A realidade se configura com base na eterna luta entre elementos opostos que não
existem, porém, sem o outro. Tal tensão seria regulada por uma "razão",
simbolizada pelo fogo, que permite a transformação.
O mundo não é estável nem unificado
Propõe que a realidade se configura num movimento perene (tudo flui), numa transformação constante, contrariando seu
contemporâneo, Parmênides
Os filósofos de Mileto (Tales, Anaximandro, Anaxímenes,
entre outros) haviam percebido o dinamismo das mudanças
que ocorrem na physis, como o nascimento, o crescimento e
a morte, mas não chegaram a problematizar a questão.
Considerado o "pai da dialética"
Históricamente conhecido pelo aforisma "tudo flui como um rio" (panta rei). Mas, na realidade, o famoso mote panta rei não é
atestado nos fragmentos conhecidos da obra de Heráclito, e pode ser atribuído ao seu discípulo Crátilo, que desenvolveu o
pensamento do mestre, radicalizando-o.
Heráclito de Éfeso não é o filósofo do "tudo flui" mas do
"tudo flui enquanto resultado da tensão contínua dos
opostos em luta".
O mundo é cercado pelos astros (Sol, Lua e estrelas). Esses nada mais são
do que barcos cujas concavidades estão voltadas para nós, e que carregam
dentro de si chamas brilhantes.
Os eclipses do Sol e da Lua
acontecem quando as
concavidades dos barcos se
voltam para cima. E as fases
da Lua ocorrem quando o
barco que a encerra se volta
aos poucos em nossa
direção.
Dentro do pensamento de Heráclito, Deus não tinha a aparência de um homem nem de outro
animal qualquer. Em seu pensamento, Deus não era nem criador, nem onipotente. Heráclito
considerava as diversas divindades da mitologia grega, que eram adoradas pelos homens de seu
tempo, como sendo apenas fogo misturado a diferentes tipos de incensos.