O QUE É O URBANO, NO MUNDO CONTEMPORÂNEO

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Roberto Luís Monte-Mór
Arnaldo Costa Gama
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Arnaldo Costa Gama
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Resumen del Recurso

O QUE É O URBANO, NO MUNDO CONTEMPORÂNEO
  1. _Roberto Luís Monte-Mór
    1. Vida Contemporânea
      1. Organização da Cidade.
        1. Política
          1. Civilização
            1. Cidadania
          2. Relação entre cidade e campo
            1. Cidades
              1. Centros da organização da sociedade e da economia.
                1. Escala Local
                  1. Escala Regional
                    1. Escala Nacional
                    2. Pólis vem o conceito de política, enquanto do latim civis e civitas vêm cidadão, cidadania cidade, e mesmo civilização.
                      1. Sentido Urbano: de urbanum (arado) vem o sentido de povoação, a forma física da ocupação do espaço de vida delimitado pelo sulco do arado dos bois sagrados que marcava o território da produção e de vida dos romanos; da sua simplificação semântica originaram-se urbe e urbs, este último termo referindo-se a Roma, cidade-império, centro do mundo e, assim, desaparecido até as grandes cidades da era moderna
                        1. Cidade e campo, elementos socioespaciais opostos e complementares, constituem a centralidade e a periferia do poder na organização social.
                          1. A cidade, na visão histórica dominante na economia política, constitui o resultado do aprofundamento da divisão socioespacial do trabalho em uma comunidade.
                            1. Paul Singer (1973), a cidade é o modo de organização (sócio)espacial que permite à classe dominante maximizar a extração regular de um mais-produto do campo e transformá-lo em garantia alimentar para a sua sustentação e para a de um exército que garanta a regularidade dessa dominação e extração.
                              1. Henri Lefebvre (1969; 1999) denominou “cidade política”, ou seja, a cidade que mantém seu domínio sobre o campo (com a conseqüente extração do mais-produto, ou excedente) a partir do controle apenas político. Nesse contexto, a produção é centrada no campo, e a cidade, espaço não-produtivo privilegiado dos poderes político e ideológico, retira do excedente produzido no campo as condições de reprodução da classe dominante e de seus servidores diretos, militares e civis, que a habitam.
                                1. Continuum da cidade política à “zona crítica” (o urbano)
                                  1. Cidade mercantil: lugar central para onde os excedentes regionais eram voluntariamente trazidos e comercializados, resulta da entrada da burguesia na cidade e de sua eventual conquista. lugar central de inovação e provimento dos bens e serviços para produção no campo e, também, espaço privilegiado da vida em comunidade, onde a divisão do trabalho aprofunda-se por meio das especialidades e complementaridades que ali se desenvolvem.
                                    1. Cidade industrial
                                2. A CIDADE INDUSTRIAL, A RELAÇÃO ENTRE CIDADE E CAMPO E O SURGIMENTO DO URBANO
                                  1. Cidade Industrial
                                    1. Foi marcada pela entrada da produção no seio do espaço do poder, trazendo com ela a classe trabalhadora, o proletariado, controlar e comercializar a produção do campo, transformá-la e a ela agregar valor em formas e quantidades jamais vistas anteriormente.
                                      1. Lefebvre (1999) subordinação total do campo à cidade. A cidade se transforma, também, em produto industrial, segundo as mesmas leis econômicas que regem a produção.
                                        1. Industria: A indústria impõe à cidade sua lógica centrada na produção, e o espaço da cidade, organizado como lócus privilegiado do excedente econômico, do poder político e da festa cultural, legitimado como obra e regido pelo valor de uso coletivo, passa a ser privatizado e subordinado ao valor de troca.
                                          1. Reprodução coletiva da força de trabalho, sintetizada pela habitação e por demandas complementares.
                                            1. Areas perifericas, regiões urbanizadas, Áreas Metropolitanas, Regiões Metropolitanas
                                              1. Lefebvre (1999): Duplo processo
                                                1. A implosão se dá na cidadela sobre si mesma, sobre a centralidade do excedente/poder/festa que se adensa e reativa os símbolos da cidade ameaçada pela lógica (capitalista) industrial.
                                                  1. Explosão incide sobre o espaço: circundante, com a extensão do tecido urbano, forma e processo socioespacial que carrega consigo as condições de produção antes restritas às cidades, estendendo-as ao espaço regional imediato e, eventualmente, ao campo longínquo, conforme as demandas da produção (e reprodução coletiva) assim o exijam.
