A bacia hidrográfica do rio Paraná estende-se por uma área
formada por seis estados, além do Distrito Federal: Paraná,
Santa Catarina, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e
Goiás, equivalente a 10,3% do território nacional. O Paraná é o
oitavo maior rio do mundo, e o décimo maior do mundo em
vazão. Os seus principais afluentes situam-se no Cerrado e na
Mata Atlântica, nos quais o índice pluviométrico é elevado.
Além da bacia do rio Paraná, a bacia Platina ou do rio da Prata é
formada pela agregação de duas outras grandes bacias,
também originadas no território brasileiro: a do rio Paraguai e a
do rio Uruguai. A bacia do Paraguai tem as suas nascentes no
Mato Grosso e Uruguai. As águas da bacia do rio Paraná são
usadas de formas múltiplas ao longo de toda a extensão da
bacia. A bacia do rio Tietê, por exemplo, é responsável pelo
abastecimento da região metropolitana de São Paulo e de
importantes cidades do interior paulista, a bacia do Tietê tem
em seu curso usinas hidrelétricas e é usada como hidrovia,
condição que só é possível devido à existência de um conjunto
de eclusas, elevadores hidráulicos que permitem a transposição
de quedas naturais do rio.
Além da usina de Itaipu, a maior do Brasil e a segunda do
mundo, existem outras usinas relevantes, como as situadas nos
rios Paranaíba e Grande. A proximidade desses rios com as
regiões de maior concentração populacional e industrial fez com
que o alto potencial dessa bacia fosse historicamente
aproveitado. Um dos problemas ambientais que mais afligem os
rios dessa bacia é a falta de tratamento adequado do esgoto,
uma situação decorrente dos graves problemas de saneamento
básico do país. Outra questão que merece destaque é a
contaminação das águas por resíduos de agrotóxicos, uma
consequência do uso abusivo de defensivos agrícolas no Brasil
em um cenário de crescimento das atividades correlacionas ao
modelo agroexportador.
BACIA DO TOCANTINS-ARAQUAIA
A foz Tocantins-Araguaia, está localizada em Belém, no Pará,
não muito distante da foz do rio Amazonas. Ela drena uma
superfície que representa cerca de 11% do território nacional,
incluindo os estados de Goiás, Tocantins, Pará, Maranhão e
Mato Grosso, além do Distrito Federal. A vazão elevada é
assegurada pelas abundantes chuvas exis- tentes pelos climas
Tropical semiúmido e Equatorial, embora haja uma estação seca
nas regiões onde estão as nascentes.
A maior parte dos rios que compõem essa bacia estão localizados
em regiões nas quais há rápida expansão da fronteira agrícola, o
que gera problemas ambientais, como o desmatamento e a
queimada da vegetação do Cerrado, de modo a prejudicar a
dinâmica hidrológica que assegura uma rica rede de nascentes.
Além da irrigação, o Tocantins-Araguaia é usado para a navegação
fluvial, sendo um importante canal de escoamento de grãos para a
exportação, e para a geração de energia hidrelétrica. A beleza da
região na qual o rio escoa atrai potencial para o ecoturismo e
atividades como a pesca esportiva. Os projetos de
desenvolvimento econômico para essa região precisam levar em
consideração os interesses dos povos indígenas que, apesar de
habitarem o território há muito tempo, ainda lutam pela
demarcação de suas terras.