TEORIA DO ESPELHO (tentativa
de "teoria" mas era mais um
entendimento sobre a profissião,
do final do século XIX)
A realidade determina como as notícias são = um espelho da realidade
jornalista como profissional desinteressados,
mediadores que 'reproduzem' o acontecimento da
notícia
A realidade é fator determinante do conteúdo noticioso,
mas não é suficiente para explicar o trabalho jornalístico
Teoria da ação pessoal ou Gatekeeper
(primeira teoria, David White da década de
50)
As NOTÍCIAS como um PRODUTO das PESSOAS e das suas
INTENÇÕES (avança no viés psicológico)
se baseia no conceito de 'seleção', minimizando
outras DIMENSÕES do processo de produção de
notícia, uma VISÃO LIMITADA do processo de
produção de notícias
Pesquisadores refutaram essas pesquisas afirmando que os fatores determinantes
para a escolha de notícias são amplas, como organizacional, as normas profissionais e
forças sociais, não razões subjetivas
TEORIA ORGANIZACIONAL (década
de 50)
ênfase para a CULTURA ORGANIZACIONAL que
considera a POLÍTICA EDITORIAL da organização, as
NORMAS importam mais para o jornalismo do que as
CRENÇAS PESSOAIS
essa atmosfera é proporcionada até
mesmo porque determinar regras tão
explicitas vai de encontro à independência
e liberdade jornalística
6 FATORES QUE
PROMOVEM
CONFORMISMO COM A
POLÍTICA EDITORIAL
2) Sentimento de obrigação e estima com
superiores
1) Autoridade institucional e
sanções
3) Aspiração para subir de cargo
4) Ausência de conflito na redação e o
sindicato não implica
5) O prazer dos jornalistas pela
atividade (o que não faz implicar
muito)
6) Valor da notícia - preferem não perder tempo enfrentando
políticas editoriais em respeito à produção da notícia tanto dos
jornalistas quanto dos diretores
A relação dinâmica permite uma certa liberdade
para os jornalistas, o que explica o conformismo
com as políticas editoriais que podem ser
ultrapassados
A fonte de RECOMPENSAS está nos colegas e superiores (não nos leitores), a linha
editorial geralmente é seguida (mas há certa LIBERDADE no trabalho), o jornalista
REDEFINE os seus VALORES (em vez de aderir a ideias sociais e profissionais)
A fonte de RECOMPENSAS está nos colegas e superiores (não nos
leitores), a linha editorial geralmente é seguida (mas há certa LIBERDADE
no trabalho), o jornalista REDEFINE os seus VALORES (em vez de aderir a
ideias sociais e profissionais)
Predominância da DIMENSÃO ECONÔMICA, que
enfatiza a NOTÍCIA como um PRODUTO que deve
VENDER
Percebe como EMPRESA JORNALÍSTICA então
considera variáveis que podem intervir no seu
FUNCIONAMENTO 1) O papel do diretor 2)
Tamanho da empresa que influencia na
ESPECIALIZAÇÃO e AUTONOMIA dos jornalistas e
na dinâmica COMUNICACIONAL )
As notícias são resultado de processos de
INTERAÇÃO SOCIAL que têm lugar dentro da
EMPRESA JORNALÍSTICA
Reconhece que o trabalho do jornalista está inserido em uma
CADEIA ORGANIZACIONAL, está sujeita a constrangimentos
de uma EMPRESA, fazendo o trabalhador evitar SANÇÕES
para seguir com a CARREIRA profissional
as notícias são PRODUTOS que devem VENDER
(obedecem a uma dimensão mercadológica)
Teoria da ação política (anos 70, estudos da PARCIALIDADE.
Forte apelo ideológico: qual o PAPEL SOCIAL das notícias?
Interesse pelos estudos de
objetividade/parcialidade, já que são
conceitos associados ao papel do
jornalismo
os media são visto de forma INSTRUMENTALISTA, ou seja
servem diferentes interesses políticos
As notícias são DISTORÇÕES
sistemáticas que servem os
INTERESSES de certo agentes sociais
que UTILIZAM as notícias na
projeção da sua visão de mundo
A versão da DIREITA (que vê o jornalista com PAPEL
ATIVO de seus valores no produto jornalístico)
A versão da ESQUERDA (que vê o jornalismo apenas como
uma peça, o conteúdo das notícias são determinados ao
NÍVEL EXTERIOR, baixa importância do indIvíduo e da
organização, valorizando mais o contexto
MACROECONÔMICO
as NOTÍCIAS são determinadas por PROPRIEDADES ESTRUTURAIS
dos media, principalmente com os NEGÓCIOS e o GOVERNO
PROPAGANDA FRAMEWORK 1º o interesse é crucial 2º acontecimentos são
encarados como campanhas publicitárias
Esta teoria tem visão DETERMINISTA e INSTRUMENTALISTA do funcionamento do campo
jornalístico, ignora por exemplo a autonomia e distancia dos jornalistas dessas grandes
instâncias de poder.
