1. Entender o metabolismo através de enzimas hepáticas e sistemas extra-hepáticos, fenômenos que interferem nessas enzimas;
2.Compreender a interferência de fármacos sobre atividades enzimáticas, levando a indução ou inibição enzimática;
3. Listar os fatores que influem na biotransformação de fármacos;
4. Correlacionar o metabolismo de primeira passagem com a biodisponibilidade de um fármaco;
Logo que o fármaco entra no organismo, inicia-se o processo de
eliminação, que envolve 3 principais vias: a biotransformação
hepática, a eliminação na bile e a eliminação na urina. Fazendo
cair exponencialmente a concentração do fármaco no plasma.
Nota:
Quanto mais o fármaco é lipossolúvel, maior a absorção, mas se ele continuar lipossolúvel, como vai sair do corpo?
vai ficar sendo filtrado e reabsorvido sempre.
Para que a droga saia do corpo, não pode continuar na condição de lipossolúvel, por isso que o organismo tem que transformar delipossolúvel em hidrossolúvel.
Antigamente se achava que a metabolização de uma droga servia para transformar e facilitar a
excreção, assim, através de um processo enzimático-químico, a droga seria transformada de ativa
(lipossolúvel) em inativada ou hidrossolúvel. Hoje em dia, concluímos que esse processo pode ativar
drogas e formar substancias tóxicas, as vezes até mais que a própria droga.
Nota:
Ex: paracetamol, metabolizado no fígado, naturalmente irá secretar a molécula N-acetilbenzoquinoimina, que tem ação muito mais tóxica que o próprio paracetamol (altamente nocivo ao fígado- próprio fígado produz e pode causar hepatite fulminante).
FÍGADO
GLUTATIONA
PEROXIDASE
Molécula
neutralizadora
Estimulada pela
acetilcisteina
Limitada!
Nota:
EX.: A dose máxima do paracetamol é 3g/dia. Se passa a dose, não vai ter neutralizante suficiente e vai começar a lesionar o fígado.
Obs: em pessoas alcoólatras, a produção de glutationa é
menor, por isso a dose deve ser aumentada.
Sistema de proteção do
fígado
MAIOR
METABOLISMO
Maior diversidade e quantidade
de enzimas metabólicas
Metaboliza preferencialmente
os fármacos lipofílicos/ácidos
RINS
Não conseguem eliminar os fármacos lipofílicos de modo
eficiente, pois eles facilmente atravessam as membranas
celulares e são reabsorvidos nos túbulos contorcidos distais.
Por isso, os fármacos lipossolúveis primeiro devem ser
biotransformado no fígado em substâncias mais polares
(hidrofílicas) usando dois grupos gerais de reações, denominados
fase1 e fase2.
FASE 1
Nota:
As reações da fase 1 convertem moléculas lipofílicas em moléculas mais polares, introduzindo ou desmascarando um grupo funcional polar.
Reações catabólicas
Nessa fase, não há modificação da droga. Ela é preparada p/ fase2
OXIDAÇÃO/REDUÇÃO
Nota:
+ Importante por ser a que mais ocorre
Adicionar um oxigênio e/ou
retirar um hidrogênio
Sist. citocromo P450 microssomo
Nota:
via mais comum de OXIDAÇÃO
Alguns fármacos são administrados em sua
FORMA INATIVA (PRÓ-FÁRMACO), de modo
que podem ser alterados metabolicamente à
FORMA ATIVA (FÁRMACO) por reações redox
Nota:
Essa estratégia de pró- fármaco pode ser utilizada para facilitar a biodisponibilidade oral, diminuir a toxicidade gastrintestinal e/ ou prolongar a meia-vida de eliminação de um fármaco.
HIDRÓLISE
Nota:
Quebra da molécula de fármaco pela ação da água – a água POLAR
Aumenta solubilidade e
excreção do fármaco na urina
ou bile
FASE 2
Nota:
Reações anabólicas; resulta em compostos inativos
CONJUGAÇÃO
Nota:
Conjugação de uma substância endógena com a droga ou seu metabólito da fase 1, a fim de formar um ácido orgânico polar mais hidrossolúvel e terapeuticamente inativo, para que seja excretado com facilidade pela urina e pela bile. Ocorre principalmente no fígado e exige um alto teor de energia.
A enzima glicuronil transferase une a
droga ao ácido glicurônico e transforma a
droga de lipossolúvel em hidrossolúvel.
Nota:
É um mecanismo altamente eficiente para jogar a droga para fora do
corpo.
Processo mais importante= glicuronação
Nem toda droga faz fase 1 para depois ir pra fase 2,
mas a grande maioria obedece a essa ordem.
ALTERAÇÕES
ENZIMÁTICAS
INDUÇÃO ENZIMÁTICA
Fármaco pode aumentar o
seu próprio metabolismo
Nota:
EX.: A carbamazepina (antiepiléptico) acelera o seu próprio metabolismo através da indução de 3A4 do P450.
Fármaco pode aumentar o metabolismo
de outro co-administrado
Nota:
EX: o anticoncepcional é metabolizado pela glicuronil transferase, mas o fenobrarbitol (usado em epilepsia) ativa a enzima (enzima funciona muito rápido). O normal deveria ser metabolizado em 24 horas, mas por causa dessa droga foi metabolizado mais rápido.
OBS.: o álcool também acelera essa enzima
Produção de níveis tóxicos dos
metabólitos reativos do fármaco
Nota:
A indução das enzimas pode resultar em lesão tecidual ou outros efeitos colaterais. Os tratamentos devem iniciar com baixas dosagens para evitar a toxicidade.
INIBIÇÃO ENZIMÁTICA
Nota:
EX. INIBIÇÃO COMPETITIVA:
O cetoconazol (antifúngico) se liga no sítio ativo das enzimas P450 e impede o metabolismo de fármacos co-administrados
EX. INIBIÇÃO IRREVERSÍVEL: o cecobarbital, um barbitúrico que inativa permanentemente o complexo P450, por isso pode ser utilizado com vantagem terapêutica