TRAUMATOLOGIA FORENSE

Nota:

• RAMO DA MEDICINA LEGAL QUE ESTUDA AS LESÕES CORPORAIS SOB O PONTO DE VISTA JURÍDICO E AS ENERGIAS CAUSADORAS DO DANO, BEM COMO OS ASPECTOS DO DIAGNÓSTICO, DO PROGNÓSTICO E DAS SUAS IMPLICAÇÕES LEGAIS.

1. AÇÃO CONTUNDENTE - ENERGIA MECÂNICA

   Nota:

   • PODEM SER ORIGINADAS ATRAVÉS DE MECANISMOS DE TRAÇÃO, TORÇÃO, COMPRESSÃO OU SUCÇÃO (DESCOMPRESSÃO). O RESULTADO INDEPENDE SE A AÇÃO É ATIVA (INSTRUMENTO CHOCA-SE COM O CORPO PARADO), PASSIVA OU MISTA, MAS SIM DA DINÂMICA DA LESÃO. SÃO CHAMADAS DE LESÕES CONTUSAS.
   1. RUBEFAÇÃO

      Nota:

      • CAUSA O ERITEMA. É UMA MANCHA AVERMELHADA. É O RESULTADO DE UM TAPINHA. VIAS DE FATO
   2. EQUIMOSE

      Nota:

      • É O EXTRAVASAMENTO E DISPERSÃO DE SANGUE NAS MALHAS DOS TECIDOS SUPERFICIAIS OU PROFUNDOS. EX. PETÉQUIAS, MARCAS DE ENFORCAMENTO, MANCHAS PLEURAIS OCASIONADAS POR AFOGAMENTO... LEMBRAR DE MANCHAS ROXAS MAIORES QUE UM HEMATOMA.
   3. HEMATOMA

      Nota:

      • FAZ RELEVO NA PELE, TEM DELIMITAÇÃO MAIS OU MENOS NÍTIDA E É DE ABSORÇÃO MAIS DEMORADA QUE A EQUIMOSE.
      • A PRINCIPAL DIFERENÇA ENTRE EQUIMOSE E HEMATOMA É QUE NAQUELA O SANGUE ESTÁ INFILTRADO, ESPALHADO NAS MALHAS DOS TECIDOS, NESTE, OS TECIDOS VIZINHOS SÃO DESLOCADOS E COMPRIMIDOS.
   4. BOSSAS

      Nota:

      • AUMENTO DE VOLUME DOS TECIDOS POR COLEÇÃO DE LÍQUIDO QUE OS INFILTRA INTENSAMENTE, DECORRENTE DE DISTÚRBIO CIRCULATÓRIO LOCALIZADO. É O FAMOSO GALO NA TESTA
   5. ESCORIAÇÃO

      Nota:

      • É DECORRENTE DA AÇÃO CONTUNDENTE QUE PRODUZ ARRANCAMENTO PARCIAL OU TOTAL DA EPIDERME, EXPONDO A DERME. É RALAR O JOELHO NO ASFALTO.
   6. FERIDA CONTUSA

      Nota:

      • É UMA LESÃO ABERTA CUJA AÇÃO CONTUNDENTE FOI CAPAZ DE VENCER A RESISTÊNCIA E ELASTICIDADE DOS TECIDOS MOLES. COMUM EM ACIDENTE DE MOTO.
   7. ENTORSE

      Nota:

      • ESTIRAMENTO DA CÁPSULA DE UMA ARTICULAÇÃO. COMUM EM ATLETA DE FIM DE SEMANA.
   8. LUXAÇÃO

      Nota:

      • É O DESLOCAMENTO PERMANENTE DAS SUPERFÍCIES ARTICULARES. PODEM SER COMPLETAS (QUANDO HÁ EFETIVA SEPARAÇÃO DAS ARTICULAÇÕES) OU INCOMPLETAS (SUBLUXAÇÃO). JÁ CAIU EM PROVA FUMARC PARA DELTA.
   9. FRATURAS

      Nota:

      • SOLUÇÕES DE CONTINUIDADE DOS OSSOS. PODEM SER PATOLÓGICAS (OSTEOPOROSE); ABERTAS; FECHADAS; EXPOSTAS; COMINUTIVAS (MÚLTIPLOS FERIMENTOS ÓSSEOS).
   10. RUPTURAS VISCERAIS