TEORIAS CONSTRUCIONISTAS (década de 70, virou uma moda)
as notícias são uma CONSTRUÇÃO da realidade, como estórias, que tem sua VALIDADE,
mas não admite a possibilidade de serem um espelho da realidade.
abres espaço para compreender a DIMENSÃO CULTURAL das
notícias
Apontam razões para a notícia ser uma construção: 1)
PROXIMIDADE entre realidade e os meios de comunicação 2) A
linguagem NEUTRA é IMPOSSÍVEL 3) a ESTRUTURA dos meios de
comunicação influenciam na produção de notícias (ex.:
orçamento, aspectos organizativos)
Abordagem ETNOGRÁFICA, de observação dos profissionais, trouxe 3
benefícios 1) percebe a importância do networking entre JORNALISTAS e a
CONEXÃO CULTURAL da comunidade profissional 2) Reconhecer que as
ROTINAS são cruciais 3) contraponto às teorias INSTRUMENTALISTAS
Consideram as formas LITERÁRIAS e NARRATIVAS da notícia, avaliando o
ENQUADRAMENTO, o uso da PIRÂMIDE INVERTIDA, exemplos de como a NOTÍCIA
CONSTRÓI o acontecimento e a realidade
Os ACONTECIMENTOS são um ponto de partida para a
CONSTRUÇÃO DE ENQUADRAMENTOS midiáticos.
reflete sobre as CONSEQUÊNCIAS SOCIAIS que resultando dos
processos e procedimentos utilizados pelos jornalistas
TEORIA ESTRUTURALISTA (década de 70,
influencia marxista e tem perspectiva
CULTURALISTA)
as notícias são um PRODUTO SOCIAL resultante de vários
fatores
a organização burocrática (fator sociológico estrutural) - considera os fatores
ORGANIZACIONAIS para influenciar o trabalho do jornalista
estrutura dos VALORES NOTÍCIA e a prática e a IDEOLOGIA dos jornalistas (fator
sociológico PESSOAL) que começam a estruturar o processo de produção da notícia
produção de identificação e contextualização na construção da notícia (fator cultural e individual)
o PAPEL IDEOLÓGICO dos media se dá pq eles
definem QUAIS acontecimento que ocorrem e
oferecem interpretações de COMO COMPREENDER
esses acontecimentos, definindo a "ideologia
dominante"
DEFINIDORES PRIMÁRIOS - estabelecem os a definição ou interpretação primária
do acontecimento, os media REPRODUZEM as definições de quem tem o acesso
privilegiado. é uma estrutura UNIFORME, ATEMPORAL e IMUTÁVEL.
A relação estabelecida entre
DEFINIDORES PRIMÁRIOS e
jornalistas é unidirecional, não
há um processo de negociação.
ESTRUTURALISTA E INTERACIONISTA consideram que notícias
são CONSTRUÇÕES, porém a estruturalista ignora o papel ,
as negociações com o jornalista
TEORIA INTERACIONISTA (década de 70 tbm, parece com a
estruturalista, mas dá ênfase ao processo de produção da notícia)
as notícias são um PRODUTO cuja MATÉRIA PRIMA são os
acontecimentos, que passam por processo de PERCEPÇÃO, SELEÇÃO
e TRANSFORMAÇÃO. fruto da INTERAÇÃO SOCIAL entre jornalistas e fontes e entre próprios jornalistas
o fator TEMPO somado ao fato de que os acontecimentos podem se dar em QUALQUER
PARTE ou MOMENTO, cria a necessidade de impor ordem, SELECIONAR o que é NOTICIÁVEL (a REDE NOTICIOSA de Tuchman)
ORDEM NO ESPAÇO por
1) GEOGRAFIA 2)
ESPECIALIZAÇÃO
INSTITUCIONAL
3)ESPECIALIZAÇÃO
TEMÁTICA
ORDEM NO TEMPO leva em consideração os fatores 1)
EMPRESA JORNALÍSTICA 2) lista de acontecimentos PRÉVIOS 3)
valor do IMEDIATISMO
o imediatismo causa consequências dando ênfase aos
ACONTECIMENTOS ATUAIS (ao invés da PROBLEMÁTICA) são enterrados na TEIA DE FATICIDADE
TEIA DE FATICIDADE = LEAD (modo como os acontecimentos são observados no espaço e no tempo)
também chamada de teoria
