MECANISMOS DE RESISTÊNCIA BACTERIANA A
ANTIBIÓTICOS NA INFECÇÃO URINÁRIA
SOBRE A INFECÇÃO
As infecções do trato urinário são destacadas
pela presença de micro-organismo patogênico
em algum local das vias urinárias. São
consideradas as infecções bacterianas mais
comuns.
São iniciadas frequentemente por uma
inflamação na uretra ou uretrite.
No mundo ocorre cerca de 150 milhões de casos
de ITU’s sintomáticas a cada ano.
Os maiores responsáveis pelas ITU’s são as
bactérias Gram-negativas principalmente a
Escherichia coli, seguidas das demais
Gram-negativas como Klebsiella, Enterobacter,
Acinetobacter, Proteus e Pseudomonas.
As mulheres são mais vulneráveis aos episódios de
ITU’s, devido a uretra ser menor que 5
centímetros de comprimento.
Existem fatores que aumentam o risco de ITU, como: o ato sexual, a gestação e o
número de gestações, diabetes (apenas no sexo feminino) e a higiene deficiente,
idade avançada, nascimento prematuro, entre outros.
MECANISMOS DE RESISTÊNCIA BACTERIANA
O monitoramento da resistência e o estudo do perfil de sensibilidade
das bactérias patogênicas podem evitar o erro terapêutico e o
desenvolvimento de multirresistência bacteriana pelo uso
indiscriminado de antibióticos
Tipos de resistência
Processo evolutivo
O aparecimento de bactérias
resistentes a antibióticos pode
ser considerado como uma
manifestação natural regida
pelo princípio evolutivo da
adaptação genética de
organismos a mudança no seu
meio ambiente.
Bactéria
E.coli
pode
se
duplicar
em
20
minutos,
onde
há
possibilidade
de
serem
produzidas
muitas
gerações
em
apenas
algumas
horas.
Ausência de sitio específico para a atuação do fármaco
Bactérias são
naturalmente
resistentes à
determinados
agente microbiano
Resistências intríncecas
Algumas
bactérias
possuem
membrana
celular
impermeável
aos
fármacos,
consequentemente
o
antibiótico
não
consegue
alcançar
o
sítio
de
atuação
Resistência adquirida
Uma bactéria
anteriormente sensível a
determinado fármaco,
vem a se tornar
especificamente
resistente a esse fármaco,
portanto, o antibiótico
não pode alcançar o sítio
de ação.
Mutação cromossomal
A modificação da
estrutura da
membrana celular,
pode alterar a
permeabilidade da
membrana. Para
penetrar em uma
célula bacteriana, o
fármaco deve ser
capaz de atravessar a
parede e a membrana
celular.
Bombas de resistência
Permite a célula bombear
o fármaco para fora da
célula, antes que ele
possa danificar ou
matá-la. Os genes que
codificam essas bombas
estão frequentemente
localizados em
plasmídeos que as
bactérias recebem
durante a conjugação.
A destruição do antibiótico através de enzimas que catalisam
a degradação ou modificam grupos funcionais,
farmacologicamente importantes presentes em sua
estrutura, pode ser citada como outro mecanismo de
resistência da E.coli
PRINCIPAIS MICRO-ORGANISMOS ENVOLVIDOS
Os maiores responsáveis pela ITU são as bactérias Gram-negativas
entéricas. (Relacionadas ao intestino).
A Escherichia coli é a bactéria identificada em maior porcentagem,
cuja prevalência varia de 54 e 81% (tanto no meio hospitalar quanto
na comunidade).
A Klebsiella pneumoniae é frequente em infecções urinárias, assim
como outras bactérias do grupo das Enterobacteriaceae, como
Enterobacter e Acinetobacter. Pseudomonas aeruginosa.
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
Os exames mais utilizados para fins diagnósticos são os qualitativos, representado
pelas fitas reagentes.
Análise quantitativa, realizada através do sedimento urinário, com a realização do
exame microscópico.
Outro exame habitualmente utilizado é a urocultura, que na maioria dos casos
fornece o agente causador da infecção. Após a urocultura, realiza-se o
antibiograma que fornecerá os antimicrobianos úteis a serem prescritos.
Exames por imagem (É a forma é mais utilizada nos casos de ITU complicada). Os mais
importantes para o diagnóstico são: o ultrassom, urografia excretora, uretrocistografia
miccional, cintilografia.
TRATAMENTO E PROFILAXIA
O conhecimento do local da resistência bacteriana é muito importante na
orientação da escolha dos antibióticos para tratamento dos pacientes.
Na maioria das infecções do trato urinário identificadas é prescrito
antibiótico.
Quando se trata do primeiro episódio de ITU adquirida fora do ambiente
hospitalar, a prescrição é de sulfonamidas . As sulfonamidas agem por inibição
da síntese dos ácidos nucléicos, impedindo a multiplicação bacteriana. O uso
simultâneo de sulfonamidas com trimetoprima resulta na inibição das etapas
metabólicas sequenciais e possível sinergismo antibacteriano .
Quando se trata de cistite não complicada, as quinolonas ácido nalidíxico, ácido
pipemídico, norfloxacina, ciprofloxacina, lomefloxacina, ofloxacina e
pefloxacina), podem ser prescritas, pois, seu modo de ação envolve a inibição da
síntese bacteriana de DNA.