O gênero textual é a forma como a língua é empregada nos textos em suas diversas
situações de comunicação, de acordo com o seu uso temos gêneros textuais diferentes. É
importante lembrar que um texto não precisa ter apenas um gênero textual, porém há
apenas um que se sobressai.
Pode-se dizer que se tratam das variadas formas de linguagem que
circulam em nossa sociedade, sejam eles formais ou informais.
Que têm o objetivo de estabelecer algum tipo de comunicação, possuem algumas características
básicas que fazem com que possamos saber em qual gênero textual o texto se encaixa. Algumas
dessas características são: o tipo de assunto abordado, quem está falando, para quem está falando,
qual a finalidade do texto, qual o tipo do texto (narrativo, argumentativo, instrucional, etc.).
Cada gênero textual tem seu estilo próprio, podendo então, ser identificado e diferenciado dos
demais através de suas características. Exemplos:
Carta:
Quando se trata de "carta aberta" ou "carta ao leitor", tende a
ser do tipo dissertativo-argumentativo com uma linguagem
formal, em que se escreve à sociedade ou a leitores.
Quando se trata de "carta pessoal", a presença
de aspectos narrativos ou descritivos e uma
linguagem pessoal é mais comum.
Propaganda:
É um gênero textual dissertativo-expositivo onde há a o intuito de propagar informações sobre algo,
buscando sempre atingir e influenciar o leitor apresentando, na maioria das vezes, mensagens que
despertam as emoções e a sensibilidade do mesmo.
Bula de remédio:
É um gênero textual descritivo, dissertativo-expositivo e injuntivo que tem por obrigação fornecer as
informações necessárias para o correto uso do medicamento.
Receita:
É um gênero textual descritivo e injuntivo que tem por objetivo informar a fórmula para preparar tal
comida, descrevendo os ingredientes e o preparo destes, além disso, com verbos no imperativo,
dado o sentido de ordem, para que o leitor siga corretamente as instruções.
Tutorial:
É um gênero injuntivo que consiste num guia que tem por finalidade explicar ao leitor, passo a
passo e de maneira simplificada, como fazer algo.
Editorial:
É um gênero textual dissertativo-arassuntogumentativo que expressa o posicionamento da empresa sobre
determinado , sem a obrigação da presença da objetividade.
Notícia:
Podemos perfeitamente identificar características narrativas, o fato ocorrido que se
deu em um determinado momento e em um determinado lugar, envolvendo
determinadas personagens.
Características do lugar, bem como dos personagens envolvidos
são, muitas vezes, minuciosamente descritos.
Reportagem:
É um gênero textual jornalístico de caráter dissertativo-expositivo. A reportagem tem, por objetivo,
informar e levar os fatos ao leitor de uma maneira clara, com linguagem direta.
Entrevista:
É um gênero textual fundamentalmente dialogal, representado pela conversação de duas ou mais
pessoas, o entrevistador e o(s) entrevistado(s), para obter informações sobre ou do entrevistado, ou
de algum outro assunto.
Geralmente envolve também aspectos dissertativo-expositivos, especialmente quando se trata de
entrevista a imprensa ou entrevista jornalística. Mas pode também envolver aspectos narrativos,
como na entrevista de emprego, ou aspectos descritivos, como na entrevista médica.
História em quadrinhos
É um gênero narrativo que consiste em enredos contados em pequenos quadros através de diálogos
diretos entre seus personagens, gerando uma espécie de conversação.
Charge:
É um gênero textual narrativo onde se faz uma espécie de ilustração cômica, através de caricaturas,
com o objetivo de realizar uma sátira, crítica ou comentário sobre algum acontecimento atual, em
sua grande maioria.
Poema:
Trabalho elaborado e estruturado em versos. Além dos versos, pode ser estruturado em estrofes.
Rimas e métrica também podem fazer parte de sua composição. Pode ou não ser poético.
Dependendo de sua estrutura, pode receber classificações específicas, como haicai, soneto, epopeia,
poema figurado, dramático, etc. Em geral, a presença de aspectos narrativos e descritivos são mais
frequentes neste gênero.
Poesia:
É o conteúdo capaz de transmitir emoções por meio de uma linguagem , ou seja, tudo o que toca e
comove pode ser considerado como poético (até mesmo uma peça ou um filme podem ser assim
considerados). Um subgênero é a prosa poética, marcada pela tipologia dialogal.
Gênero literário: Com o passar dos anos, o gênero épico passou a ser considerado apenas uma
variante do gênero literário narrativo, devido ao surgimento de concepções de prosa com
características diferentes: o romance, a novela, o conto, a crônica, a fábula.
Porém, praticamente todas as obras narrativas possuem elementos estruturais e estilísticos em
comum e devem responder a questionamentos, como: quem? o que? quando? onde? por quê?
Vejamos a seguir:
Épico (ou Epopeia):
Os textos épicos são geralmente longos e narram histórias de um povo ou de uma nação, envolvem
aventuras, guerras, viagens, gestos heroicos, etc.
Normalmente apresentam um tom de exaltação, isto é, de valorização de seus heróis e seus feitos.
Dois exemplos são Os Lusíadas, de Luís de Camões, e Odisséia, de Homero.
Romance:
É um texto completo, com tempo, espaço e personagens bem definidos e de caráter mais verossímil.
Também conta as façanhas de um herói, mas principalmente uma história de amor vivida por ele e
uma mulher, muitas vezes, “proibida” para ele.