etnoconstrucionista
encara o processo de produção da notícia como
PROCESSO INTERATIVO com DIVERSOS AGENTES
SOCIAIS que NEGOCIAM sentidos
Promotores de notícia (criam o acontecimento)
News assemblers - transformam o acontecimento em notícia
CONSUMIDORES de notícia
para uma ocorrência virar um acontecimento é
necessário que pelo menos DUAS PARTES sejam
interessadas = NECESSIDADES DE
ACONTECIMENTO
o acesso ao campo se dá para dizer 1) O QUE É
Noticiável e 2) QUAL O ENQUADRAMENTO (como
deve ser noticiado)
Considera 1) A REALIDADE como aspecto
manifesto 2) as INTERVENÇÕES institucionais 3)
a importância da NARRATIVA 4) VALORES
NOTÍCIA 5) qualidade das FONTES
CONCEITOS IMPORTANTES DA TEORIA INTERACIONISTA
Acesso ao campo jornalístico (campos) se dá de 3 modos:
1) HABITUAL (de
instituições ou pessoas
'importantes')
2) DISRUPTIVO (anti-rotina,
acesso dos menos
poderosos)
3 - DIRETO (dos próprios
jornalistas que podem
determinar ocorrências)
A REDE NOTICIOSA (conceito de Tuchamn)
Como uma rede de pesca os media jogam uma rede para
"pescar" acontecimentos, mas a partir do TEMPO e ESPAÇO
que determina o que será notícia ou não. Pode ser
considerado algo como conceito de NOTICIABILIDADE
A chave para construção da rede noticiosa é: a sua
FORMAÇÃO e como os JORNALISTAS estão DISTRIBUÍDOS
Critérios de avaliação de fontes 1) CREDIBILIDADE 2) PRODUTIVIDADE 3) AUTORIDADE
1) CREDIBILIDADE -
aquela que dá
informações críveis,
geralmente fontes
oficiais (por isso
reproduz o discurso
dominante)
2) PRODUTIVIDADE - pelo fator de
produção o jornalista dará
prioridade aquela fonte
bacaninha, que já tem dados e
pah... Geralmente fontes
institucionais
3) AUTORIDADE - vale mais
a posição de poder que
ocupa do que
necessariamente o que ele
sabe
fontes estáveis, regulares e institucionais acabam por ser preferidas pelos jornalistas
A rotina do trabalho jornalístico -
modo de controlar o trabalho
é preciso DOMINAR TÉCNICAS DA ESCRITA e dominar o SABER DE PROCEDIMENTO. Cria-se
rotina para dominar o trabalho, ter fontes no bolso, assuntos rotineiros para cobrir. etc
Jornalismo e poder
a ROTINIZAÇÃO leva à dependência das FONTES OFICIAIS - defendendo o
status quo mas também atuando como o QUARTO PODER
A comunidade jornalistica (identidade profissional)
fator importante para troca de SABERES, CRENÇAS, que
determinam O QUE É notícia e COMO ela será produzida
séc XVIII - cunho POLÍTICO
séc XIX - expansão do
modelo econômico PENNY
PRESS (informação não
propaganda) séc XX -
profissionalização e papel
social na democracia
A LIBERDADE legitima a nova fase do jornalismo, em
sua luta pela DEMOCRACIA , pois surge num contexto
de conquistas de DIREITOS fundamentais.
A legitimidade jornalística está na teoria democrática, que cria a figura do "QUARTO
PODER", se colocando como a voz da OPINIÃO PÚBLICA e vigilantes do poder
EXPANSÃO DA IMPRENSA (inicio do sec 19): Surgimento da penny press, a adoção
da 'informação' como foco da notícia, afastamento das questões partidárias. O
novo jornalismo surge como defensora da liberdade de expressão, dos ideais
democráticos e defende o direito de informar os cidadãos e o dever de vigiar o
governo. Populariza a ideia de 'QUARTO PODER'
COMERCIALIZAÇÃO: se aproveitam desses 'ideais' para conseguirem vender
mais e utilizam a 'imparcialidade' para vender para diferentes pessoas. Passa a
imperar um lógica mais de mercado do que política.
