Cada geração legue à seguinte o somatório
de três tipos de capital (Capital, Capital
Natural/Ecológico e Capital Humano/Social)
"Forte"
Destaca a obrigatoriedade de
que pelo menos os serviços do
"capital natural" sejam
mantidos constantes.
Rio-92
(Agenda 21)
“Princípios de
Bellagio” (1996)
LAWN, P. (Ed.) Sustainable
Development Indicators
in Ecological Economics.
Cheltenham, UK: Edward
Elgar, 2006.
IISD - International Institute for Sustainable Development. Bellagio
Principles, Winnipeg, IISDnet, 2000. Disponível em:
<http://www.iisd.org/measure/principles/progress/bellagio.asp> [ Links ].
Livro Os novos
indicadores de
riqueza
Jean Gadrey &
Florence
Jany-Catrice
(2006)
Exibe três gráficos que ilustram bem os
declínios relativos do bem-estar
sustentável por habitante entre 1974 e
1990, nos Estados Unidos, no Reino Unido
e na Suécia.
Recomendações ao governo da Nova Zelândia
PATTE RSON, M. G. Headline Indicators for Tracking Progress to Sustainability in New Zealand.
Wellington: Ministry for the Environment, 2002.
PATTE RSON, M. G. Selections headline indicators for tracking progress to sustainability in a nation
state. In: LAWN, P. (Ed.) Sustainable Development Indicators in Ecological Economics. Cheltenham,
UK: Edward Elgar, 2006. p.421-48.
Dimensão Social
"New Zealand Deprivation Index"
Dimensão Ambiental
Um novo índice composto a ser
construído, que cobrisse todos os
aspectos do ambiente biofísico e
do funcionamento ecológico
Dimensão Econômica
Indicador de Progresso Genuíno (GPI)
O ANCESTRAL COMUM DE
1972
Inicio do debate científico sobre indicadores de sustentabilidade
Trata-se do capítulo “Is growth obsolete?”, publicado em 1972 por
William D. Nordhaus e James Tobin, no quinto volume da série
Economic Research: Retrospect and Prospect, do National Bureau
of Economic Research (NBER), dos Estados Unidos.
Discussão sobre a hipotética
obsolescência do crescimento
econômico
A frase do Ecólogo Paul Ehrlich é citada nesse artigo visto como "seminal":
"Devemos adotar um estilo de vida que tenha como objetivo o máximo de
liberdade e felicidade para o indivíduo, não um máximo Produto Nacional Bruto
(PNB).
Alvos das críticas contidas nesse artigo são: A
sociedade afluente, de John Kenneth Galbraith (1958) e
The cost of economic growth, de Ezra J. Mishan (1967)
Foi a questão da qualidade das medidas
usadas para avaliar o crescimento
econômico que acabou tendo muito mais impacto
intelectual, tornando esse trabalho a
primeira referência obrigatória de
qualquer reflexão sobre indicadores de
sustentabilidade
Chegaram à construção de uma "Medida de
Bem-estar Econômico", ou MEW na sigla em inglês,
que é uma medida de consumo em vez de produção.
O autores do artigo introduzem a ideia de um nível de
consumo per capita que não excede a tendência de
aumento da produtividade do trabalho, chamado pelos
autores de "sustentável". Para eles, se o consumo per
capita exceder esse nível dito "sustentável", significa que
ele está avançando sobre parte dos frutos do progresso
futuro.
Os autores não incluíram estimativas de nenhum dano
ambiental ou depleção de recursos naturais nos
cálculos do que chamaram de "MEW-S": "Medida de
Bem-estar Econômico Sustentável".
O adjetivo "sustentável" surgiu com essa publicação
de Nordhaus & Tobin. No entanto, só começou a ser
usado nos debates internacionais sete anos depois
(1979). Aliás, só foi amplamente divulgado a partir de
1987, como a publicação do relatório "Nosso futuro
comum", da Comissão Brundtland, e consagrado
somente em 1992, com a célebre Conferência do Rio.
Em 1971, Wilfred Beckerman iniciou o debate
sobre obsolescência do crescimento
econômico com o seu artigo "Why we need
economic growth?", na Lloyds Bank Review, v.
102, p.1-15.
Obras pioneiras: The Social Costs of Business
Enterprise (1963) - Karl William Kapp; The Entropy
Law and the Economic Process (1971) -
Geogescu-Roegen; The economics of the coming
spaceship Earth (1966) - Kenneth Boulding;
A PRIMEIRA GRANDE VIRADA EM
1989
Surgimento do "Índice de Bem-estar Econômico Sustentável" (Isew na sigla em inglês)
Economista ecológico Herman E. Daly. e o Teólogo
John B. Cobb Junior.: For the Common Good (1989).
