a proteção e o evitamento da depredação das novas
formas de acúmulo de riqueza na modernidade
fizeram proliferar uma tecnologia de vigilância e
controle, que se instalou no século XVIII e caracteriza
nossa sociedade até os dias de hoje.
O Panóptico automatiza o poder ao infundir naquele
que é observado uma sensação consciente de uma
vigilância permanente:
Microfísica do Poder
o surgimento da medicina social: há três etapas históricas que delimitam
a relação temática Saúde-doença: 1- a fase da Medicina de Estado; 2- da
Medicina urbana; 3- e da Medicina da força de trabalho.
o corpo se apresenta como objeto biopolítico. E a
Medicina, igualmente, torna-se uma estratégia biopolítica,
institucionalizada por força da Soberania do Estado
Alemanha - O Estado e os diplomas de médicos- o médico
foi normalizado pelo Estado antes de ser o paciente
normalizado pelo médico, como tradicionalmente se pensa.
Paris no século XIX. higienização da cidade, do ar, cemitérios publicos
na Inglaterra do século XIX, a medicina inglesa constituiu
essencialmente um controle da saúde e do corpo das classes mais pobres
para torná-las mais aptas ao trabalho e menos perigosas às classes mais
ricas. O trabalhador é transformado em objeto de medicalização.
O NASCIMENTO DO HOSPITAL
Antes do século XVIII
O pessoal caridoso do Hospital oferecia a oportunidade da
salvação espiritual e não exatamente a cura física.
também servia como depósito de loucos, devassos, prostitutas e de leprosos.
prática médica intuitiva
Até o século XVIII, a
doença é produto
da relação do
homem com o meio
o hospital e a medicina
permaneceram independentes
até meados do século XVIII.
a medicalização do Hospital foi, portanto, a
primeira medida iluminista visando eliminar os
efeitos negativos e irracionais do local. Deveria ser
purificado e ordenado. Começa, aqui, a
racionalização da administração hospitalar.
inaugurada curiosamente nos hospitais militares
a reorganização do Hospital não foi por meio da técnica médica, mas
da técnica genuinamente política: a disciplina e a vigilância constante
sobre os indivíduos, a fim de submetê-los a uma pirâmide de olhares.
análise genealógica
identificou, pela análise genealógica, as
práticas jurídicas como uma das mais
importantes na emergência das formas
modernas de subjetividade. Esse autor
propõe o reconhecimento das identidades
como produções históricas que se
constituem pela imbricação e agenciamento
de práticas múltiplas
O objetivo da genealogia é desenvolver uma
concepção não-jurídica do poder, isto é, uma
concepção alternativa àquela do poder como
lei ou como direito originário que se cede
para constituir uma soberania.
O poder deve ser visto, em Foucault, como algo que funciona em rede,
que atravessa todo o corpo social.
o poder não pode ser caracterizado meramente, como repressivo, como
algo que diz essencialmente “não”; é preciso perceber seu aspecto positivo
(aquele lado que o faz tornar-se ideológico, aceito coletivamente), isto é, o
de formação de individualidades e de rituais de verdade.
Sociedades modernas é disciplinares e normativas, na medida em que o
desenvolvimento do indivíduo e da sociabilidade se dá a partir dos
condicionamentos do Panóptico, entendido enquanto o modelo basilar a
partir do qual se dá a gênese deste indivíduo e desta população moderna.
Vigiar e Punir
Com o advento das sociedades disciplinares, a prisão desponta como sendo a
punição por excelência. Contudo, o projeto da técnica corretiva que
acompanhou a lógica da detenção punitiva é simultâneo à crítica da prisão e de
seus métodos. Assim, segundo Foucault, a promessa de regenerar o apenado
através do encarceramento corresponde a uma utopia fracassada, haja vista a
prisão objetivar a delinquência e consolidá-la no fluxo das ilegalidades;
técnica do exame, que consistiria em
uma tecnologia do poder disciplinar
que visibiliza, individualiza e
normaliza.
Os dispositivos disciplinares: olhar
hierárquico, a sanção
normalizadora e o exame.
o que existe são relações de poder, isto é, “formas
díspares, heterogêneas, em constante transformação. O
poder não é um objeto natural, uma coisa; é uma prática
social e, como tal, constituída historicamente”