Refletir sobre a educação intercultural e bilíngue como política destinada às
comunidades indígenas
Entre os indígenas da região amazônica há uma grande
simpatia, pois estes são os primeiros a reclamar o
reconhecimento da diferença e uma educação que
contribua para o fortalecimento de sua identidade
Na região andina há vários setores que veem a
educação intercultural como uma educação que
discrimina e que reforça o preconceito, e há outros
que a consideram como uma estratégia do
capitalismo para invisibilizar os problemas sociais.
Escola Indígena no Estado de Roraima
Conta com 238 escolas no
Estado de RO
15.026 alunos matriculados
na educação básica
Professores
Cerca de mil profissionais da educação
entre professores, gestores e
coordenadores pedagógicos, sendo a
grande maioria indígena
Formação de Professores
Indígenas
O magistério indígena parcelado, no
final dos anos de 1990
O curso de Licenciatura Intercultural
Indígena pelo Instituto Insikiram de
Formação Superior Indígena da
Universidade Federal de Roraima -
UFRR, na década de 2000
Magistério Tamîkan no Centro Estadual
de Formação dos Profissionais da
educação de Roraima - CEFORR, no final
da década de 2010
Todos estes cursos trabalhavam com a
perspectiva da interculturalidade e eram
destinados apenas aos professores indígenas
Está restrita às licenciaturas
interculturais para indígenas, não sendo
discutida em outras licenciaturas.
O conceito de interculturalidade relaciona-se dois diferenciais: 1º - refere-se à
existência real de um contexto intercultural no qual habitam os povos
indígenas, e a escola seria o ambiente em que essa relação se concretizaria
através da interação entre a cultura “ocidental” e a cultura “indígena”. 2º -
Apontada no RCNEI, se refere à interculturalidade em termos de uma busca,
um projeto de futuro a ser construído pela escola a partir de alguns princípios
tais como, diálogo, relativização do conhecimento, apropriação crítica e
participação indígena, ou seja, uma interculturalidade de projeto.
DIFERENÇAS
INTERCULTURALIDADE FUNCIONAL
A interculturalidade funcional, segundo Tubino, é assumida como
estratégia para favorecer uma coesão social onde os grupos
socioculturais subalternos são assimilados à cultura hegemônica.
Favorecendo um maior diálogo entre os diferentes grupos e
estimulando a tolerância mútua. as relações de poder entre os
grupos não são colocadas em questão.
INTERCULTURALIDADE CRÍTICA
Já a interculturalidade crítica, trata de questionar as diferenças e
desigualdades que foram construídas ao longo da história entre os
diferentes grupos socioculturais; sejam esses grupos,
étnico-raciais, de gênero entre outros.
A interculturalidade aponta a construção de sociedades
que possam assumir as diferenças como constitutivas
da democracia e sejam capazes de construir relações
novas e verdadeiramente igualitárias entre os
diferentes grupos, e que de certa forma supõe
empoderar aqueles que foram historicamente
inferiorizados.
A interculturalidade é uma demanda por justiça
cultural que vem se formulando há séculos na
história social e intelectual da América Latina.
PARA FINALIZAR
No caso específico da escola em foco, entendemos que essa polifonia
apresentada pelos professores acerca dos adjetivos dados a
interculturalidade é de grande importância no fazer pedagógico da escola.
No entanto, é necessário que se chegue a um consenso por parte dos
mesmos, a fim de que se possam definir princípios norteadores da prática
pedagógica.
Concordamos com a autora
(CUNHA, 2009, p. 302) quando ela
afirma que tanto o conhecimento
tradicional quanto o científico
deveriam ser entendidos como
“formas de procurar entender e
agir sobre o mundo”, sendo,
portanto, “obras abertas,
inacabadas, se fazendo
constantemente”.
As hierarquiazações entre esses conhecimentos ou a desvalorização
dos saberes locais expressam as desigualdades socioculturais e as
dificuldades em alcançar as trocas entre grupos e conhecimentos,
portanto, de alcançar a interculturalidade.