Há muita sabedoria pedagógica nos ditos populares. Como
naquele que diz: “É fácil levar a égua até o meio do ribeirão.
O difícil é convencer ela a beber a água...”. De fato: se a égua
não estiver com sede, ela não beberá água por mais que o
seu dono a surre... Mas, se estiver com sede, ela, por vontade
própria, tomará a iniciativa de ir até o ribeirão. Aplicado à
educação: “É fácil obrigar o aluno a ir à escola. O difícil é
convencê-lo a aprender aquilo que ele não quer aprender...”.
Ninguém nega o valor da educação e que um bom professor é imprescindível. Mas, ainda que desejem bons professores para seus filhos, poucos pais desejam que seus filhos sejam professores. Isso nos mostra o reconhecimento que o trabalho de educar é duro, difícil e necessário, mas que permitimos que esses profissionais continuem sendo desvalorizados. Apesar de mal remunerados, com baixo prestígio social e responsabilizados pelo fracasso da educação, grande parte resiste e continua apaixonada pelo seu trabalho.
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REFERÊNCIA:ESCOLA DA PONTE
Inserida no sistema público de educação e localizada no município de Santo Tirso (próximo à cidade do Porto), a Escola da Ponte não adota um modelo de séries ou ciclos. Lá, os estudantes de diferentes idades se organizam a partir de interesses comuns para desenvolver projetos de pesquisa. Os grupos se formam e se desfazem de acordo com os temas e a partir das relações afetivas que os estudantes estabelecem entre si.
Organização pedagógicaO processo individual de cada estudante passa por três núcleos distintos: o de iniciação, consolidação e aprofundamento. Na iniciação, ele é tutorado com maior frequência e passa a aprender as regras de convívio coletivo e os compromissos que assume com os demais e com o seu próprio processo de aprendizagem. Na consolidação, a necessidade de acompanhamento diminui, o estudante assume maior trânsito nos espaços e tempos da escola e passa a gerir de forma autônoma o currículo nacional destinado ao 1º ciclo do ensino básico. No núcleo de aprofundamento, as crianças e adolescentes assumem um comportamento bastante autônomo, participam do gerenciamento das suas atividades e de atividades do coletivo e assumem o estudo do currículo nacional do 2º ciclo.