       Nota:

       • BASICAMENTE É A RUPTURA DOS ÓRGÃOS INTERNOS.
   11. LESÕES PROVOCADAS POR MARTELO

       Nota:

       • ESTE INSTRUMENTO PODE DEIXAR LESÕES CARACTERÍSTICAS NO CÉREBRO: MAPA MUNDI DE CARRARA; STRASSMANN (SACA BOCADOS OU FRATURA PERFURANTE); TERRAZA DE HOFFMANN.
   12. DEFENESTRAÇÃO

       Nota:

       • SÃO LESÕES POR PRECIPITAÇÃO. LANÇAMENTO OU QUEDA DE UM CORPO. IMPORTANTE PARA DESIGNAR SE CAIU, FOI JOGADO OU SUICIDOU-SE.
   13. ENCRAVAMENTO

       Nota:

       • PENETRAÇÃO DE DETERMINADO OBJETO CONSISTENTE E AFIADO EM QUALQUER PARTE DO CORPO.
   14. LESÕES POR ACIDENTE AÉREO

       Nota:

       • AS LESÕES VARIAM DE ACORDO COM A ALTURA, A VELOCIDADE E O LOCAL DA QUEDA.
   15. EMPALAMENTO

       Nota:

       • É UMA FORMA ESPECIAL DE ENCRAVAMENTO. PENETRAÇÃO DE UM OBJETO NO ÂNUS OU NA REGIÃO PERINEAL.
2. LEÕES PRODUZIDAS POR INSTRUMENTOS CORTANTES

   Nota:

   • AS LESÕES AQUI SÃO PRODUZIDAS PELA AÇÃO CORTANTE E SÃO CARACTERIZADAS PELA REGULARIDADE DAS BORDAS. OS INSTRUMENTOS POSSUEM GUME E É UTILIZADA AÇÃO DESLIZANTE PARA PROVOCAR A LESÃO
   1. SINAIS DE ROMANESE, LACASSAGNE E GILVAZ

      Nota:

      • SÃO COMUNS QUANDO SE FALA NA LESÃO INCISA E AUXILIAM NA DESCRIÇÃO OU DETERMINAÇÃO DO SENTIDO DA LESÃO: ROMANESE: CAUDA DE ESCORIAÇÃO; LACASSAGNE: CAUDA DE RATO; GILVAZ: CICATRIZ NO ROSTO DA VÍTIMA.
   2. LESÕES DE DEFESA E HESITAÇÃO

      Nota:

      • PODEM SER UTEIS NA IDENTIFICAÇÃO DA CAUSA JURÍDICA DO EVENTO (SE HOMICÍDIO OU SUICÍDIO). LESÕES DE DEFESA: GERALMENTE SITUADAS NAS REGIÕES DO ANTEBRAÇO; LESÕES DE HESITAÇÃO: GERALMENTE SÃO MÚLTIPLAS E NEM SEMPRE PROFUNDAS.
   3. ESGORJAMENTO

      Nota:

      • É CARACTERIZADO POR UMA FERIDA LONGITUDINAL NA PORÇÃO ANTERIOR DO PESCOÇO. A FERIDA PODE SER LONGA E ATINGIR PELE, MÚSCULOS E ATÉ MESMO O ESÔFAGO.
   4. DEGOLAMENTO

      Nota:

      • É UMA FERIDA INCISA OU CORTOCONTUSA, NA PORÇÃO POSTERIOR DO PESCOÇO. HÁ CASOS RAROS DE SUICÍDIO.
3. LESÕES PRODUZIDAS POR INSTRUMENTOS PERFURANTES

   Nota:

   • OS INSTRUMENTOS PERFURANTES ATUAM AFASTANDO OS TECIDOS E, MUITO RARAMENTE, SECCIONANDO-OS. AS LESÕES SÃO CHAMADAS DE PUNCTÓRIAS. CARACTERÍSTICAS:  - ABERTURA ESTREITA; - RARO SANGRAMENTO; - SER DE POUCA NOCIVIDADE NA SUPERFÍCIE; - SER QUASE SEMPRE DE MENOR DIÂMETRO DO QUE O AGENTE VULNERANTE, GRAÇAS À ELASTICIDADE E À CAPACIDADE DE RETRAÇÃO DOS TECIDOS CUTÂNEOS.
   1. INSTRUMENTO PERFURANTE DE PEQUENO CALIBRE

