O gênero lírico

Define-se, portanto, como aquele em que uma voz particular - o eu lírico - manifesta a expressão do mundo interior, ou seja, fala de sentimentos, emoções e estado de espírito.
As primeiras manifestações líricas
1. No início, os poemas líricos eram cantados, geralmente acompanhados pela lira, um instrumento musical de cordas. Foi do nome desse instrumento que derivou a denominação do gênero literário como lírico.
Formas da lírica
1. A elegia: poema surgido na Grécia Antiga que trata de acontecimentos tristes muitas vezes enfocando a morte de um ente querido ou de alguma personalidade pública.
2. A écloga: poema pastoril que retrata a vida bucólica dos pastores, em um ambiente campestre. Muito desenvolvido entre os séculos XVI e XVIII.
3. A ode: poema também originado na Grécia Antiga que exalta valores nobres, caracterizando-se pelo tom de louvação.
4. O soneto: poema de 14 versos, organizados em duas estrofes de quatro versos (quartetos) e duas estrofes de três versos ( tercetos).
  1. As duas primeiras estrofes do soneto apresentam o desenvolvimento do tema e as duas últimas, sua conclusão.
Recursos poéticos
1. Quando lemos um texto, a nossa atenção costuma se voltar para o sentido das palavras. Ao fazer isso, analisamos seu aspecto semântico.
  1. As palavras, porém, também têm uma sonoridade muito explorada pela literatura. Essa sonoridade é a base para a construção de recursos poéticos, como o ritmo, o metro e a rima.
    1. Ritmo pode ser definido como um movimento regular, repetitivo. Na música,é a sucessão de tempos fortes e fracos que estabelece o ritmo. Na poesia, ele é marcado principalmente pela alternância entre acentos (sílabas átonas/tônicas) e pausas.
    2. Metro é o número de sílabas métricas de um verso. A contagem dessas sílabas chama-se metrificação. Quando contamos as sílabas de um verso, não devemos considerar as que ocorrem após a última sílaba tônica do verso.
    3. Rima é a coincidência ou a semelhança de sons a partir da última vogal tônica no fim dos versos.
Aspectos estruturais da poesia
1. As estrofes costumam ser nomeadas a partir do número de versos que apresentam.
  1. A estrofe é um dístico quando tem dois versos; é terceto quando tem três versos; é quarteto ou quadra quando tem quatro versos; é quinteto ou quintilha quando tem cinco versos; é sexteto ou sextilha quando tem seis versos; é sétima ou septilha quando tem sete versos; oitava quando tem oito versos; novena ou nona quando tem nove versos; décima quando tem dez versos.
2. Alguns metros, por serem muito comuns, recebem nomes especiais.
  1. O metro é conhecido como redondilha menor por ter cinco sílabas métricas; redondilha maior quando tem sete sílabas métricas; decassílabo quando tem dez sílabas métricas; alexandrino ou dodecassílabo quando tem doze sílabas métricas.
Rimas podem ser classificadas quanto à sua natureza e quanto à sua colocação.
1. Natureza das rimas: As rimas são pobres quando as palavras rimadas pertencem a uma mesma classe gramatical.
  1. São ricas quando as palavras rimadas pertencem a classes gramaticais diferentes.
2. Disposição das rimas no poema
  1. Emparelhadas ou paralelas: os versos rimam dois a dois.
  2. Intercaladas, interpoladas ou opostas: os versos dos dois extremos rimam entre si, e os do meio também, com rimas diferentes.
  3. Cruzadas, entrecruzadas ou alternadas: as rimas se revezam nos versos de uma mesma estrofe.
  4. Encadeadas: rimas em que o fim de um verso coincide com o interior do verso seguinte.
  5. Misturadas: as rimas não se enquadram em nenhum dos esquemas apresentados.
  6. São brancos os versos que não possuem rimas.

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