Contribuições que ajudaram a reflexão
crítica de Daly: a pioneira iniciativa do Japão
de calcular seu "Bem-estar Nacional
Líquido" (NNW, na sigla em inglês),
publicado em 1974;
Contribuições que ajudaram a reflexão crítica
de Daly: a obra do economista grego, que em
1989 tornou-se primeiro-ministro: Xenophon
Zolotas. Economic Growth and Declining Social
Welfare (1981);
O Isew, em 2004, se transformou no Indicador de Progresso
Genuíno (GPI na sigla em inglês), criado pela ONG
americana Redefining Progress (http://www.rprogress.org).
O livro Os novos indicadores de riqueza - Jean
Gadrey & Florence Jany-Catrice (2006)
Faz apresentação detalhada dos dois indicadores
(Isew e GPI)
O grande problema da
abordagem Isew, e
que piorou no GPI, é
que a precificação de
danos ambientais, de
ganhos de lazer e de
trabalho doméstico
ou voluntário, por
exemplo, continua a
ser altamente
especulativa.
Mostrar que a taxa de aumento do bem-estar é inferior à taxa de aumento do PNB ou do PIB nada
diz a respeito da possibilidade de que essas duas coisas sejam sustentáveis.
Ele certamente pode permitir uma avaliação bem
razoável do "progresso genuíno" que vem sendo obtido
por uma nação, mesmo que tal progresso não possa ser
entendido como um aumento "sustentável" de
bem-estar.
DALY, H. E.; COBB JUNIOR, J. B. For the Common
Good. Redirecting the economy toward community,
the environment, and a sustainable future. 2.ed.
Boston, MA: Beacon Press, 1994.
Por mais que tenha avançado em relação ao
ancestral de 1972, a virada de 1989 não chegou a gerar
um indicador que pudesse efetivamente avaliar a
sustentabilidade.
A SEGUNDA GRANDE VIRADA EM SETEMBRO DE 2009
Report by the Commission on the Measurement of Economic Performance and Social Progress
(Stiglitz-Sen-Fitoussi, 2009).
1) O PIB (ou PNB) deve ser inteiramente substituído por
uma medida bem precisa de renda domiciliar disponível,
e não de produto;
3) A sustentabilidade exige um pequeno grupo de indicadores físicos, e não de malabarismos que
artificialmente tentam precificar coisas que não são mercadorias.
na origem, a ideia expressa pelo adjetivo sustentável se referia
à necessidade de que o processo socioeconômico conservasse
suas bases naturais ou sua biocapacidade.
A mais importante orientação do relatório sobre
sustentabilidade foi enfatizar que qualquer indicador
monetário deve permanecer focado apenas em seus
aspectos estritamente econômicos.
o conjunto de indicadores que poderá mensurar a sustentabilidade
deve informar sobre as variações de estoques que escoram o
bem-estar humano.
necessidade de que os aspectos propriamente ambientais
da sustentabilidade sejam acompanhados pelo uso de
indicadores físicos bem escolhidos. E é o "princípio da
precaução" que a Comissão evoca para justificar essa
ênfase, "dado nosso estado de ignorância" (§199, p.79).
uma definição de sustentabilidade do relatório:
"[...] a questão é sobre o que nós deixamos para as
futuras gerações e se lhes deixamos suficientes
recursos de todos os tipos para que possam
desfrutar de oportunidades ao menos
equivalentes às que tivemos"
mensagens e recomendações do relatório
Mensagem 1: Medir sustentabilidade
difere da prática estatística standard
em uma questão fundamental: para
que seja adequada, são necessárias
projeções e não apenas observações.
a) a avaliação da sustentabilidade requer um pequeno
conjunto bem escolhido de indicadores, bem diferente
dos que podem avaliar qualidade de vida e
desempenho econômico;
Mensagem 2: Medir sustentabilidade
também exige necessariamente
algumas respostas prévias a questões
normativas. Também nesse aspecto há
forte diferença com a atividade
estatística standard.
Mensagem 3: Medir sustentabilidade
também envolve outra dificuldade no
contexto internacional. Pois não se
trata apenas de avaliar
sustentabilidades de cada país em
separado. Como o problema é global,
sobretudo em sua dimensão
ambiental, o que realmente mais
interessa é a contribuição que cada
país pode estar dando para a
insustentabilidade global.
b) característica fundamental dos componentes desse
conjunto deve ser a possibilidade de interpretá-los
como variações de estoques e não de fluxos;
c) um índice monetário de sustentabilidade até pode
fazer parte, mas deve permanecer exclusivamente
focado na dimensão estritamente econômica da
sustentabilidade;
d) os aspectos ambientais da sustentabilidade exigem
acompanhamento específico por indicadores físicos.
