MAPA SOCIOLOGIA 04

Descripción

Mapa 04
Anny Isabelle Correia Assis
Mapa Mental por Anny Isabelle Correia Assis, actualizado hace más de 1 año
Anny Isabelle Correia Assis
Creado por Anny Isabelle Correia Assis hace alrededor de 3 años
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Resumen del Recurso

MAPA SOCIOLOGIA 04
  1. FORMAÇÃO DA CLASSE TRABALHADORA
    1. O trabalho tem muitos significados. Além de promover a transformação da natureza e a sobrevivência, o trabalho nos possibilita pertencer a uma coletividade, construir nossa identidade e aperfeiçoar nossos conhecimentos.
      1. Os filósofos gregos antigos observavam, em linhas gerais, dois principais caminhos para a atividade humana do trabalho. TRABALHO COMO AÇÃO - o conjunto de atitudes e esforços de sobrevivência do ser humano para alterar o ambiente, o que o aproxima dos animais. TRABALHO COMO UTILIDADE - quando a atividade humana produz transformação, muda a natureza, altera o valor das coisas e muda a própria humanidade.
        1. Platão propôs na obra A República que a cidade justa era composta de três classes sociais que correspondiam a três estados da alma: o desejo, a emoção e a razão. Segundo Platão, os reis (filósofos) e os administradores eram os que trabalhavam com a razão, e, portanto, possuíam a alma racional. Os guerreiros eram guiados pelas emoções e pelo voluntarismo e, logo, deveriam ser os guardiões da cidade, pois possuíam uma alma irascível, sempre disposta a defender a cidade. Já os trabalhadores, que eram dedicados à produção, possuíam a alma concupiscível, trabalhavam com o corpo e por meio do esforço físico, e, assim, eram controlados pelos desejos e paixões e pela busca de prazeres imediatos. Portanto, o filósofo associava o trabalho de artesãos e produtores a um estágio de alma em desenvolvimento, inferior.
          1. Aristóteles, para quem trabalhar era atribuição dos escravos e dos produtores, não sendo ato digno da aristocracia. Esta deveria se dedicar ao ócio, à filosofia, aos assuntos políticos e aos rumos da cidade. O filósofo também abordou uma característica essencial do trabalho humano: a transformação. O trabalho é a atividade humana que transforma a mudança no principal objetivo da existência.
            1. De acordo com o pensamento grego, o trabalho e o esforço físico eram uma condição social associada ao baixo desenvolvi- mento da alma, o que justificava a escravidão. Com o fim da Antiguidade e ao longo da história ocidental, as sociedades foram se organizando em diferentes contextos, mas permaneceu uma divisão essencial entre proprietários e a classe trabalhadora que realiza a produção para sustentar a base da sociedade.
              1. O filósofo alemão Friedrich Hegel, mostrou que existe uma interdependência entre se- nhor e escravo, ou seja, uma relação dialética. O senhor vive com liberdade, mas não produz para saciar as suas necessidades. Já o escravo vive no reino da necessidade, porque é uma alma que deseja, mas vive sem liberdade.
                1. Para a filósofa Hannah Arendt, as sociedades construíram diferentes significados para o trabalho. Em sua obra A condição humana, a autora se baseou na natureza do trabalho para compreender a vida humana na modernidade, fazendo uma releitura dos valores e preconceitos gregos. Sua análise foi baseada em três atividades fundamentais: labor, poiesis e práxis
                  1. LABOR - é a atividade biológica e o esforço físico do ser humano para manter sua vida e sua reprodução como espécie. Para a autora, a condição humana da atividade laboral é a vida e o ser humano é o animal laborans, expressão que remete ao animal de alma concupiscente que, segundo Platão, é movido por desejos e paixões.
                    1. POIESIS - palavra grega que deu origem à palavra poesia. Esse segundo sentido do trabalho para Hannah Arendt corresponde à capacidade do ser humano de criar ferramentas, artifícios e estratégias para enfrentar o desafio de modificar o ambiente.
                      1. PRÁXIS - é a capacidade de organizar a atividade social do trabalho e transformar o mundo pelas ideias. O instrumento da práxis é o discurso, a palavra e a busca da liberdade e do aprimoramento do ambiente social.
                      2. Segundo o sociólogo brasileiro Ricardo Antunes, antes do capitalismo, o trabalho era considerado um sistema de me- diação de primeira ordem, ou seja, a relação do ser humano com a natureza era tão forte e direta que o trabalho tinha apenas o sentido de uma conexão com a terra e com o ritmo das estações.
                        1. Um exemplo é o de sociedades tradicionais da Amé- rica andina, de origem quéchua e aymara, povos para os quais a infância é celebrada com ritos de passagem que inserem crianças e jovens nos eventos da comunidade. O trabalho com a terra é visto como uma comunhão para as famílias.
                          1. ARTESANATO - uma das primeiras formas de trabalho a dignificar atividades e funções que eram associadas às classes inferiores. Os artesãos passaram a se reunir em corporações de ofícios, onde foi sendo construída uma ética do trabalho e um conjunto de valores de classe. Nas corporações, os aprendizes deveriam obedecer aos mestres.
                            1. As corporações passaram a adotar rotinas de produção mais complexas e construir grandes espaços para abrigar essa estrutura produtiva, o que as fez derivar no modelo das MANUFATURADOS. As manufaturas foram se desenvolvendo, sobretudo por meio da gradativa incorporação de máquinas experimentais, como os teares mecânicos.
                              1. Esse cenário foi o pano de fundo para as revoluções industriais. Foram se estabelecendo, então, as maquinofaturas, símbolo do modo de produção capitalista.
                                1. Max Weber, também analisou o significado do trabalho como fator essencial para compreender a modernidade. Para o autor, o capitalismo foi fruto de uma renovação cultural do sentido religioso do trabalho. Na ética protestante dos grupos calvinistas de peregrinos puritanos que colonizaram o Novo Mundo, estava presente a semente do espírito do capitalismo. Hábitos guiados por essa nova ética poderiam promover a ascensão social e individualizar os desejos da classe trabalhadora. Cálculo, moderação, previsibilidade e racionalidade foram introduzidos pela religiosidade, mas se encaixaram perfeitamente como valores do mundo do capitalismo.
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