Referência Bibliográfica:
BUENO, André. Tempo e História na China Antiga. NEArco, Revista Eletrônica de Antiguidade e Medievo. Dossiê. Páginas 25-43. Disponível em: http://www.neauerj.com/Nearco/arquivos/numero11/3.pdf. Acesso em: 27/09/2024.
Ciclo Natural: O tempo era visto como cíclico,
relacionado aos ciclos naturais das estações e eventos
astronômicos. Não havia uma preocupação com a
precisão cronológica no cotidiano, exceto para eventos
imperiais
Calendário Nongli (Agrícola): Estruturado em ciclos de
60 anos, com troncos celestes e ramos terrestres. Esse
sistema de periodização era complexo, envolvendo a
relação do tempo com fenômenos naturais.
Mandato do Céu: O tempo dinástico era delimitado pela
manutenção da ordem cósmica. A ascensão e queda das
dinastias seguiam um ciclo natural, onde os excessos
dos governantes resultavam na perda do Mandato do
Céu.
2. Escrita Histórica
Confúcio e as Primaveras e Outonos: Um dos primeiros
textos históricos, focado em uma cronologia básica,
mas com significados morais embutidos nas palavras.
Confúcio marcou o início de uma tradição de escrita
que atrelava a moralidade à história.
Sima Qian e as Recordações Históricas:
Considerado o fundador da historiografia chinesa
sistemática, Sima Qian introduziu a ideia de
periodização clara e registro preciso de eventos.
Seu trabalho organizava a história em anais,
biografias e cronologias.
Narrativa Atemporal: A língua chinesa não
distinguia claramente o tempo verbal,
exigindo do historiador o esforço de situar
eventos no tempo de forma explícita.
3. Recordações Históricas
História como Registro Moral: A
escrita da história tinha uma função
moralizante, refletindo os valores da
sociedade e servindo de exemplo para
as gerações futuras.
Ação Humana e Ordem Natural: As
dinastias eram julgadas por sua
capacidade de manter a harmonia entre
a ordem natural e social. A história
documentava essas ações e avaliava
criticamente as transgressões.
Memória Cultural e Dinâmica Cíclica: A
história preservava a memória cultural da
China, e as obras de Sima Qian, entre
outros, garantiram que os eventos fossem
entendidos dentro de uma sequência
moral e cósmica.