Análise de Filme: Nenhum a Menos

Nenhum A Menos (binary/octet-stream)

Análise de Filme: Nenhum a Menos

Resumo do Filme

Filme singelo, dirigido por Zhang Yimou com uma câmera sutil, em estilo apenas parcialmente ficcional, “Nenhum a Menos” , lançado em 1999, revela as condições da educação na zona rural chinesa. O diretor flagra uma escola primária em estado precário, na remota aldeia de Shuiquan, na qual os recursos são tão reduzidos que seu titular, Gao, é obrigado a reservar um giz para cada dia letivo. O filme mostra a situação de uma jovem de apenas 13 anos que é chamada para dar aulas durante um mês na escola primária da vila, pois o professor responsável pela turma precisará se ausentar por conta de sua mãe estar doente, uma vez que o chefe da aldeia não encontra um substituto que aceite trabalhar nestas condições. Embora desprovida de qualquer experiência, ela revela ter, apesar de sua aparente timidez crônica, uma persistência e uma fibra surpreendentes. Mais que lhe orientar quanto ao que deve passar de conteúdo para seus alunos, o Professor Gao lhe reserva uma árdua missão. Preocupado com a constante evasão escolar, ele lhe recomenda que mantenha todos os estudantes na escola, e não deixe nenhum partir.

Obcecada com esta ideia, ela faz tudo para impedir que uma de suas alunas, talentosa atleta, seja levada para a cidade, onde treinará para aperfeiçoar seu dom. Impotente diante desta realidade, ela não permitirá que nenhum outro estudante parta da pequena escola. Porém a triste realidade ameaça retirar de sua pequena comunidade mais um aluno. Órfão de pai, integrante de uma família muito pobre, repleta de dívidas, o pequeno Zhang Huike é obrigado a deixar a escola e ir para a cidade trabalhar. Inconformada, a professora parte em busca de seu aluno; impedida de embarcar como clandestina em um ônibus, ela segue a pé sua jornada repleta de emoções e desafios.

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O contrato didático é o conjunto de relações estabelecidas entre o professor, os alunos e o conhecimento. São as expectativas do professor em relação aos alunos e destes em relação ao professor, incluindo-se, nessa relação, o saber e as formas como esse saber é tratado por ambas as partes. O contrato didático que permeia a "sala de aula" mostrada no filme é o tradicional, onde a jovem substituta não parece estar preocupada em ensinar a turma (cena aos 13 minutos), pois a sua preocupação é não permitir que nenhum aluno desista, para que não fique sem o seu pagamento. Percebe-se nesse momento que a jovem está ali apenas por necessidade, o que então nos remete a refletir sobre a realidade escolar de muitos professores, os quais se apresentam de maneira passiva sem nenhum compromisso com o desenvolvimento da aprendizagem do aluno, são aqueles que não planejam meios que visem a melhoria da educação. Além disso, esse trecho do filme mostra que as relações entre iguais, na aula, eram consideradas um fator indesejável e incômodo, com prováveis influências negativas devendo, portanto, ser evitadas ou até mesmo eliminadas.  

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Pie de foto: : Cena que ocorre aos 13 min. e 20 seg.

Atualmente, com o desenvolvimento dos estudos em educação e psicologia, há uma grande discussão em favor da importância da construção do conhecimento pelo aluno e da importância do compartilhamento de significados entre eles, ou seja, da interação aluno-aluno; da influência educativa que um colega pode exercer sobre o outro. E no filme percebemos isso, no momento em que os alunos se unem entre si e a professora por um interesse comum, achar Zhang Huike, e isso desperta neles o interesse pela matemática, ao calcularem a melhor forma de arrecadar recursos para que a jovem possa sair em busca do menino (cena aos 40 minutos).  

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Pie de foto: : Cena que ocorre aos 40 min.

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Entretanto, infelizmente, sabe-se que a prática do trabalho em grupo e a valorização da interação criança-criança, em grande parte das salas de aula de nossas escolas, ainda são uma utopia. A liberdade para conversar e trocar conhecimentos, hipóteses e experiências não é muito comum em nossas escolas, pois o contrato didático tradicional estabelecido, normalmente, diz que não se deve conversar com o colega para não atrapalhar “o bom andamento” da sala de aula. O papel do professor nesse processo é de fundamental importância, na mudança desta prática, na condução e favorecimento da comunicação produtiva entre as crianças, no planejamento e na execução de situações que promovam o desenvolvimento do grupo. Além da força do contrato didático no que se refere às dificuldades que se tem para realizar um trabalho mais interativo em sala de aula, há a influência desta força também em relação à resolução de problemas matemáticos. Na cena citada no slide anterior se percebe que com a mudança de métodos de ensino é possível despertar o interesse dos alunos.

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A matemática que normalmente é trabalhada com os alunos dá a impressão de que é uma ciência acabada. A resolução de problemas é matemática em produção, em elaboração. Desenvolver com os alunos a competência para resolver problemas de qualquer natureza é um desafio necessário para que se possa estabelecer relações, levantar hipóteses e validá-las ou invalidá-las, compreender situações, analisar dados, mobilizar conhecimentos, formular estratégias, valorizar os resultados e propor novas situações, preocupando-se sempre com a contextualização dos conteúdos, a fim de criar no aluno um senso crítico e um aprendizado prático.

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Para finalizar, o filme nos propicia uma reflexão sobre a atitude do ser professor, ou seja, o filme nos revela o quão a missão de ser professor é importante e o quanto o professor precisa ser determinado para com seus ideais de ensino. Desta forma, o docente precisa estar ciente de sua importância na formação e transformação da sociedade na qual está inserido. Isso se mostra no final do filme com a entrevista de Zhang Huike (cena aos 78 minutos), reconhecendo o trabalho e esforço da jovem professora, e interessado em recompensá-la com sua dedicação aos estudos, buscando um futuro melhor e assim devolver a sociedade o que recebeu. 

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Pie de foto: : Cena que ocorre aos 78 min.

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Disciplina: Práticas Pedagógicas Grupo: Cristiano Fim Daniel Lanna Emanuele Oliveira Fabiano Caliman