                                              2. A URBANIZAÇÃO CONTEMPORÂNEA: seu caráter extensivo e outras implicações
                                                1. URBANO:
                                                  1. é uma síntese da antiga dicotomia cidade–campo, um terceiro elemento na oposição dialética cidade–campo, a manifestação material e socioespacial da sociedade urbano-industrial contemporânea, estendida, virtualmente, por todo o espaço social.
                                                    1. Lefebvre (1999) usa a expressão “sociedade urbana” como síntese dialética (e virtual) da dicotomia cidade–campo, superada na etapa contemporânea do capitalismo que ele alcunha “sociedade burocrática de consumo dirigido” (LEFEBVRE, 1991).
                                                      1. LEFEBVRE, 1999, p.17): O tecido urbano prolifera, estende-se, corrói os resíduos de vida agrária. Estas palavras, “o tecido urbano”, não designam, de maneira restrita, o domínio edificado nas cidades, mas o conjunto das manifestações do predomínio da cidade sobre o campo. Nessa acepção, uma segunda residência, uma rodovia, um supermercado em pleno campo, fazem parte do tecido urbano.
                                                        1. Práxis urbana: a cidade industrial que transbordou sobre as regiões circundantes deu origem a uma nova forma de urbanização que, ao mesmo tempo, estendeu e integrou também a práxis sociopolítica e espacial própria do espaço urbano-industrial. À medida que o tecido urbano se estendeu sobre o território, levou com ele os germes da pólis, da civitas, da práxis política urbana que era própria e restrita ao espaço da cidade.
                                                          1. Urbanização extensiva: materialização sociotemporal dos processos de produção e reprodução resultantes do confronto do industrial com o urbano, acrescida das questões sociopolíticas e cultural intrínsecas à pólis e à civitas, que têm sido estendidas para além das aglomerações urbanas ao espaço social como um todo.
                                                        2. A URBANIZAÇÃO EXTENSIVA NO BRASIL CONTEMPORÂNEO
                                                          1. A cidade industrial
                                                            1. a transformação da cidade política, tradicional sede do aparelho burocrático de Estado e espaço de comando das oligarquias rurais ligadas à economia agroexportadora, em cidade mercantil, marcada pela presença do capital exportador e/ou da concentração de comércio e serviços centrais de apoio às atividades produtivas rurais em centro de produção industrial;
                                                              1. A criação e/ou captura de pequenas cidades como espaços de produção monoindustrial por grandes indústrias.
                                                                1. a cidade industrial era peça central da dinâmica capitalista, articulando-se com cidades comerciais e centros urbanos que canalizavam a produção para sua área de influência e controle.
                                                                2. Tecido urbano, no Brasil,
                                                                  1. teve sua origem na política territorial ao mesmo tempo concentradora e integradora dos governos militares, em seqüência à centralização e expansionismo do período Vargas e às ações de interiorização do desenvolvimento do período juscelinista.
                                                                    1. URBANO SE EXPANDE
                                                                      1. ao território nacional, integrando os diversos espaços regionais à centralidade urbano-industrial que emanava de São Paulo, desdobrando-se na rede de metrópoles regionais, cidades médias, núcleos urbanos afetados por grandes projetos industriais, atingindo, finalmente, as pequenas cidades nas diversas regiões, em particular onde o processo de modernização ganhou uma dinâmica mais intensa e extensa.
                                                                    2. URBANIZAÇÃO EXTENSIVA
                                                                      1. Urbanização que ocorreu para além das cidades e áreas urbanizadas, e que carregou com ela as condições urbano-industriais de produção (e reprodução) como também a práxis urbana e o sentido de modernidade e cidadania,
                                                                        1. Caminha, assim, ao longo dos eixos viários e redes de comunicação e de serviços em regiões “novas”, como a Amazônia e o Centro-Oeste, mas também em regiões “velhas”, como o Nordeste, em espaços residuais das regiões mais desenvolvidas, nas “ilhas de ruralidade” no interior mineiro ou paulista
                                                                      Mostrar resumen completo Ocultar resumen completo

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