A água é uma substância essencial para a diversidade da vida na
Terra. Ela está distribuída de forma irregular pelo espaço
geográfico mundial, e a água doce, potável e de fácil acesso é
ofertada de modo limitado. A equalização dessas tensões e o
uso de maneira mais sustentável da água são desafios impostos
ao mundo inteiro.
O volume total de água na Terra não se altera desde a formação
da atmosfera como a conhecemos hoje. Isso se deve ao ciclo
hidrológico, que permite que a água mude de estado físico e de
local, mas conserve o seu volume, estimado em 1,39 bilhão de
quilômetros cúbicos. Dessa maneira, é possível afir- mar que a
água que bebemos hoje é composta pelas mesmas moléculas
que hidrataram os dinossauros e todos os personagens da
história humana.
A energia solar desempenha um papel fundamental na
realização do ciclo, já que faz a água da superfície evaporar e se
deslocar na forma gasosa para o alto da troposfera, a mais
baixa das camadas da atmosfera. A água precipitada possui três
caminhos possíveis: a infiltração no solo, a evaporação ou o
escoa- mento superficial. A água que escoa superficialmente
alimenta os corpos de água, de pequenos riachos até oceanos.
Quando se observa a Terra a partir do espaço, a água parece ser
abundante, mas ela não é tão volumosa quando consideramos a
totalidade da massa do planeta. Ainda mais rara é a água doce,
que representa apenas 2,5%, se encontra principalmente em
locais de difícil acesso ou economicamente inviáveis de serem
explorados. A água doce de fácil acesso é um recurso muito
escasso, principalmente na forma potável.
Outro fator que deve ser considerado ao tratar das reservas é a
distribuição irregular de água pelo planeta, o volume de água
superficial em diversas regiões é muito reduzido, especialmente
naquelas de clima Semiárido ou Árido. O Brasil é uma grande
potência hídrica mundial, com exceção dos rios que correm pelo
semiárido nordestino, eles são majoritariamente perenes, ou
seja, possuem água disponível o ano inteiro. Por outro lado,
muitos países convivem com uma condição de escassez natural,
No Brasil, a significativa variação das precipitações anuais entre
as regiões condiciona a variável oferta de água entre elas, essa
condição é diferente da dos países de clima Temperado, nos
quais muitos rios têm regime nival.
Nas regiões de abrangência do clima Equatorial estão as
maiores ofertas devido às chuvas volumosas e à estação seca
reduzida ou inexistente. Já na região do Sertão nordestino,
existe uma relativa escassez de água, que se deve à
irregularidade das chuvas e à prolongada estação seca, na
maior parte do Sertão, as chuvas ficam valor baixo para os
padrões brasileiros, apesar de ser normal quando comparado a
outras regiões do mundo.
No Brasil existem diversos aquíferos, destacando-se o Guarani e
o Grande Amazônia. Os aquíferos são formados a partir da
percolação da água, que desce entre os poros do solo até
encontrar o substrato rochoso. A formação de um aquífero é um
processo lento, e por isso a extração de suas águas deve ser
realizada dentro de um plano estratégico e sustentável. Caso
contrário, esses reservatórios podem se exaurir rapidamente ou
ficar contaminados por resíduos, como os agrotóxicos ou o
esgoto industrial e doméstico.
Já está em curso a exploração de diversos aquíferos no país,
muitas das vezes de forma inadequada, sem os cuidados
técnicos necessários ou mesmo sem a autorização das agências
ambientais responsáveis. No caso do Aquífero Guarani, existe
importante extração de água tanto para as atividades agrícolas
de grande escala como também para o abastecimento público
de água.