2) A qualidade de vida só pode ser
medida por um índice composto bem
sofisticado, que incorpore até mesmo as
recentes descobertas desse novo ramo
que é a economia da felicidade;
o relatório propõe a superação da contabilidade
produtivista, a abertura do leque da qualidade de vida e
todo o pragmatismo possível com a sustentabilidade.
TRÊS MOVIMENTOS PARALELOS A PARTIR DE 1995
A ideia que une os indicadores até 1995 foi que a partir
dos dados das contabilidades nacionais pode se chegar
a algum indicador de bem-estar econômico, ou de
progresso genuíno. No entanto, não de
sustentabilidade.
Três outras abordagens
construção de grandes e ecléticas coleções, ou dashboards
Podem ser ótimos como bases de dados, mas são tão
heterogêneos que, a rigor, nem poderiam ser
entendidos como indicadores.
índices compostos ou sintéticos, com várias dimensões, cujas variáveis costumam ser alguns dos
dados pinçados das mencionadas coleções
ESTES, R. et al. 2005 environmental sustainability índex:
benchmarking national envrironmental stewardship. New
Haven: Yale Center for Environemntal Law and Policy, 2005.
Fragilidade - misturam variáveis de caráter objetivo com
variáveis de tipo subjetivo
Índice de Sustentabilidade
Ambiental (ESI na sigla em
inglês)
76 variáveis que cobrem
cinco dimensões
Índice de Desempenho
Ambiental (EPI na sigla em
inglês)
agrega as mesmas 76 variáveis em 21
indicadores intermediários
índices focados no grau de sobreconsumo,
subinvestimento ou excessiva pressão sobre recursos.
Ou seja focados no grau de pressão humana sobre os
recursos
Poupança Líquida Ajustada (ANS
na sigla em inglês) também
conhecida como poupança
genuína, ou genuíno
investimento
indicador inteiramente voltado à
avaliação de estoques de riqueza
Sua raiz teórica está na ideia de que a
sustentabilidade requer
essencialmente a manutenção de um
constante estoque de riqueza
ampliada (extended wealth). Estoque
que agrega recursos naturais, capital
físico/produtivo e capital humano.
essa abordagem esbarra no imenso
obstáculo metodológico da
precificação de muitos ativos
fundamentais, especialmente de
recursos naturais estratégicos.
Pegada Ecológica
(Ecological Footprint).
pretende mostrar quanto da capacidade regenerativa
da biosfera está sendo usada em atividades humanas
(consumo).
a pegada ecológica deve ser entendida como um
indicador da contribuição dada à insustentabilidade
global
a ideia básica de medir as várias pressões humanas
sobre os ecossistemas para compará-las à sua
capacidade de suporte.
Problemas técnicos desse indicador foram enfatizados
em três relatórios: CGDD -
Commissariat Général au
Développement Durable. Une
expertise de l'empreinte écologique -
version provisoire. Études et
Documents, Paris, n.4, maio 2009; LE
CLÉZIO, P. L'empreinte écologique et
les indicateurs du développement
durable. Paris: Avis du Conseil
Économique, Social et
Environnemental,
2009;STIGLITZ-SEN-FITOUSSI. Report
by the Commission on the
Measurement of Economic
Performance and Social Progress.
Paris: 2009.
LAWN, P. (Ed.) Sustainable Development Indicators
in Ecological Economics. Cheltenham, UK: Edward
Elgar, 2006.
O artigo constata de que não havia surgido (e provavelmente nunca
surgiria) um indicador que revelasse simultaneamente o grau de
sustentabilidade do processo socioeconômico e grau de qualidade de vida
que dele decorre. Nada sugere algum método contábil ou estatístico capaz
de gerar uma única fórmula sintética em que ambos estejam expressos.
buscar bons indicadores não monetários
da aproximação de níveis perigosos de
danos ambientais
A avaliação, a mensuração e o
monitoramento da sustentabilidade
exigirão necessariamente um trinca de
indicadores, pois é estatisticamente
impensável fundir em um mesmo índice
apenas duas de suas três dimensões.
A resiliência dos ecossistemas
certamente poderá ser expressa por
indicadores não monetários relativos
Grau de tal resiliência
ecossistêmica
O desempenho econômico
não poderá continuar a ser
avaliado com o velho viés
produtivista, e sim por
medida da renda familiar
disponível.
Será necessária uma medida de
qualidade de vida (ou bem-estar)
que incorpore as evidências
científicas desse novo ramo que é
a economia da felicidade.