Apesar dos obstáculos que o separam, o casal vive sua paixão proibida, física, adúltera,
pecaminosa e, por isso, costuma ser punido no final. É o tipo de narrativa mais comum na
Idade Média. Ex: Tristão e Isolda.
Novela:
É um texto caracterizado por ser intermediário entre a longevidade do romance e a brevidade do
conto. Como exemplos de novelas, podem ser citadas as obras O Alienista, de Machado de Assis, e A
Metamorfose, de Kafka.
Conto
É um texto narrativo breve, e de ficção, geralmente em prosa, que conta situações rotineiras,
anedotas e até folclores.
Fábula:
É um texto de caráter fantástico que busca ser inverossímil. As personagens principais são não
humanos e a finalidade é transmitir alguma lição de moral.
Crônica:
É uma narrativa informal, breve, ligada à vida cotidiana, com linguagem coloquial. Pode ter um tom
humorístico ou um toque de crítica indireta, especialmente, quando aparece em seção ou artigo de
jornal, revistas e programas da TV.
Crônica narrativo-descritiva:
Apresenta alternância entre os momentos narrativos e manifestos descritivos.
Ensaio:
É um texto literário breve, situado entre o poético e o didático, expondo ideias, críticas e reflexões
morais e filosóficas a respeito de certo tema. É menos formal e mais flexível que o tratado.
Consiste também na defesa de um ponto de vista pessoal e subjetivo sobre um tema (humanístico,
filosófico, político, social, cultural, moral, comportamental, etc.), sem que se paute em formalidades
como documentos ou provas empíricas ou dedutivas de caráter científico. Exemplo: Ensaio sobre a
cegueira, de José Saramago e Ensaio sobre a tolerância, de John Locke.
Gênero Dramático: Trata-se do texto escrito para ser encenado no teatro. Nesse tipo de texto, não
há um narrador contando a história. Ela “acontece” no palco, ou seja, é representada por atores, que
assumem os papéis das personagens nas cenas.
Tragédia:
É a representação de um fato trágico, suscetível de provocar compaixão e terror.
Farsa:
É uma pequena peça teatral, de caráter ridículo e caricatural, que critica a sociedade e seus
costumes; baseia-se no lema latino ridendo castigat mores (rindo, castigam-se os costumes). A farsa
consiste no exagero do cômico, graças ao emprego de processos grosseiros, como o absurdo, as
incongruências, os equívocos, os enganos, a caricatura, o humor primário, as situações ridículas.
Comédia
É a representação de um fato inspirado na vida e no sentimento comum, de riso fácil.
Tragicomédia:
Modalidade em que se misturam elementos trágicos e cômicos. Originalmente, significava a mistura
do real com o imaginário.
Poesia de cordel:
Texto tipicamente brasileiro em que se retrata, com forte apelo linguístico e cultural nordestinos,
fatos diversos da sociedade e da realidade vivida por este povo.
Gênero Lírico: É certo tipo de texto no qual um eu lírico (a voz que fala no poema e que nem sempre
corresponde à do autor) exprime suas emoções, ideias e impressões em face do mundo exterior.
Normalmente os pronomes e os verbos estão em 1ª pessoa e há o predomínio da função emotiva da
linguagem.
Elegia:
É um texto de exaltação à morte de alguém, sendo que a morte é elevada
como o ponto máximo do texto. O emissor expressa tristeza, saudade,
ciúme, decepção, desejo de morte. É um poema melancólico.
Epitalâmia:
É um texto relativo às noites nupciais líricas, ou seja, noites românticas com poemas e cantigas.
Ode (ou hino):
É o poema lírico em que o emissor faz uma homenagem à pátria (e aos seus símbolos),
às divindades, à mulher amada, ou a alguém ou algo importante para ele. O hino é uma
ode com acompanhamento musical.
Idílio (ou écloga):
É o poema lírico em que o emissor expressa uma homenagem à natureza, às belezas e às riquezas
que ela dá ao homem. É o poema bucólico, ou seja, que expressa o desejo de desfrutar de tais
belezas e riquezas ao lado da amada (pastora), que enriquece ainda mais a paisagem, espaço ideal
para a paixão. A écloga é um idílio com diálogos (muito rara).
Sátira:
É o poema lírico em que o emissor faz uma crítica a alguém ou a algo, em tom sério ou irônico.
Soneto:
É um texto em poesia com 14 versos, dividido em dois
quartetos e dois tercetos, com rima geralmente em
a-ba-b a-b-b-a c-d-c d-c-d.
Acalanto:
ou canção de ninar.
Acróstico:
(akros = extremidade; stikos = linha), composição
lírica na qual as letras iniciais de cada verso
formam uma palavra ou frase.
Balada:
Uma das mais primitivas manifestações poéticas, são
cantigas de amigo (elegias) com ritmo característico e refrão
vocal que se destinam à dança.
Canção (ou Cantiga, Trova):
Poema oral com acompanhamento musical.
Gazal (ou Gazel)
Poesia amorosa dos persas e árabes; odes do oriente médio.
Haicai:
Expressão japonesa que significa “versos cômicos” (=sátira). E o poema japonês formado de três
versos que somam 17 sílabas assim distribuídas: 1° verso= 5 sílabas; 2° verso = 7 sílabas; 3° verso 5
sílabas.
Vilancete:
São as cantigas de autoria dos poetas vilões (cantigas de escárnio e de maldizer); satíricas, portanto.