      Nota:

      • TAMBÉM SÃO ENTENDIDAS COMO PUNCTÓRIAS OU PUNTIFORMES. POSSUEM FORMA CIRCULAR E DIÂMETRO MUITO PEQUENO, EM GERAL MENOR QUE UM MILÍMETRO. EX. FERIMENTO PROVOCADO POR SERINGA COM AGULHA INFECTADA POR VÍRUS
   2. INSTRUMENTO PERFURANTE DE MÉDIO CALIBRE

      Nota:

      • SÃO ENTENDIDAS COMO FERIDAS FUSIFORMES, EM CASA DE BOTÃO OU EM BOTOEIRA. LEIS DE FILHOS E LANGER: - LEI DA SEMELHANÇA: ASSEMELHAM-SE ÀS PRODUZIDAS POR INSTRUMENTO DE DOIS GUMES OU TOMAM APARÊNCIA DE CASA DE BOTÃO; - LEI DO PARALELISMO: AS LESÕES PRODUZIDAS POR AÇÃO DE MÉDIO CALIBRE OBEDECEM AO SENTIDO DAS LINHAS DE FORÇA DAS FIBRAS ELÁSTICAS DA PELE. - LANGER: NA CONFLUÊNCIA DE REGIÕES DE LINHAS DE FORÇAS DIFERENTES, A EXTREMIDADE DA LESÃO TOMA ASPECTO DE PONTA DE SETA, DE TRIÂNGULO OU MESMO DE QUADRILÁTERO.
   3. INSTRUMENTOS PERFUROCORTANTES (UM, DOIS OU MAIS GUMES)

      Nota:

      • PREDOMINA A PROFUNDIDADE SOBRE A EXTENSÃO. - UM GUME: SÃO MAIS PROFUNDAS QUE EXTENSAS, BORDAS LISAS, UM ÂNGULO AGUDO E O OUTRO MAIS ARREDONDADO. EX. FACA PEIXEIRA. - DOIS GUMES: CAUSADAS POR PUNHAL; - MAIS DE DOIS GUMES: ASSEMELHAM-SE A INSTRUMENTOS PERFURANTES DE MÉDIO CALIBRE.
4. LESÕES PRODUZIDAS POR INSTRUMENTOS CORTOCONTUDENTES

   Nota:

   • ESTE TIPO DE INSTRUMENTO TEM A CAPACIDADE DE, AO MESMO TEMPO, CORTAR E CONTUNDIR A VÍTIMA, CAUSANDO A LESÃO DENOMINADA DE CORTOCONTUSA. AS LESÕES PODEM SER PROVOCADAS ATRAVÉS DE PERCUSSÃO, DESLIZAMENTO OU PELA PRESSÃO.
   1. DECAPITAÇÃO

      Nota:

      • SIGNIFICA O DESTACAMENTO DA CABEÇA DA VÍTIMA DO RESTANTE DO SEU CORPO. PODE SER HOMICIDA OU ACIDENTAL.
   2. ESPOSTEJAMENTO

      Nota:

      • É REPRESENTADO PELA MULTIPLICIDADE DE FRAGMENTOS DO CORPO QUE SE MOSTRAM IRREGULARES. É COMUM EM ACIDENTES FERROVIÁRIOS E AÉREOS.
   3. ESQUARTEJAMENTO

      Nota:

      • É REPRESENTADO PELA AMPUTAÇÃO, DESARTICULAÇÃO, REDUZINDO O CORPO EM QUARTOS. TENDE A RESULTAR EM FRAGMENTOS MAIS REGULARES DO QUE NO ESPOSTEJAMENTO.
5. LESÕES PRODUZIDAS POR INSTRUMENTOS PERFUROCONTUNDENTES

   Nota:

   • REPRESENTA GRANDE IMPORTÂNCIA POIS TRATA DE DISPARO DE ARMA DE FOGO. MAS PODEM OCORRER COM OUTROS MEIOS, COMO A PONTA DE UM GUARDA-CHUVA.
   1. LESÕES PROVOCADAS POR PROJÉTEIS DE ARMA DE FOGO

