por anteriores relações, que se expressam por uma afeição recíproca na vida terrena. Mas, também pode acontecer sejam completamente estranhos uns aos outros esses Espíritos, afastados entre si por antipatias igualmente anteriores, que se traduzem na Terra por um mútuo antagonismo, que aí lhes serve de provação.”
Em virtude de o estágio evolutivo de nosso planeta, as famílias que nele se formam, na quase totalidade, são compostas por Espíritos adversos entre si, ou seja, devedores e credores.
Unem-se com a finalidade principal de acertarem, perante a lei do Amor, velhas contas de passadas existências.
Emmanuel nos ensina com muita propriedade, no livro Leis de Amor (psicografia de Chico Xavier) que:
“De modo geral, nas leis do destino, o marido faltoso é aquele mesmo homem que, um dia, inclinamos à crueldade e à mentira.
E a esposa desequilibrada?
(…) é aquela mulher que, certa feita, abandonamos à necessidade e à viciação.
E quem são os filhos-problemas?
São aqueles mesmos Espíritos que prejudicamos, desfigurando-lhes o caráter e envenenando-lhes os sentimentos” – conclui.
Sendo assim, “o Espírito renasce no mesmo meio em que já viveu, estabelecendo de novo relações com as mesmas pessoas, a fim de reparar o mal que lhes haja feito”. (Cap. V de O Evangelho Segundo o Espiritismo.)
Pode-se entender, daí, as brigas constantes – e sem explicação, se observarmos apenas o lado material da situação – entre os casais, entre pais e filhos (como, por exemplo, os pais que rejeitam seus filhos ainda bebês, que nunca lhes fizeram mal nesta vida, pois acabaram de nascer), as disputas violentas entre irmãos, entre avós e netos, tios e sobrinhos, etc.
Joanna de Ângelis, novamente na obra Constelação Familiar, ressalta que “a família vem perdendo as características de santuário, de escola, de oficina moral de aprimoramento, para transformar-se em palco de aflições e disparates sem nome, resultando, diversas vezes, em tragédias dolorosas, em face da insensatez dos seus membros.”
E ela tem razão. Atualmente, a convivência familiar dentro do lar se revela cada vez mais egoísta e sem afeto mútuo.
feminicídio
violência doméstica e familiar
abuso sexual
trabalho escravo
Para alguns psicólogos, especialistas no atendimento às famílias, o termômetro da relação familiar, da harmonia, é o carinho. Quando ele não mais existe nas conversas, no toque, no relacionamento em geral, há com certeza um aviso de rompimento parcial ou total de convivência. Daí surgem sentimentos de culpa e de repulsa; animosidades; indiferenças; competição, ao invés de cooperação; ingratidão dos filhos para com seus pais; incompreensão dos pais com seus filhos, ou seja, a família está doente.
Dica: Comunicação não violenta (CNV)!
E como resolver as dificuldades de minha família em desequilíbrio? Sair correndo, sem nem olhar para trás? Fugir? Mudar de casa e de família? Afastar-me o mais longe possível de meus parentes?
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Para piorar ainda mais: e se a culpa for minha? O que fazer?
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A resposta para o questionamento é bastante séria e de fundamental importância para a nossa evolução moral e espiritual.
Amamos nossa família, não amamos? Em geral, as pessoas que mais temos apreço não são justamente nossos entes queridos?
Portanto, a resposta é categoricamente não. Não devemos afastar ou sair correndo de nossos familiares. Isso não resolverá nada, pelo contrário, só adiará a reparação, que, pela bondade divina, deve ser concretizada entre nós.
Existe, de fato, uma quantidade enorme de lares, nos quais ainda reina a desarmonia, impera a desconfiança, e onde os conflitos morais se transformam em dolorosas tragédias. E, muitas vezes, sim, a culpa é minha e não dos meus entes queridos.
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Emmanuel, inclusive, diz que “A melhor escola ainda é o Lar.”
- E o que fazemos na escola?
- Na escola aprendemos!
Como auxílio imediato para as angústias familiares, temos os ensinamentos do Espiritismo, que pela soma de conhecimentos que espalha tem sido meio eficiente para que muitos lares momentaneamente em provação se reajustem e se consolidem, dando os primeiros passos na direção do Infinito Bem.
É na própria família que vamos aprender tudo o que precisamos para convivermos melhor entre os seus integrantes e, consequentemente, entre os membros da sociedade, o nosso próximo.
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Breves orientações doutrinárias
– Termos boa vontade, tolerância e humildade, colocando o toque mágico do amor e do entendimento em nossa família, pois o lar construído com amor e respeito é o lugar onde os filhos são preparados para a vida no mundo exterior. O Espírito André Luiz afirma: “Somos arquitetos de nossa própria estrada e seremos conhecidos pela influência que projetamos naqueles que nos cercam”;
– Exercer a nossa maturidade emocional e perdoar sempre, exemplificando a indulgência e a tolerância perante os integrantes de nossa família e, também, apaziguando as desavenças que surgirem, sabendo o que falar e quando se faz necessário silenciar. Nunca esqueçamos da máxima do Cristo: “Reconcilia-te com o teu adversário enquanto estás a caminho com ele”;
– Praticar o Culto do Evangelho no lar, o qual propiciará uma reflexão familiar sobre os ensinamentos do mestre Jesus e, ainda, despertará em todos o compromisso da reformulação das ações de cada um;
– Conhecer e aceitar os limites do outro;