A PROFISSIONALIZAÇÃO (fim do séc 19-20) trouxe aspectos importantes para legitimar o
jornalismo. Os profissionais envolvidos reivindicam uma autoridade sobre o
CAMPO, definem O QUE É NOTÍCIA, determinam as regras do jogo. Surgem
novos práticas (entrevista, pirâmide invertida, lead...) e narrativas (investigativo, reportagem,
descrição de aspectos do acontecimento...)
O que é o
jornalismo?
O papel central do jornalismo, na TEORIA DEMOCRÁTICA, informar o público sem censura.
Informar os cidadãos e responsabilidade de vigiar o governo
Há uma autonomia relativa do jornalismo, mas é uma atividade altamente
condicionada
Fator tempo
Fator organizacional (é uma
empresa)
Agentes sociais externos. Os profissionais interagem
1) entre si, 2) a sociedade e 3) agentes que querem
mobilizar notícias
Autor usa Bourdieu, pois
pensa como CAMPO
JORNALÍSTICO: um lugar
relativamente autônomo
em relação a outros
campos, em que jogadores
disputam o poder pela
notícia e os especialista
reivindicam a autoridade
pelo campo
Polo intelectual: a ideologia e
a cultura profissional
Pólo econômico: fator
comercial
A importância do polo político diminuiu após a
mudança de perspectiva, passando do jornalismo
partidário para o mercadológico
Traquina FINALIZA o livro chamando a atenção para as transformações ligadas às
inovações tecnológicas e vê no caso da internet a ACELERAÇÃO da processo de
produção de notícias, a DISPUTA mais evidente e plural sobre o que é o
jornalismo e a GLOBALIZAÇÃO das notícias e audiências
PROFISSIONALIZAÇÃO
que teve efeitos na
PRÁTICA jornalistica
Profissão historicamente precarizada e pouco prestigiada. O fortalecimento, por meio de
associações e sindicatos, visavam impor um STATUS social e profissional, até para proteção
dos trabalhadores, que eram explorados. Além de impor a AUTORIDADE profissional
Surgimento do ENSINO universitário, onde adota-se uma
atitude mais METÓDICA para o texto jornalística
Desenvolvimento dos códigos DEONTOLÓGICOS: esse sistema de regras e
deveres institucionalizados agregou à ideia da identidade profissional
A figura do repórter, dedicados ao jornalismo, contribui para
afirmação do jornalismo como profissão no fim do século XIX
Cinco atributos de uma profissão:
1) Teoria 2) Autoridade
profissional 3) Reconhecimento
social da sociedade 4) Código ético
5) Cultura profissional
O jornalismo falhou em delimitar o CAMPO
de trabalho, mas definiu uma IDENTIDADE
profissional ligada a PAPÉIS sociais
claramente definidos
O que é notícia?
Uma construção social, resultado de inúmeras INTERAÇÕES entre
diversos AGENTES SOCIAIS [que pretendem MOBILIZAR as
notícias] e os PROFISSIONAIS DO CAMPO [que reivindicam o
monopólio do saber] (o autor considera a teoria interacionista e
dá mais ênfase a ela no livro)
Polo ideológico ou pólo intelectual
O ETHOS jornalístico/ a IDENTIDADE
jornalística é formado por uma série
de valores, crenças, representações e
símbolos claramente definidos
Faz parte desse ethos, o cumprimento de papéis
sociais definidos, baseados nos preceitos
democráticos e de liberdade
Liberdade POSITIVA : Equipar
os cidadãos com
ferramentas/informações
para o exercício da
CIDADANIA
Liberdade NEGATIVA: ser GUARDIÃO dos
cidadãos, proteger de eventuais
abusos de poder
VALORES E NORMAS PROFISSIONAIS
LIBERDADE (e sua ligação com a
vocação democrática da
'liberdade de expressão')
INDEPENDÊNCIA E
AUTONOMIA em relação aos
outros agentes sociais
CREDIBILIDADE: fruto da apuração que dá a
exatidão da informação e o público "acredita e
permite" que os jornalistas continuem fazendo
seu trabalho
VERDADE COMO VALOR CENTRAL
RIGOR, exatidão, honestidade, etc
OBJETIVIDADE
não como negação da SUBJETIVIDADE, mas como
reconhecimento de sua inevitabilidade
um VALOR que virou IDEOLOGIA criando uma
fidelidade às REGRAS e a uma SÉRIE DE
PROCEDIMENTOS para NEUTRALIZAR CRÍTICAS
Traça MÉTODOS, benéfico pela exigência da
RAPIDEZ, contribuindo com uma PADRONIZAÇÃO (ex: lead)
Serve como modo de LEGITIMAÇÃO de sua
"imparcialidade", da distância e da credibilidade