      Nota:

      • ARMA DE FOGO PODE SER CONCEITUADA COMO DISPOSITIVO CONSTRUÍDO A BASE DE MATERIAL RESISTENTE, GERALMENTE METAL, QUE TÊM FINALIDADE DE DISPARAR PROJÉTEIS EM DIREÇÃO A UMA PESSOA, OBJETO, ETC.
      1. LESÕES DE ENTRADA
         1. LONGA DISTÂNCIA

            Nota:

            • O ALVO ESTÁ SITUADO ALÉM DO ALCANCE DOS ELEMENTOS CONSTITUINTES DO CHAMADO CONE DE DISPERSÃO. APENAS O PROJÉTIL PRODUZ EFEITOS. CARACTERÍSTICAS: -  DIÂMETRO MENOR QUE O DO PROJÉTIL; - FORMA ARREDONDADA OU ELÍPTICA; - ORLA DE ESCORIAÇÃO, ENXUGO E EQUIMOSE; - BORDAS VIRADAS PARA DENTRO.
            • IMPORTANTE: *ORLA DE ENXUGO: É REPRESENTADA PELA ORLA DE DETRITOS E IMPUREZAS QUE FICAM RETIDAS NA PELE QUANDO O PROJÉTIL PASSA POR ELA. * ORLA DE ESCORIAÇÃO: É REPRESENTADA PELA LESÃO DE ESCORIAÇÃO CAUSADA PELA PASSAGEM DO PROJÉTIL; * ORLA DE EQUIMOSE: TAMBÉM CHAMADA ARÉOLA EQUIMÓTICA, DEVIDO À AÇÃO CONTUNDENTE ORIUNDA DO PROJÉTIL.
         2. CURTA DISTÂNCIA / QUEIMA ROUPA

            Nota:

            • O ALVO ESTÁ DENTRO DOS LIMITES DE ALCANCE DO CONE DE DISPERSÃO OU CONE DE EXPLOSÃO. ALÉM DAS TRADICIONAIS ORLAS DE ENXUGO, ESCORIAÇÃO E EQUIMOSE, SOMAM-SE: * ORLA OU ZONA DE ESFUMAÇAMENTO/TISNADO: ZONA DE FALSA TATUAGEM; * ORLA DE TATUAGEM: IMPREGNAÇÃO NA PELE-DERME POR GRÂNULOS DE PÓLVORA OU RESÍDUOS SÓLIDOS DECORRENTES DA QUEIMA. * ORLA OU ZONA DE QUEIMADURA/CHAMUSCAMENTO: PODE DETERMINAR QUEIMADURAS DE 1º E 2º GRAUS.
         3. ENCOSTADO / APOIADO

            Nota:

            • TODOS OS COMPONENTES DA MUNIÇÃO, SEJA COM RELAÇÃO ÀQUELES QUE IRÃO COMPOR OS EFEITOS PRIMÁRIOS, OU AINDA OS SECUNDÁRIOS, IRÃO PENETRAR NOS TECIDOS HUMANOS.
      2. LESÕES DE SAÍDA
         1. COM PROJÉTIL ÚNICO

            Nota:

            • EM GERAL, TÊM FORMA IRREGULAR; BORDAS REVIRADAS PARA FORA; MAIOR SANGRAMENTO E NÃO APRESENTA ORLA DE ESCORIAÇÃO NEM HALO ENXUGO, NEM MESMO A PRESENÇA DOS ELEMENTOS QUÍMICOS RESULTANTES DA DECOMPOSIÇÃO DA PÓLVORA.
         2. COM PROJÉTIL MÚLTIPLO / DESFRAGMENTADO

            Nota:

            • NESTA HIPÓTESE PODE HAVER VARIAÇÃO EM RELAÇÃO A TER PERCUTIDO OU NÃO EM ANTEPAROS ÓSSEOS, CAUSANDO A DESFRAGMENTAÇÃO DO PROJÉTIL E, POR VIA DE CONSEQUÊNCIA, EVENTUAIS SAÍDAS MÚLTIPLAS.
   2. LESÕES PROVOCADAS POR PROJÉTEIS DE ARMA DE FOGO DE ALTA ENERGIA

      Nota:

      • PROJÉTEIS DE ALTA ENERGIA SÃO AQUELES CUJA VELOCIDADE INICIAL DE DESLOCAMENTO ESTEJA ACIMA DE SEISCENTOS METROS POR SEGUNDO. GERALMENTE SÃO UTILIZADOS EM FUZIS.
      • AS  PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE AS LESÕES DOS PROJÉTEIS DE ARMA DE FOGO COMUNS E DE ALTA ENERGIA SÃO:  * FENÔMENO DA CAVITAÇÃO; * LESÕES DE ENTRADA E SAÍDA.
      1. LESÕES DE ENTRADA
         1. SEM ANTEPARO ÓSSEO OU RÍGIDO

            Nota:

            • INDICA QUE AS LESÕES SÃO CIRCULARES OU OVALARES, CONFORME O ÂNGULO DE PENETRAÇÃO DO PROJÉTIL; DE BORDAS TALHADAS A PIQUE, COM OU SEM ORLA DE ESCORIAÇÃO, APRESENTANDO, NÃO RARAS VEZES, MICROLACERAÇÕES DE CERCA DE 1 MM, DISPOSTAS RADIALMENTE EM TODA CIRCUNFERÊNCIA OU EM APENAS UMA PARTE.
         2. COM ANTEPARO ÓSSEO OU RÍGIDO

            Nota:

            • QUALQUER COISA QUE ALTERE A ESTABILIDADE DO PROJÉTIL NA SUA ENTRADA TENDE A AMPLIAR MUITO A FERIDA. EM GERAL AS FERIDAS DE ENTRADA NESSES CASOS SÃO AMPLAS A PONTO DE TORNAREM IMPOSSÍVEL A DISTINÇÃO ENTRE AS LESÕES DE ENTRADA E AS DE SAÍDA DO PROJÉTIL.
      2. CAVITAÇÃO

         Nota:

         • PODE SE DAR DE DUAS FORMAS:  TEMPORÁRIA OU PERMANENTE. ISTO SE DEVE AO FATO DE QUE O PROJÉTIL TRANSFERE ENERGIA CINÉTICA PARA O ALVO, FAZENDO COM QUE HAJA UMA SOLUÇÃO DE CONTINUIDADE AO ATINGIR OS TECIDOS, PODENDO OU NÃO HAVER LESÃO DE SAÍDA. QUANTO MAIOR FOR A DISPONIBILIDADE DE TECIDO, MAIOR SERÁ A CAPACIDADE QUE O PROJÉTIL TERÁ DE TRANSMITIR SUA ENERGIA SINÉTICA.
      3. LESÕES DE SAÍDA
         1. SEM FRAGMENTAÇÃO OU DEFORMAÇÃO DO PROJÉTIL

            Nota:

            • A TENDÊNCIA É A DE QUE OS PROJÉTEIS TRANSFIXEM O SEGMENTO DO CORPO ATINGIDO. DIZEMOS QUE O PROJÉTIL É TRANSFIXANTE QUANDO PERCORRE TODOS OS TECIDOS DISPONÍVEIS, VINDO A SAIR.
         2. COM FRAGMENTAÇÃO OU DEFORMAÇÃO DO PROJÉTIL

            Nota:

            • NOS CASOS DE DESFRAGMENTAÇÃO, SEJA PELO PRÓPRIO PROJÉTIL, SEJA POR TER SE CHOCADO CONTRA UM ANTEPARO RÍGIDO (COMO O ESQUELETO), PODE HAVER MAIS DE UM FRAGMENTO TENDENTE A SAIR, O QUE, CONSEQUENTEMENTE, GERARÁ MAIS DE UMA LESÃO DE SAÍDA.
6. LESÕES E MORTE POR EXPLOSIVOS

   Nota:

   • QUANDO UM COMPOSTO QUÍMICO PASSA DE UM ESTADO PARA OUTRO, COM EXTREMA VELOCIDADE, HÁ UMA EXPLOSÃO. NESTA HIPÓTESE, HÁ REAÇÃO EXOTÉRMICA ACOMPANHADA DE INTENSO DESLOCAMENTO DE AR EM TODAS AS DIREÇÕES.
   1. BLAST INJURY

      Nota:

      • É UM CONJUNTO DE MANIFESTAÇÕES VIOLENTAS E PRODUZIDA PELA EXPANSÃO GASOSA DE UMA EXPLOSÃO POTENTE, ACOMPANHADA DE UMA ONDA DE PRESSÃO OU DE CHOQUE.
   2. BLAST PRIMÁRIO

      Nota:

      • AS VÍTIMAS ESTÃO MUITO PRÓXIMAS DA EXPLOSÃO. PODE OCORRER DESAPARECIMENTO DO CORPO; DESPEDAÇAMENTO; MUTILAÇÕES E QUEIMADURAS EXTREMAS.
   3. BLAST SECUNDÁRIO

      Nota:

      • SÃO ESTUDADOS OS EFEITOS DOS FRAGMENTOS DESLOCADOS PELA ONDA DE CHOQUE.
   4. BLAST TERCIÁRIO

      Nota:

      • É ESTUDADO O EFEITO DO IMPACTO DO CORPO EVENTUALMENTE PROJETADO. TENDE A CAUSAR LESÕES CONTUNDENTES.
   5. BLAST NOS ÓRGÃOS

      Nota:

      • A NECROPSIA NESSAS VÍTIMAS PODE NÃO MOSTRAR NENHUMA LESÃO EXTERNA E TÃO SÓ LESÕES INTERNAS, CARACTERIZADAS PELOS DANOS GRAVES EM ÓRGÃOS.
7. AÇÃO E MORTE POR AÇÃO TÉRMICA

   Nota:

   • ABRANGE TANTO AQUELAS CAUSADAS PELO CALOR OU PELO FRIO, QUE PODEM SER PRODUZIDAS DE MODO DIFUSO OU DIRETO
   1. CALOR
      1. TERMONOSES

         Nota:

         • ATUAÇÃO DO CALOR DE MODO DIFUSO. EXEMPLOS * CAIMBRA; * MILIÁRIA:  * SÍNCOPE TÉRMICA; * INTERMAÇÃO * INSOLAÇÃO.
      2. QUEIMADURAS

         Nota:

         • ATUAÇÃO DO CALOR DE MODO DIRETO. * PRIMEIRO GRAU: VERMELHIDÃO, PELE QUENTE, SECA E ARDIDA. A PELE ESCURECE E DEPOIS DESCASCA. NO ERITEMA, A ÁREA LESADA É APENAS A EPIDERME. * SEGUNDO GRAU: ATINGE A DERME SUPERFICIAL E PROFUNDA, PODENDO DEIXAR CICATRIZES RESIDUAIS. PRESENÇA DE FICTENAS. * TERCEIRO GRAU - ESCARAS: OS PLANOS SUBCUTÂNEOS SÃO ALCANÇADOS. FILETES NERVOSOS SÃO DESTRUÍDOS. AS LESÕES SÃO CHAMADAS DE ESCARAS E SÃO FERIDAS MAIS OU MENOS PROFUNDAS PROVOCADAS PELA DEFICIENTE CIRCULAÇÃO NO LOCAL. * QUARTO GRAU (CARBONIZAÇÃO): AS LESÕES PROVOCADAS SÃO MAIS DESTRUTIVAS QUE AS QUEIMADURAS DE TERCEIRO GRAU E SE PARTICULARIZAM PELA CARBONIZAÇÃO. PODEM SER LOCAIS OU GENERALIZADAS. 
   2. FRIO
      1. HIPODERMIA

         Nota:

         • TEMPERATURA DO CORPO CAI ABAIXO DE 35º
      2. GELADURAS

         Nota:

         • SÃO LESÕES PROVOCADAS PELA AÇÃO DIRETA DO FRIO. *PRIMEIRO GRAU: ERITEMA/VASOCONSTRIÇÃO PERIFÉRICA; * SEGUNDO GRAU: FLICTENAS; *TERCEIRO GRAU: NECROSE/GANGRENA. *QUARTO GRAU: GANGRENA E/OU DESARTICULAÇÃO.
8. LESÕES E MORTE POR BAROPATIAS

   Nota:

   • ENVOLVE LESÕES RELACIONADAS A AÇÃO PELA DIFERENÇA NA PRESSÃO ATMOSFÉRICA, SEJA POR DIMINUIÇÃO OU POR AUMENTO.
   1. DESCOMPRESSÃO

      Nota:

      • PODEM APARECER, PRINCIPALMENTE, EM MERGULHADORES.
   2. EMBOLIA TRAUMÁTICA PELO AR

      Nota:

      • TAMBÉM PODE OCORRER POR OCASIÃO DA PRÁTICA DE MERGULHO, CAUSANDO ROTURA DE ALVÉOLOS, HEMORRAGIAS E ATÉ MESMO ESTADO DE CHOQUE. FORMA BOLHA DE AR NO CÉREBRO.
   3. BAROTRAUMA

      Nota:

      • APARECE MAIS NAS DESCIDAS. SURGE EM DECORRÊNCIA DA RÁPIDA SUBMISSÃO DO CORPO A AMBIENTES COM DIFERENTES PRESSÕES.
9. LESÕES E MORTE POR AÇÃO ELÉTRICA
   1. ELETRICIDADE NATURAL

      Nota:

      • AS VÍTIMAS SOFREM TANTO OS EFEITOS DA ELETRICIDADE PROPRIAMENTE DITA, QUANTO DA ONDA DE CHOQUE GERADA. SINAL DE LICHTEMBERG: É UM SINAL ESPECÍFICO DE LESÃO PROVOCADA POR ELETRICIDADE NATURAL. POSSUI ASPECTO ARBORIFORME OU DE SAMAMBAIA, COM INTENSA VASCULITE LOCAL.
   2. ELETRICIDADE INDUSTRIAL

      Nota:

      • SINAL DE JELLINEK: ESPECÍFICO DA LESÃO PROVOCADA POR ELETRICIDADE INDUSTRIAL. MARCA ELÉTRICA. PODE TER FORMA CIRCULAR OU ESTRELADA.
      1. ALTA TENSÃO

         Nota:

         • ACIMA DE 1200 V. CAUSA MORTE CEREBRAL, BULBAR E CARDIORRESPIRATÓRIA. PARADA RESPIRATÓRIA CENTRAL, PODENDO OCORRER TAMBÉM PARADA CARDÍACA OU POR HEMORRAGIA TARDIA.
      2. MÉDIA TENSÃO

         Nota:

         • ENTRE 120 E 1220V: A MORTE É POR TETANIZAÇÃO RESPIRATÓRIA E ASFIXIA. A TETANIZAÇÃO É A CONTRAÇÃO CONTINUADA E INVOLUNTÁRIA, QUE PROVOCA ASFIXIA. É O CHAMADO ELETROCUTADO AZUL.
      3. BAIXA TENSÃO

         Nota:

         • ABAIXO DE 120V: FIBRILAÇÃO VENTRICULAR E PARADA CARDÍACA. SE HOUVER MORTE, É O ELETROCUTADO BRANCO, OU SEJA, AUSÊNCIA DE SINAIS QUE PERMITAM INDICAR A CAUSA DA MORTE.
10. LESÕES E MORTE POR ENERGIA RADIANTE
    1. RADIODERMITES
       1. AGUDAS

          Nota:

          • DIVIDE-SE EM: * PRIMEIRO GRAU: ERITEMA E DEPILAÇÃO (MANCHA AVERMELHADA E AOS POUCOS ESCURECE); * SEGUNDO GRAU: PÁPULAS AVERMELHADAS QUE PODEM CHEGAR À ULCERAÇÃO (DOLOROSA E RECOBERTA POR CROSTA PURULENTA. DIFÍCIL CICATRIZAÇÃO); *TERCEIRO GRAU: ZONAS DE NECROSE, PODE LEVAR A AMPUTAÇÃO. PROFISSIONAIS DE RAIO-X TEM AS CHAMADAS MÃOS DE RÖENTEGEN).
       2. CRÔNICAS

          Nota:

          • AS LESÕES PODEM SER LOCAIS E APRESENTAR A FORMA DE ÚLCERO-ATRÓFICA, TAMBÉM ENTENDIDA COMO NEOPLÁSICA. CÂNCER CUTÂNEO DOS RADIOLOGISTAS.
       3. SISTÊMICAS

          Nota:

          • HÁ MUTAÇÕES E APLASIA MEDULAR (DESTRUIÇÃO DA MEDULA ÓSSEA, QUE DEIXA DE PRODUZIR ELEMENTOS DO SANGUE).