As verdadeiras anomalias são de mamas ausentes, rudimentares, assimetria grosseira, hipertrofia ou glândula e mamilo acessórios
Anomalias de volume
Hipomastia: pequeno volume, uni ou bilateral, costuma não responder a hormônio e solução é silicone
Hipertrofia: grande volume, uni ou bilateral, gera danos psicológicos e de postura, se > 1kg é
detectado gigantomastia; manejo é sempre cirúrgico
Simastia: presença de confluência medial das mamas, tecido na linha média que une as 2 mamas; causa congênitas
Anomalias de Número
Amastia: ausência total da glândula mamária uni ou bilateral (associada com agenesia ovariana); rara; se acompanhada de hipotrofia ou
agenesia do grande peitoral - Sd. Poland
Amazia: ausência do tecido mamário com a presença areolomamilar; adquirida ou congênita
Atelia: ausência areolomamilar; extremamente rara
Polimastia: mais de 2 glândulas mamárias, podendo ser completa (com aréola e mamilo) ou só com parênquima; forma
mais comum - mama axilar (abaulamento na região); conduta é cirúrgica por questões estéticas
Geralmente aparecem ao longo da linha láctea; se fora dela - mama aberrante
Politelia: presença de um mamilo acessório; retira-se só se dano estético
Ginecomastia
Hipertrofia de 1 ou mais glândulas mamárias no homem
Pode ser transitória
1˚ pico na adolescência; 2˚ pico com 50 e 80 anos
Induzida por anabolizantes, estrogênios, digitálicos, metildopa, isoniazida, doenças orgânicas
Afastadas causas iatrogênicas ou endócrinas, o manejo é sempre operar
Na adolescência dá pra esperar reversão espontânea, mas pelas consequências emocionais pode-se fazer uma intervenção precoce
Fluxograma de investigação
Processos Inflamatórios
Mastite aguda
+ frequente no puerpério
70% por estafilococo penicilinase-resistente
Restante: estreito, anaeróbios e colibacilos
História de fissura do mamilo ou queimadura da pele = quebra dos mecanismos de defesa
Podem chegar ao mamilo pela roupa, mãos ou nasofaringe do bebê
Fatores predisponentes: mamas ingurgitadas, fissura mamilar, infecção rinofaringe
do bebê, anomalia no mamilo, primiparidade, má higiene, escabiose
Sinais e sintomas: estase láctea, sinais de inflamação, adenopatia axilar e às vezes sinais gerais
Profilaxia: higiene, evitar fissuras e ingurgitamento mamário
Tratamento: analgésico, antitérmico, suspensão das mamas, drenagem manual do leite, antibiótico - cefalexina 7d
Se a infecção persistir depois de 2-3d após tratamento -> suspeitar de abscesso (5 a 10% dos casos)
Não se recomenda calor local por conta da perda da sensibilidade o que pode gerar queimaduras
Abscesso Mamário
Mesmos sinais de inflamação, + flutuação, pele brilhantes e descamativa
Puérpera (50%)
Tratamento: drenagem, exploração digital e colocação de dreno de Penrose (anestesia geral)
+ ATB - Cefalexina 7d pra reduzir infecção sistêmica e celulite local
Maioria S. aureus
Após desconforto não há contraindicações pro aleitamento
Abscessos superficiais podem ser drenados só com agulha mais calibrosa
US em caso de dúvida ou pra guiar punções
Abscesso subareolar crônico recidivante (ASCR)
Episódios de Infecção aguda e flutuação seguidos de drenagem
intermitente por fístula na junção cutaneoareolar
Drenagem pode ser espontânea ou necessitar de cirurgia pela dor que causa
Também chamado doença de Zuskas
Depois de 2-3 semanas há reagudizações
Secreção cremosa ou escura
Bactérias anaeróbias ou estafilocócicas
Comum a presença de retração e invaginação da papila
Hipóteses etiológicas
1. Inversão do mamilo com obstrução e maceração dos dutos lactíferos
2. Metaplasia escamosa que predispõe obstrução dos canalículos e formação de ASCR
Correlação com tabagismo
Tratamento: anti-inflamatório não hormonal, ATB (cefalexina+metronidazol 7d) drenagem simples
Se a drenagem simples não resolver -> excisão dos
ductos, fistulectomia e cicatrização por 2˚ intenção
+ suspender tabagismo
Ectasia ductal
Dilatação dos ductos terminais com acúmulo de detritos celulares podendo causar derrame papilar
Relação com tabagismo
Formas clínicas
Derrame papilar
Mais comum na peri ou pós-menopausa
Secreção amarelo-esverdeada, purulenta
Se for nociva pra paciente -> exérese do sistema ductal terminal
Tumoral
Pode gerar uma ruptura dos ductos e inflamação circundante - sinais típicos de mastite
Ao se cronificar pode surgir uma massa dura e retração do mamilo - simulando carcinoma
Incidência aumenta com o aumento da idade
Eczema areolar
Dermatite descamativa e exsudava do complexo areolomamilar
Pode ser bilateral e pruriginosa
Causas: psoríase, dermatite seborreia, de contato, atópica ou por alergia a tecido sintético
Tratamento da aguda: solução de Thiersch + corticoterapia
Tratamento crônico: só corticoterapia
Se não regredir em 1-2 semanas, faz-se biópsia do mamilo pra descartar carcinoma de Paget
Necrose gordurosa
Sinônimos: cistoesteatonecrose ou granuloma lipofágico
Áreas expostas ao trauma
Resultado da saponificação asséptica da gordura por lipases do sangue e do tecido
Mais comum em obesas e em peitos flácidos
Surge como uma lesão firme, imóvel, maldelimitada e indolor - simula um câncer
Assintomática: calcificações redondas com centro translúcido
(casca de ovo) sem significado pré-neoplásico
Sintomática: tumor detectável clinicamente; massa com história prévia de trauma, equimose, dor e
retração; mais comum em mamas adiposas pós-menopausa ou após cirurgias de mamas
Doença de Mondor
Tromboflebite superficial das mamas
Rara
Associada a traumas
Dor aguda (desaparece em 2-3 semanas) + cordão fibroso no local
Pode imitar carcinoma
Autolimitado - não precisa de biópsia
Tratamento de suporte - analgésico e anti-inflamatório
Galactocele
Obstrução dos canalículos da mama = acúmulo de leite
Diagnóstico: anamnese + ex. físico + punção
Tumoração sem sinais inflamatórios com característica cística e amolecida
Se há algum tempo - material mais duro, necessária uma agulha mais calibrosa
Se esvaziamento completo, terapêutica finalizada
Se conteúdo muito espesso impossibilitando aspiração -> incisão e drenagem cirúrgica