A definição de critérios ergonômicos do Instituto Nacional de Pesquisa em Controle e Ciência da Computação é parte de um projeto para desenvolvimento de métodos e ferramentas que incorporem fatores humanos ao processo de criação e avaliação de interfaces.
CRITÉRIOS ERGONÔMICOS PARA A INTERAÇÃO HUMANO-COMPUTADOR (IHC) podem ser divididos em 4 conjuntos principais: Condução, Carga de Trabalho, Controle explícito e Adaptabilidade
CONDUÇÃO
Nota:
Condução (ou direcionamento): refere-se às diferentes formas de orientar, informar, instruir e guiar os usuários ao longo das interações com o computador. A preocupação com o direcionamento dos usuários está presente quando o projetista da interface define, por exemplo, mensagens, avisos sonoros e rótulos.
Presteza
Nota:
preocupa-se em ajudar os usuários para que não tenham de memorizar uma série de comandos, por exemplo.
Agrupamento/distinção
Nota:
considera a localização e o formato dos itens, de modo a indicar a relação entre os diferentes itens exibidos e definir, por exemplo, se eles pertencem a uma mesma classe.
Por localização
Nota:
avalia a organização de elementos dentro de um determinado grupo. A condução é facilitada quando há a preocupação com a distinção por formato.
Por formato
Nota:
está relacionado às características gráficas que indicam se um item pertence a um determinado grupo.
Feedback imediato
Nota:
avalia as respostas da aplicação às ações dos usuários, que variam de simples entradas digitadas a transações mais complexas. Seja qual for a ação, é preciso fornecer feedback rápido e consistente ao usuário.
Legibilidade
Nota:
relaciona-se às características lexicais das mensagens exibidas nas interfaces e aos aspectos visuais dessas informações, como fonte, tamanho, cor, espaçamento entre palavras etc.
CARGA DE TRABALHO
Nota:
refere-se a todos os elementos da interface responsáveis por corroborar a redução da carga de processamento perceptual e cognitiva do usuário e o aumento da eficiência dos diálogos com as interfaces. Isso significa que quanto menos etapas uma determinada ação tiver, mais rápidas serão as interações.
Brevidade
Nota:
O objetivo desse critério é limitar o esforço envolvido na leitura e na digitação, bem como reduzir a quantidade de etapas envolvidas em uma determinada ação.
Concisão
Nota:
avalia a carga de trabalho envolvida nas entradas e saídas individuais. A ideia é que quanto mais curtas forem as entradas, menor será a probabilidade de ocorrência de erros. Além disso, quanto mais curtos forem os itens e as mensagens exibidas nas interfaces, menor será o tempo demandado em sua leitura.
Ações Mínimas
Nota:
preocupa-se em limitar o máximo possível os passos que os usuários devem percorrer para chegarem a seu objetivo final.
Densidade informacional
Nota:
relaciona-se à carga de trabalho perceptual e cognitiva envolvida no processamento do grupo de informações exibidas nas interfaces como um todo, e não de cada elemento ou objeto. Quando a densidade informacional é muito alta, ou seja, quando há muitas informações na interface, o desempenho dos usuários diminui. Se a interface abusar da carga de memória do usuário, faz com que ele tenha de processar muitas informações até encontrar o que procura de fato.
CONTROLE EXPLÍCITO
Nota:
envolve tanto o processamento, pela aplicação, das ações do usuários quanto o controle que o usuário mantém sobre o processamento de suas solicitações. Quando a aplicação permite que o usuário defina suas entradas e as mantenha sob sua responsabilidade, a probabilidade de erros é minimizada. Entretanto, o mais importante é que o usuário deve sentir que mantém o controle sobre as interações, e não que está recebendo suas ordens e não pode contestá-las.
Ações explícitas
Nota:
sugere que somente sejam processadas pela aplicação as ações explicitamente solicitadas pelo usuário. Sendo assim, o usuário compreende e aprende melhor a aplicação e seu funcionamento.
Controle do usuário
Nota:
a ideia é que o usuário deve-se manter no controle da aplicação durante todos os momentos, inclusive ao longo do processamento. Isso significa que a ele deve ser permitido interromper, cancelar, pausar e continuar quaisquer que sejam as ações em curso.
ADAPTABILIDADE
Nota:
refere-se a sua facilidade de adaptação ao contexto e de adequação às exigências e preferências do usuário. Como nunca é possível agradar a gregos e a troianos, é preciso que as interfaces estejam preparadas para se adaptar e, assim, reduzir a possibilidade de efeitos negativos sobre seus usuários.
Flexibilidade
Nota:
leva em consideração os meios disponibilizados pela aplicação para a customização da interface, conforme as exigências dos usuários.
Experiência do usuário
Nota:
considera a proficiência dos usuários no uso da aplicação. Usuários experientes têm necessidades e expectativas diferentes de usuários novatos. Há uma maior preocupação em termos de auxílio nas interações para os novos usuários, enquanto para usuários experientes podem gostar de utilizar atalhos para acesso às tarefas mais comumente utilizadas.
GESTÃO DE ERROS
Nota:
envolve a prevenção ou redução de erros e a recuperabilidade quando esses erros ocorrem.
Proteção contra erros
Nota:
sugere que a aplicação deve ser capaz de antecipar os possíveis erros dos usuários e prevenir que aconteçam.
Qualidade das mensagens de erro
Nota:
corrobora o aprendizado da aplicação pelo usuário, pois é um momento em que sua atenção está voltada para o que o sistema tem a lhe dizer. Esteja atento a sua relevância e à especificidade no que diz respeito à natureza do erro e às medidas necessárias para corrigi-lo.
Correção de erros
Nota:
erros são menos problemáticos e traumáticos quando é possível recuperar-se deles com certa facilidade. Correção de erros envolve as medidas tomadas após a detecção de um erro pela aplicação.
CONSISTÊNCIA
Nota:
avalia as escolhas da interface em termos de aparência e procedimentos. Quando os contextos são semelhantes, é preciso que se adote um padrão que seja mantido ao longo das diferentes interfaces da aplicação. Por outro lado, quando novos contextos são acionados, é necessário que se modifique esse padrão. A falta de consistência aumenta a carga de trabalho e pode ser responsável pela rejeição da aplicação por parte do usuário.
SIGNIFICADO DE CÓDIGOS
Nota:
avalia a relação existente entre um termo ou uma representação gráfica e seu significado.
COMPATIBILIDADE
Nota:
engloba três aspectos principais: usuário, a tarefa e o ambiente. Envolve, também, a adoção de padrões em termos do tipo de aplicação que se desenvolve. Por exemplo: apesar de os disquetes já terem caído em desuso há muito tempo, os aplicativos do MS Office continuam utilizando o desenho de um disquete como ícone para o botão Salvar.