Os acontecimentos na Europa napoleônica mudaram os rumos do continente americano. As tropas de Napoleão Bonaparte difundiam os liberais da Revolução Francesa e pregavam o fim dos privilégios comercias das metrópoles, alimentando a insatisfação de alguns países europeus com o domínio colonial.A liberdade comercial com o continente americano também foi incentivada pela Inglaterra.
O evento que marcou mais diretamente as colônias espanholas ocorreu em 1808, quando Napoleão Bonaparte ocupou a Espanha e nomeou seu irmão, José Bonaparte, como o novo governante do país. Com o objetivo de coordenar a resistência ao invasor Francês e exercer o poder na ausência do rei, um movimento espanhol organizou as juntas de governo.
Por volta de 1800, o crescimento econômico nas colônias era evidente. A maior parte da população colonial, entretanto, pouco usufruía desse desenvolvimento.
Uma elite formada por Espanhóis, os chapetones, e seus descendentes, os criollos, explorava cerca de 15 milhões de pessoas, a grande maioria mestiça, índia e escrava de origem africana.
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Chapetones
Branco nascido na Europa e habitantes das colônias espanholas na América. Eram proprietários de terras e minas e ocupavam o postos mais altos na administração.
Os criollos eram a elite americana descendente de espanhóis, excluída dos altos cargos dirigentes, embora constituíssem a classe dos grandes proprietários de terras, dos arrendatários de minas, dos comerciantes e dos pecuaristas.
Entre 1810 e 1815, os criollos lideraram várias revoltas e tentativas de independência nas capitanias da Venezuela e do Chile e nos vice-reinados do Rio da Prata e da Nova Espanha.
Pie de foto: : Revoltas lideradas por criollos
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Significado de independência, para eles.
Para os criollos e chapetones, a independência representava liberdade política e liberdade econômica. Considerando essa autonomia, as elites americanas poderiam escolher seus parceiros comerciais e atuar de maneira independente no mercado internacional.
Para os indígenas e boa parte dos mestiços, liberdade significava o fim dos tributos e a promessa de melhores condições de vida e de trabalho.
Governador da província de Mendoza, uniu-se às forças rebeldes que combatiam o governo espanhol, no Chile. Após duas vitórias contra os espanhóis, tornou a região independente. Segui então para o Peru.
Em 1819, após combater os espanhóis, proclamou na região a independência da Grã-Colômbia. Três anos depois um de seus generais, Antônio de Sucre, libertou o Alto Peru. Ai surgia a Bolívia.
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Grã - Colômbia
Compreendia, principalmente, os territórios das atuais repúblicas da Colômbia, Equador, Panamá e Venezuela. Três anos depois, um de seus generais, Antônio de Sucre, liberou o Alto Peru. Nasceria ali um novo país, a Bolívia.
Simón Bolivar afirmava sonhar com o dia em que veria a América unida. Em um de seus mais famosos documentos, a Carta de Jamaica (1815), Bolívar defendeu a união americana, dizendo ser a única saída para se obter a independência.
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A proposta mais ambiciosa de Simón Bolívar era a criação de uma confederação capaz de integrar uma faixa de terra que se estendia da Guatemala até a Bolívia. Não incluía o México, a área do Rio da Prata ou o Brasil. Bolívar temia que a inclusão do México ou da região de Buenos Aires colocasse em risco a hegemonia venezuelana.
O principal temor de Simón Bolívar, no entanto, se dirigia contra as supostas pretensões de o Império Brasileiro dominar o continente, que, segundo ele, ameaçava avançar sobre terras vizinhas, antes e depois de sua independência. O sonho de Bolívar não se realizou.
No dia 16 de julho de 2010, o presidente da Venezuela Hugo Chávez acompanhou, ansioso, a exumação dos ossos de Simón Bolívar. O evento e as declarações do presidente naquela ocasião reafirmavam a admiração do presidente por Bolívar e a disposição de se apresentar como seu herdeiro.
Pie de foto: : Simón Bolívar hoje.
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Curiosidades
A Revolta de Túpac Amaru: Entre 1780 e 1781, no Vice-Reinado do Peru, eclodiu uma revolta indígena contra a mita, liderada pelo cacique Túpac Amaru. Por muito tempo a rebelião foi considerada precursora dos movimentos de independência no Peru. Porém, desde a década de 1970, historiadores argumentam que a revolta não se voltou conta o domínio metropolitano, mas por melhores condições de vida e de trabalho para os indígenas.
Entre 1811, a Banda Oriental do Vice-Reinado do Rio da Prata foi invadida pelos luso-brasileiros. Para emancipar a região, o general José Gervasio Artigas uniu-se à junta revolucionária de Buenos Aires e sitiou Montevidéu, expulsando os invasores.
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Em 1815, as tropas de Artigas também expulsaram os espanhóis da cidade, onde o líder revolucionário instalou um governo independente. Artigas, entre outras medidas, promulgou uma lei que previa os confisco de terras e sua distribuição entre índios, negros livres e criollos pobres. Dois anos depois, os luso-brasileiros realizaram novos ataques e, em 1821, a Banda Oriental foi anexada ao Brasil com o nome de Província Cisplatina.